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29/02/2012

Consumo dos brasileiros deve atingir R$ 1,3 trilhão este ano, estima Ibope

Elaine Patricia Cruz

O consumo no Brasil deve atingir R$ 1,3 trilhão este ano, segundo pesquisa divulgada hoje (28) pelo Ibope, na capital paulista. O valor corresponde a 30% do Produto Interno Bruto (PIB), que é soma de todos os bens produzidos e serviços prestados no país.

Para este ano, o Ibope prevê que o consumo cresça em torno de 13,5% em relação ao ano passado. A Região Norte, segundo o instituto, é a que apresenta o maior potencial de expansão (26,5%), seguida pelas regiões Nordeste (24,1%), Sul (19,7%), Centro-Oeste (19,4%) e Sudeste (6,5%).

Hoje, a Região Sudeste, que concentra 42% da população brasileira, é responsável por mais da metade de tudo o que é consumido no país (53,5%). Em seguida aparece a Região Sul, que concentra 14,3% da população e é responsável por 16,4% do consumo.
Agência Brasil

Derretimento no Ártico causa invernos com mais neve


Redução do gelo no Ártico pode ter influência em nevascas no Hemisfério Norte (Foto: AFP

WASHINGTON (AFP) - O derretimento do gelo no Ártico pode ser a causa dos invernos com mais neve no Hemisfério Norte nas últimas duas temporadas, informaram nesta segunda-feira pesquisadores de Estados Unidos e Canadá.

O nível de gelo marinho do Ártico alcançou um novo piso histórico em 2007, afirmou o estudo, dirigido pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia (sudeste dos Estados Unidos) e publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências desse país.

Ao mesmo tempo, nevadas mais fortes que a média cobriram grande parte do norte dos Estados Unidos, do noroeste e do centro da Europa e do norte e do centro da China.

O Hemisfério Norte teve nas últimas duas temporadas - que abarca os invernos de 2009-2010 e 2010-2011 - a segunda e terceira maiores quedas de neve desde que se tem registros.

Os pesquisadores acreditam que o desaparecimento do gelo no Ártico gera mais vapor d´água no ar, e interfere nas correntes atmosféricas e nos ventos do oeste, que normalmente teriam varrido a neve para o norte.

No entanto, mais ar frio desce a latitudes médias e baixas, "provocando um aumento das forças nevadas na Europa e nas regiões do nordeste e centro-oeste dos Estados Unidos", disse Jiping Liu, um cientista da Georgia Tech.

A pesquisa incluiu cientistas da Academia Chinesa de Ciências e a Universidade de Columbia de Nova York, e recebeu apoio da Nasa e da National Science Foundation (NSF).
AFP

Biocombustível a partir de plantas aquáticas será produzido até o final do ano

Uma empresa chilena implantará uma tecnologia inovadora que transformará as plantas aquáticas que colorem de verde alguns rios, lagoas e mangues em combustível renovável e alimento para animais.

O grupo investidor AIQ adquiriu no ano passado a patente desta tecnologia comercializada pela empresa americana PetroAlgae e prevê começar a produzir em massa estas plantas aquáticas final de 2012.

Após estudar as propriedades das pequenas plantas que crescem nas águas paradas das lagoas e dos rios, a PetroAlgae concluiu que ao desidratar estas partículas pode-se obter óleo refinado e proteínas para o consumo animal.

O vice-presidente da PetroAlgae na América Latina, Jorge Abukhalil, explicou que a peculiaridade deste sistema é que, ao contrário de outras tecnologias muito mais sofisticadas, o cultivo destes microorganismos tem um custo reduzido.

Produção
Abukhalil explica que o sistema de reprodução destas plantas é bem simples: as amostras são recolhidas em qualquer lagoa ou rio, transferidas para uma piscina biorreativa cheia de água, onde as plantas se reproduzem entre 24 e 48 horas.

Quando a piscina estiver cheia de microorganismos verdes, pode-se extrair o produto e iniciar o processo de desidratação, a partir do qual se obtém a proteína que pode servir para o consumo animal e para criar óleo renovável.

Além disso, estes microorganismos são capazes de consumir entre 100 e 120 toneladas de dióxido de carbono por hectare cultivado, tornando o sistema de produção ambientalmente sustentável.

De acordo com vice-presidente, com um cultivo de 500 hectares é possível produzir anualmente entre 100 mil e 150 mil barris de petróleo.
EcoDesenvolvimento
 
Empresa chilena implantará uma tecnologia que transformará as plantas aquáticas em combustível renovável e alimento para animais (Foto: Ministério do Planejamento)
 

Garrafas PET podem ser matéria-prima para verniz

No lugar do lixo, o destino final de garrafas PET pode ser virar matéria-prima para o verniz, substituindo derivados de petróleo. A técnica foi desenvolvida pelo químico Antonio Eduardo Ferreira Alves da Silva, no seu estudo de mestrado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O método transforma as garrafas plásticas usadas em um verniz em pó que pode ter várias aplicações: de utensílios domésticos a eletrônicos e indústria automotiva. Após serem moídas, as garrafas passam por um processo de degradação que altera seu peso molecular, possibilitando a formação do verniz sustentável.

O experimento faturou a última edição do prêmio de pesquisa da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abripet). Segundo o pesquisador, o trabalho é importante porque aproveita um material que seria descartado.

O resultado já mostrou que o material é viável para diversos usos e aderiu bem às superfícies em que foi testado. No entanto, ainda precisa de aperfeiçoamentos antes de ser comercializado. Segundo o pesquisador, o material ainda é bastante duro.

Apesar do verniz em pó de Silva ainda estar restrito ao laboratório, já existem no mercado tintas e vernizes que usam o PET como um de seus componentes.
Eco Desenvolvimento

28/02/2012

Grupos financiaram campanha para rejeitar mudanças climáticas

WASHINGTON (AFP) - Um novo escândalo sobre mudanças climáticas começou nos Estados Unidos depois que vieram à tona documentos que mostram que grupos de direita financiaram uma campanha para influenciar a maneira como se ensina a questão nas escolas.

Documentos sobre a estratégia e o orçamento interno da Heartland Institute, uma organização sem fins lucrativos com sede em Chicago (Illinois, centro-norte), foram revelados na semana passada, mostrando que 200 mil dólares seriam gastos em um "projeto sobre aquecimento global".

O projeto pregaria que "o fato de que os seres humanos estão modificando o clima é uma controvérsia científica" e que é igualmente "controversa a confiança" dos modelos climatológicos, segundo os documentos.

Também são mencionados milhares de dólares em doações provenientes da indústria e investimentos em combustíveis fósseis, um doador anônimo que deu 1,25 milhão de dólares e uma gratificação de 300 mil dólares para o grupo de cientistas rejeitar as descobertas da ONU sobre a mudança climática.

O Heartland Institute disse que um dos documentos que vazou era falso, mas não comentou os outros e se negou a responder os pedidos de entrevista da AFP.

O escândalo ganhou novas dimensões nesta quarta-feira, quando um congressista pediu que seja realizada uma audiência para determinar se um dos cientistas mencionado nos documentos - um funcionário do Departamento do Interior dos Estados Unidos - recebeu remunerações indevidas da Heartland Institute para negar a mudança climática.

Segundo os documentos, Indur Goklany, diretor assistente na seção de políticas de projetos, ciência e tecnologia do Departamento do Interior, recebeu 1.000 dólares mensais para escrever artigos sobre economia e política para o Heartland Institute.

Supõe-se que os textos apareceriam em um livro do Painel Internacional Não-Governamental sobre a Mudança Climática (NIPCC, em sua sigla em inglês), um grupo internacional de cientistas que critica os relatórios das Nações Unidas sobre o tema.

Um congressista democrata do Arizona (sul), Raul Grijalva, solicitou uma audiência do plenário do Comitê de Recursos Naturais, mencionando que não está claro se Goklany recebeu os pagamentos - o que é ilegal para os funcionários federais - e se outros cientistas governamentais estão envolvidos.

"Nosso Comitê tem obrigação de responder a essas questões", escreveu Grijalva, cuja proposta de audiência deve ser aprovada por seus colegas.

David Wojick, outro contratista governamental do Departamento de Energia (DOE), poderia ser investigado por suas supostas ligações com o grupo, depois de os documentos mostrarem que receberia 25 mil dólares trimestrais por redigir novos programas escolares.

Nos documentos, Wojick é mencionado como "consultor principal na inovação" da seção de Informação sobre Ciência e Tecnologia do DOE.

A filial americana da ONG Greenpeace mandou uma série de cartas para o governo, solicitando uma investigação urgente para determinar se os documentos revelam pagamentos ilegais a cientistas federais e em consequência um conflito de interesses.

Os documentos mostraram que o Heartland Institute, fundado em 1984, realiza "uma campanha multimilionária, há vários anos, para semear a confusão sobre a mudança climática e sobre a ciência" que estuda esse assunto, disse à AFP Kert Davies, diretor de pesquisas do Greenpeace americano.

Peter Gleick, um proeminente cientista da mudança climática, se infiltrou no Heartland Institute para obter os documentos e é acusado de ter feito isso de forma fraudulenta.
AFP
 
Um novo escândalo sobre mudanças climáticas começou nos Estados Unidos (Foto: AFP)

Pesca ameaça menor espécie de golfinho

Os "Cephalorhynchus hectori maui", conhecidos como golfinhos de Maui, os menores dentro da família dos golfinhos marinhos, estão incluídos na lista vermelha da ONU das espécies em sério risco de extinção, e calcula-se que podem desaparecer em poucas décadas caso não sejam adotadas medidas urgentes. Os últimos 100 animais correm risco devido às atividades pesqueiras na Ilha do Norte da Nova Zelândia, seu único habitat na Terra.

"Não podemos cometer mais nenhum erro. Devemos acabar com todas as ameaças ao seu habitat para que a população se estabilize e se recupere"´, declarou à Agência Efe a diretora do programa Marinho do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Rebecca Bird.

Os golfinhos podem ser vistos na desembocadura dos rios e em baías com uma profundidade de 20 metros e a uma distância de dez quilômetros do litoral. Embora seu predador natural seja o tubarão, o maior inimigo do golfinho de Maui é o homem, que quase acabou com sua população pela pesca, a mineração, o desenvolvimento litorâneo, a poluição e a mudança climática, entre outros fatores.

Segundo a Agência Efe, os produtos químicos como o DDT e metais pesados jogados ao mar são potencialmente perigosos para a reprodução, e as substâncias que são derramadas pelos navios petroleiros causam câncer nestes mamíferos marinhos, afirmou Rebecca.

Mas a maior causa de morte são as redes de pesca onde eles ficam presos sem poder emergir à superfície para respirar. Já os filhotes, que têm o tamanho de um gato, morrem pelos ferimentos causados pelas hélices dos navios.

Por todos esses motivos, os ecologistas querem que as redes de pesca sejam retiradas do habitat do golfinho de Maui, porém Rebecca ressaltou que sua organização não exige que os pescadores parem de trabalhar, apenas que mudem seus métodos.

Os golfinhos de Maui
Estes cetáceos medem até 1,4 metro de comprimento, têm uma nadadeira arredondada, seu focinho é curto e apresentam marcas parecidas com as do urso panda, como "uma máscara negra", descreveu Rebecca. Eles vivem em comunidades, e os adultos passam a maior parte do tempo comendo peixes e lulas, que localizam emitindo sons de alta frequência que ecoam nos objetos e animais ao seu redor.

Os mais jovens brincam com as algas, fazem bolhas no mar, piruetas ou simplesmente perseguem-se ou brigam com outros companheiros, criando um espetáculo para os turistas da região.

Sua expectativa de vida é de 20 anos, e eles atingem a maturidade sexual a partir dos sete. Os nascimentos acontecem de dois a quatro anos, o que dificulta o repovoamento da espécie para evitar a extinção.

O golfinho de Maui é uma subespécie do golfinho de Hector, que vive próximo a Ilha do Sul neozelandesa, e acredita-se que esteve isolado por milhares de anos até se diferenciar na atualidade por seus traços físicos e genéticos.

O nome deste animal vem de uma lenda sobre o deus maori Maui, que pescou um peixe muito forte na Ilha do Sul e fez dele sua canoa. Ao morrer, o peixe se transformou em terra e renasceu sob a forma da Ilha do Norte da Nova Zelândia, onde o extremo sul representa a cabeça, e a cidade de Wellington, a capital neozelandesa, a boca. Rebecca comentou que os maoris acreditam que ao morrer os espíritos humanos se transformam em "Tutumairekurai".
Redação EcoD

Greenpeace realiza protestos contra a Shell e a exploração de óleo do Ártico

A organização Greenpeace, na Nova Zelândia, bloqueou, no dia 24 de fevereiro, um navio de exploração de óleo que seguia para a região do Alaska, onde a Shell vai perfurar poços de petróleo. O protesto contou com o apoio da atriz neozelandesa Lucy Lawkess, da série ‘Xena, a Princesa Guerreira’.

Durante a manifestação, ela se juntou a um grupo de ativistas e escalou os 53 metros do navio da petroleira e estenderam um cartaz com os dizeres: ‘Pare Shell’ e a hashtag #SaveTheArctic (‘Salve o Ártico’).

Em nota do Greenpeace, Lawless afirma: ‘É preciso ficar esperto e começar a transição para um futuro energético limpo, verde e sustentável. Isso significa que a Shell tem que sair do Ártico’.

Um protesto semelhante foi realizado no Reino Unido, no dia 21 de fevereiro, no National Gallery, em Londres. No momento em que um grupo de escaladores subiu até o teto do prédio, um evento com os executivos da Shell estava sendo realizado dentro do museu.

Os manifestantes estenderam uma grande faixa com os dizeres ‘Não é pintura a óleo’, em referência à exploração de petróleo no Ártico, que estava sendo negociada. Do lado de fora, um ativista fantasiado de urso polar chamava atenção dos transeuntes, enquanto dezenas de voluntários do Greenpeace explicavam a ação.

Exploração no Ártico
Em 30 anos, o Ártico perdeu 75% do gelo, e as temperaturas estão aumentando em grande velocidade, se comparadas com outras partes do planeta. Com as terras e o oceano à mostra, foi descoberto que a área tem grande potencial para exploração de petróleo.

O que os ativistas do Greenpeace defendem é que um vazamento de óleo na região teria efeitos devastadores para o sensível ecossistema, que já sofre com os efeitos do aquecimento global e a redução das calotas polares.
EcoDesenvolvimento
 
A atriz Lucy Lawkess, da série ‘Xena, a Princesa Guerreira’, também escalou o navio da Schell (Foto: Divulgação)
 

Pesquisadores brasileiros desenvolvem método de previsão de enchentes

Pesquisadores da equipe do cientista Antonio Donato Nobre, professor visitante do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), desenvolveram um modelo matemático que ajuda a prever a ocorrência de enchentes e o percurso que tomará o rio em caso de enxurradas.

“Conseguimos encontrar uma relação matemática que descreve uma propriedade física da paisagem, da topografia, que liga com a hidrologia”, disse Nobre, ao falar sobre o modelo matemático Hand (sigla em inglês para altura acima da drenagem mais próxima da topografia). O método, chamado de paisagem inteligente, permite o entendimento da dinâmica da água do rio em caso de enchente.

Com o processamento matemático, os computadores, que dispõem de imagens do revelo captadas por ônibus espacial, desenham maquetes digitais e, assim, permitem a visualização nas zonas próximas dos percursos da água, que podem ser afetadas com uma eventual enchente. Segundo o cientista, essas zonas são as que têm possibilidade de cheia, as mais sujeitas a inundações. “É esse o mapa que nós oferecemos”, resume Nobre.

Se a informação da maquete digital for comparada com imagens da efetiva ocupação dos terrenos (disponível no Google Earth), é possível saber quais ruas, residências, prédios comerciais e equipamentos públicos podem ser tomados pelo rio, em caso de cheia. “A descoberta facilita visualizarmos a espacialização dos riscos”, destaca o pesquisador.

As imagens das áreas vulneráveis, a previsão do comportamento do rio cheio, os dados sobre o volume de chuva e as condições de absorção do solo, junto com a previsão meteorológica, permitem que a Defesa Civil trabalhe antecipadamente e evite que desastres naturais provoquem mais mortes e acidentes. O sistema pode ser refinado conforme a resolução das imagens disponíveis e com o fornecimento de informações sobre o funcionamento das galerias pluviais nas cidades e o desmatamento em áreas de encosta.

Nobre disse à Agência Brasil que já foram produzidas maquetes digitais de todas as bacias da América do Sul e que já ocorre aplicações do método na Europa. O modelo matemático criado pelo cientista e equipe foi tema de três artigos publicados em revistas científicas internacionais, como o Journal of Hydrology, de Amsterdam, disponível em inglês no link http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022169411002599.

Além de prever o comportamento dos rios em enchentes, o método da paisagem inteligente pode ser útil para a agricultura e o meio ambiente, ao apontar com mais precisão as áreas que precisam ser efetivamente protegidas e as áreas que podem ser usadas para a lavoura. “É o jogo do ganha-ganha”, afirma Nobre.

Apesar das possibilidades de uso para agricultura sustentável, na discussão do novo Código Florestal, os parlamentares não consideraram efetivamente a metodologia – a proposta voltou à Câmara dos Deputados, após sofrer modificações no Senado. “Nossa pretensão é esclarecer a sociedade brasileira. Os políticos já estão esclarecidos”, conclui o cientista.
Agência Brasil

Relatório do Ibama aponta falhas graves na construção de Belo Monte

A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, combatida exaustivamente por ativistas, ganhou mais um ‘porém’ esta semana. Isso porque o Movimento Xingu Vivo divulgou o último relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), de 20 de dezembro, no qual o órgão revela que a construção da usina ainda possui ‘condicionantes não atendidas e programas não implementados’.

De acordo com o documento, cuja função é analisar o cumprimento do Plano Básico Ambiental (PBA) de Belo Monte, o relatório de atividades sobre ações obrigatórias de mitigação da concessionária responsável por Belo Monte, a Norte Energia, ‘não é compatível com o proposto no PBA, além de apresentar diversas falhas de conteúdo’.

Segundo o texto, a Norte Energia forneceu informação enganosa sobre o Programa de Educação Ambiental e deve ser responsabilizada pelo descumprimento de condicionantes e das ações previstas na execução do PBA.

O relatório ressalta ainda que, até a data da sua publicação, apenas uma das 20 condicionantes havia sido atendida - quatro condicionantes não foram cumpridas, quatro possuem pendências e 11 ainda estão em atendimento.

Após analisar minuciosamente as ações exigidas pelo PBA, o relatório aponta falhas graves em seu cumprimento, tais quais:

Programa de Capacitação de Mão de Obra
Os dados apresentados no relatório não refletem a projeção apresentada do 4º relatório de acompanhamento das ações antecipatórias e não foi apresentado o histograma de empregados efetivamente contratados no período ou justificativa para não ter sido atingida a projeção.

Programa de Saúde e Segurança

Não foi prevista efetiva solução de responsabilidade do empreendedor para o atendimento regular de saúde dos trabalhadores contratados.

Programa de Educação Ambiental para os Trabalhadores
Não foi apresentado relatório específico para o Programa e nenhuma das ações do cronograma apresentado no PBA previstas até o 4º trimestre de 2011 foi iniciada.

Projeto de Recomposição da Infraestrutura de Saneamento
A empresa responsável pela execução do Projeto ainda não foi contratada e a execução do cronograma encontra-se significativamente atrasada.

Projeto de Reassentamento Urbano
O cadastro socioeconômico foi previsto para estar concluído até o fim do 3º trimestre de 2011, mas ainda está em andamento.

Projeto de Saneamento
Segundo o cronograma, a implantação dos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e do aterro sanitário deveria ter sido iniciada ainda no segundo trimestre de 2011, mas ainda não foi implantado em Altamira.
EcoDesenvolvimento / Movimento Xingu Vivo
 
Obras de construção da Usina de Belo Monte (Foto: Divulgação)
 
Obras de construção da Usina de Belo Monte (Foto: Divulgação)

Cientistas alertam para o futuro dos oceanos

Diversos relatos de pesquisas relevantes sobre a vida e o futuro dos oceanos foram apresentados durante a conferência anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS), realizada de 16 a 20 de fevereiro em Vancouver, cidade à beira-mar no Canadá.
James Hansen, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, a agência espacial norte-americana fez uma das exposições de maior repercussão. Segundo ele, o uso intensivo de combustíveis fósseis e o aumento das temperaturas médias dos oceanos podem levar, entre outras consequências, a elevações de vários metros do nível dos oceanos e à extinção de entre 20% e 50% das espécies do planeta.
Segundo o cientista, a elevação do nível dos mares coloca em risco a própria existência física de cidades em áreas costeiras de baixa altitude, como é o caso de Vancouver, entre muitas outras. O fenômeno é intensificado pelo derretimento de parte das calotas polares, também decorrente do aquecimento global, especialmente em regiões mais próximos dos polos, como também é o caso da cidade canadense.

O alerta de Hansen teve grande impacto na opinião pública da cidade anfitriã da conferência, inclusive porque suas autoridades públicas tomaram recentes decisões que seguem na contramão das advertências do cientista.
Por exemplo, existem planos para dobrar a produção de carvão metalúrgico e fazer crescer significativamente a de gás natural liquefeito, não só para atender à demanda local por energia, mas também para exportação.
Situação dos peixes
O professor da Universidade da Colúmbia, Villy Christensen, apresentou resultados iniciais, mas impressionantes, de seu projeto Nereus, cujo nome homenageia um deus grego.
Segundo Christensen, as melhores estimativas atuais são de que há nos oceanos cerca de 2 bilhões de toneladas de peixe, ou seja, cerca de 300 quilos para cada habitante do planeta. No entanto, pelo menos metade disso está em zonas muito profundas dos mares, e ainda é constituída de espécies pequena demais em tamanho e, por isso, inviável para exploração comercial e consumo humano.
E na outra metade, de peixes que medem pelo menos 90 centímetros e são apropriados para alimentação de pessoas, houve um declínio da biomassa de 55% de 1970 até agora. "É uma mudança dramática e global", explicou.

Christensen defendeu que deve se investir mais em pesquisas sobre a vida marinha e especialmente sobre o impacto do aquecimento global sobre ela, para que decisões políticas apropriadas possam ser tomadas. No entanto, apesar da necessidade de mais estudos, ele acredita que o que já se sabe é suficiente para se preocupar com o futuro.
Por exemplo, já existe a previsão de que o aumento da temperatura das águas vai fazer com que muitas espécies de animais marinhos procurem as águas mais frias das regiões mais próximas dos pólos, o que poderia beneficiar os habitantes dessas áreas.
Mas William Cheung, que trabalha no mesmo projeto Nereus, argumentou que essa conclusão otimista pode ser apressada e errada, segundo ele, diferenças de quantidade de oxigênio em águas frias e quentes e a crescente acidificação dos oceanos, também comprometem negativamente a produtividade marítima.

Lisa Levin, do Instituto de Oceanografia Scripps, da Califórnia, em outra atividade da conferência da AAAS, confirmou indiretamente a fala de Cheung. Levin mostrou conclusões de sua pesquisa, segundo as quais o aquecimento dos oceanos produzidos pelas mudanças climáticas está causando a expansão de zonas submarinas de baixo oxigênio, o que afeta negativamente a produção pesqueira de diversas regiões, inclusive as da costa da Colúmbia Britânica.
Levin chama o fenômeno de "compressão de habitat" e disse que ele afeta áreas que se estendem por mais de 150 mil quilômetros em torno das beiradas dos oceanos. Segundo suas previsões, até o ano de 2050, peixes que habitam nessas regiões podem perder 50% na variação da profundidade em que vivem.
Redação EcoD
foto Reuters

12% das espécies marinhas do Pacífico oriental tropical estão ameaçadas de extinção

DivulgaçãoA ave Albatross Ondulada é uma das epécies ameaçadas de extinção
Segundo estudo realizado pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) e seus parceiros, 12% das espécies marinhas pesquisadas no Golfo da Califórnia, nas costas do Panamá e Costa Rica e no mar das ilhas oceânicas e arquipélagos do Pacífico tropical oriental estão ameaçadas de extinção. De acordo com a IUCN as principais ameaças à flora e fauna marinha da região incluem pesca excessiva perda de habitat e os impactos crescentes da oscilação do El Niño Sul.

Lançado esta semana, o estudo é a primeira lista da IUCN Vermelha de Espécies Ameaçadas disponível para todas as espécies conhecidas de peixes marinhos da costa, mamíferos marinhos, tartarugas marinhas, aves marinhas, corais, mangues em uma região marinha biogeográfica. Entre algumas das espécies ameaçadas estão à ave Albatross Ondulada (Phoebastria irrorata), o peixe Gigante Sea Bass (Stereolepis gigas) e a Tartaruga de couro (Dermochelys coriacea).

Nos últimos anos, pelo menos 20 espécies marinhas foram extintas em todo o mundo, e mais de 133 populações locais de espécies marinhas sofreram um destino semelhante. A ideia da análise é pensar formas de evitar as extinções dessas espécies, como identificar zonas geográficas específicas onde os esforços de conservação são mais necessários, assim como identificar a natureza e a localização dos maiores perigos para a vida marinha.

‘Entender a vulnerabilidade das espécies e às principais ameaças é fundamental para determinar como as espécies e ambientes marinhos são susceptíveis de responder a uma ou mais ameaças simultâneas’, explicou Beth Polidoro, Pesquisador Adjunto, IUCN Marinha Unidade da Biodiversidade, e principal autor do estudo. ‘Identificação de espécies ameaçadas e os padrões de ameaça na região tropical do Pacífico oriental pode ajudar a orientar as prioridades locais e regionais de conservação marinha para a permanência da biodiversidade, bem como servir para informar a política’.

Soluções propostas pelo estudo

O estudo reforçou que a ação de conservação é necessária para todas as espécies marinhas e as áreas geográficas onde elas estão mais ameaçadas. Por exemplo, a criação de uma área marinha protegida no Oceano Pacífico oriental deve ser uma alta prioridade, já que tem uma das percentagens mais elevadas de espécies ameaçadas, e é o único dos cinco oceanos ilhas e arquipélagos da região que carece de proteção governamental completa.

Uma legislação para limitar a pesca em mangues ao longo das costas da Costa Rica e Panamá também é vital, segundo o estudo. Além disso, uma melhor coleta de dados, informações e acompanhamentos, tanto para os pescadores como para a captura de acessórios de pesca, devem ser uma prioridade urgente para a melhoria dos esforços de conservação marinha em toda a região.
‘Há passos concretos que podemos tomar para reduzir o risco de extinção de espécies no Pacífico tropical oriental’, afirmou Tom Brooks, Cientista Chefe da NatureServe.
EcoDesenvolvimento

Rio+20 deve resultar em ações concretas e não apenas em páginas com boas intenções, diz comissária

Por Priscilla Mazenotti
A comissária da União Europeia para o Clima, Connie Hedegaard, disse hoje (28) que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, deverá trazer resultados concretos e não ser apenas ´muitas páginas com boas intenções´

´Está claro que muito trabalho tem de ser feito para que as coisas tangíveis sejam alcançadas no Rio e não apenas muitas páginas com boas intenções. O desafio em hospedar essa conferência é que os países-membros terão de fazer a parte deles e ainda que o Brasil tenha diplomatas habilidosos - e o Brasil é conhecido por ter diplomatas muito habilidosos - fazer com que isso vire algo ao final´, disse.

Connie Hedegaard disse que as negociações na conferência só darão certo se os países trouxerem em sua bagagem a vontade de assumir compromissos significativos. ´Porque isso é necessário´, reforçou. Ela se referiu principalmente às discussões sobre desenvolvimento sustentável e uso de combustíveis renováveis.

´É preciso que as pessoas possam ver, depois do Rio, que a conferência levou a algo concreto, como o acesso à energia sustentável para todos até 2030, a adoção de energia renovável e a eficiência energética´, disse acrescentando que é preciso que os países em desenvolvimento também possam ver que a conferência pode garantir seu desenvolvimento sustentável em um futuro próximo.

A comissária europeia lembrou que é preciso eliminar progressivamente o uso de combustíveis fósseis. ´É preciso uma forma mais sustentável de energia, parar de fazer o que estamos fazendo e ter a atitude que queremos mais´, disse em entrevista coletiva em Brasília.

Segundo ela, é preciso, também, haver uma mudança de paradigma na adoção de uma economia verde, com baixa emissão de dióxido de carbono e socialmente inclusiva.

Connie Hedegaard fica no Brasil até amanhã (29). Durante a visita, terá encontros com os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Nas reuniões, haverá discussões sobre mudanças climáticas e Rio+20.

Para a comissária, as ações que vem sendo tomadas pelo Brasil em favor da redução do aquecimento global e da redução da emissão de dióxido de carbono são fundamentais. ´Existem coisas muito específicas que podemos fazer, incluindo as ações que o governo brasileiro vem fazendo´, disse.
Agência Brasil

Os golfinhos são "pessoas não humanas"

 
Não só os primatas. Os golfinhos e as baleias também devem ser tratados como “pessoas não humanas”, com direito à vida e à liberdade, segundo propõem prestigiados cientistas reunidos na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, a maior do mundo, que se realiza em Vancouver, no Canadá.


Peritos em conservação e comportamento dos animais consideram que estes cetáceos são suficientemente inteligentes para que recebam as mesmas considerações éticas que os seres humanos, de acordo com o jornal espanhol ABC. Isto implica colocar um fim à sua casa, ao cativeiro e abusos.


Por este motivo, apoiam a criação de uma Declaração dos Direitos dos Cetáceos.


“A ciência tem demonstrado que a individualidade – a consciência de si próprio – não é uma característica única do ser humano. Isto levanta uma série de desafios”, disse, à BBC, Tom White, professor de ética na Universidade Loyola Marymount, em Los Angeles, nos Estados Unidos.


Os investigadores que estão de acordo com esta corrente de pensamento concluem que, embora não sejam seres humanos, os delfins e as baleias são “pessoas” no sentido filosófico, o que tem importantes implicações.


A declaração, primeiro aprovada em Maio de 2010, assinala que os cetáceos têm direito à vida, não podem ser obrigados a estar em cativeiro nem a ser objecto de maus tratos, nem a serem retirados do seu ambiente natural.


Da mesma forma, não podem ser propriedade de ninguém. A base de todos é que os golfinhos têm consciência de si mesmos, reconhecem a sua imagem ao espelho. Sabem quem são.

Golfinhos voltam a ser avistados no Tejo

Grupo de golfinhos da espécie roaz-corvineiros - a mais conhecida do Mundo - continua a visitar o Tejo, sinal de que a poluição está a diminuir no rio. Veja as fotos.

Diana Martins (www.expresso.pt)
18:00 Segunda feira, 27 de fevereiro de 2012
O grupo é o mesmo que foi avistado no verão do ano passado
O grupo é o mesmo que foi avistado no verão do ano passado
Paulo Andrade (engenheiro da Associação Náutica da Marina do Parque das Nações)


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/golfinhos-voltam-a-ser-avistados-no-tejo=f707506#ixzz1ngnM9Rxu
 
Há muitos anos que se tinha tornado um fenómeno invulgar avistar golfinhos no Tejo, o que não é de admirar, já que os esgotos de mais de 100 mil lisboetas corriam diretamente para o rio. Agora, é a segunda vez em menos de um ano que se regista a sua presença, consequência da despoluição do estuário.
Os exemplares da espécie roaz-corvineiro - também conhecida como o golfinho Nariz de Garrafa - foram avistados no início do mês. As fotos que registaram o momento mostram o grupo junto a Cacilhas.
Já no no verão passado um grupo de vinte golfinhos foi visto no rio. Segundo Nuno Sequeira, presidente da Quercus, é provável que este pequeno conjunto de roaz-corvineiros faça parte desse mesmo grupo. "Esta espécie já viveu no Tejo no passado. Nos últimos dois anos têm sido registados vários avistamentos, como aconteceu em julho de 2011, e que se podem tornar cada vez mais comuns", afirmou o presidente da Associação Nacional de Conservação da Natureza.
"Apesar de não existirem dados concretos", a melhoria da qualidade da água parece ser a principal razão para o regresso dos golfinhos ao estuário do Tejo. "Com a construção de algumas ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais), como a de Alcântara, e deslocação de indústrias pesadas na Margem Sul, a qualidade da água tem vindo a melhorar", explica o mesmo ambientalista.
Menos poluído, o rio é assim um lugar com mais alimento para esta espécie de golfinhos comuns. Residentes nas águas costeiras do Oceano Atlântico, os golfinhos deslocam-se aos estuários apenas para se alimentarem. Os roaz-corvineiros comem peixe, crustáceos e bivalve, ingerindo cerca de 10 a 15 Kg de alimento diário.  


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/golfinhos-voltam-a-ser-avistados-no-tejo=f707506#ixzz1ngnPsMjj

Projeto Golfinho Rotador

Que maravilhoso poder ouvir um pouquinho o som desses animais incríveis.
http://www.golfinhorotador.org.br/

27/02/2012

Um roteiro para avaliar os impactos sociais das áreas protegidas

24 Fevereiro 2012  |  0 Comments
Ligia Paes de Barros, WWF-Brasil


Conservar a natureza é fundamental. Garantir o bem estar e o desenvolvimento sustentável das populações que dela dependem também.

Foi pensando nisso, que o WWF-Brasil e o Instituto Educação Brasil (IEB) desenvolveram princípios e diretrizes para avaliar os impactos sociais, positivos e negativos, das áreas protegidas.

O objetivo do trabalho é contribuir para o melhor planejamento e gestão dessas áreas e garantir que elas sejam tanto instrumentos de conser¬vação da biodiversidade e dos serviços ambientais, quanto promotoras de um desenvolvimento sus¬tentável das populações que vivem em seu entorno ou interior.

O estudo busca ainda prevenir que a criação de unidades de conservação tenha impactos negativos sobre a população, além de ajudar a superar as falhas e lacunas resultantes de criações de áreas protegidas no passado.

Conforme explica a analista de conservação do WWF-Brasil, Mariana Ferreira, a criação de áreas protegidas traz consigo uma série de benefícios para as populações locais, tais como a preservação dos recursos naturais que garantem sua subsistência, o fortalecimento da identidade cultural, o direito à terra, a presença do Estado e de políticas públicas.

Por outro lado, muitas vezes a falta de investimento, de estudos prévios ou da devida implementação das unidades de conservação podem gerar diversos impactos sociais negativos. 

 “A criação de uma área protegida é sempre um impacto para as populações que vivem próximas a ela. Este impacto pode ser positivo ou negativo, mas é uma mudança a qual é preciso se adaptar”, afirmou Ferreira. “Nós queremos que este estudo ajude a garantir que essa adaptação seja a melhor possível e os benefícios que as populações tenham das áreas protegidas sejam os melhores também”, completou.

O roteiro de avaliação dos impactos sociais indica elementos que devem ser levantados, desde o histórico de criação da UC até a percepção dos atores sobre o impacto, e aponta qual método, fonte, instrumentos devem ser utilizados na avaliação.

O material foi elaborado pelas organizações com a participação de gestores e moradores de unidades de conservação, povos indígenas e grupos afetados de alguma maneira pela criação de áreas protegidas e será compartilhado para que possa apoiar qualquer estudo sobre o tema.


Contexto:
Áreas protegidas: Áreas protegidas são territórios de grande importância ecológica protegidos por lei pelo governo brasileiro ou governos estaduais e municipais com o intuito de conservar a natureza do local ou promover o uso sustentável de seus recursos.

São áreas protegidas: unidades de conservação, tais como parques nacionais e reservas extrativistas, e também Terras Indígenas, delimitadas não com o objetivo maior de conservar a natureza, mas de garantir às populações indígenas o direito à sua terra.

Essas áreas protegidas são criadas após um período de estudo em que se avalia a importância ecológica da área, quais suas características, porque é importante preservá-la, quais devem ser os limites e ainda o contexto social – se há populações locais morando na área ou no entorno.

pesca
Muitas comunidades pesqueiras dependem de reservas extrativistas para proteger seu meio de sobrevivência contra a superexploração.
© WWF-Canon/Edward Parker

Código Florestal: a ciência, as execuções e as novas ameaças exibidas em seminário na Câmara dos Deputados

Queimada ilegal na região da BR-364, no Acre
Segundo estudos, as mudanças no Código Florestal provocariam aumento na devastação das florestas brasileiras
Foto © WWF-Brasil/Bruno Taitson
 
 
24 Fevereiro 2012  |  0 Comments
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável - que reúne mais de 160 organizações da sociedade civil - realiza, nos próximos dias 28, às 14h, no Auditório Nereu Ramos, e 29, às 8h30, no 10º andar do Anexo IV da Câmara dos Deputados, o Seminário Código Florestal - o que diz a ciência e os nossos legisladores ainda precisam saber.
O evento reunirá pesquisadores e cientistas para discutir os impactos negativos das mudanças propostas para o Código Florestal, que estão na pauta para discussão na Câmara dos Deputados, depois de passarem pelo Senado Federal sem mudanças significativas em relação à proposta inicial dos deputados ruralistas. Serão apresentados, ainda, um documentário em vídeo, uma publicação com resumos executivos de estudos científicos e duas análises sobre o tema.
Mortes e ameaças renovadas - Durante o seminário, dia 28, às 18h, será exibido o documentário Toxic Amazônia, dirigido por Bernardo Loyola e Felipe Milanez, sobre a investigação dos assassinatos dos ambientalistas José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, ganhadores o prêmio da ONU Heróis da Floresta, mortos em maio do ano passado, no Pará.
Também durante o evento, será encaminhada aos presentes uma petição pública (http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N20715) em favor da imediata proteção de Laisa Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo e cunhada de José Cláudio, que vem recebendo ameaças de morte, da mesma forma como foram ameaçados sua irmã e seu cunhado, antes de efetivamente serem executados por causa de sua luta contra o desmatamento ilegal do assentamento onde viviam.
No dia 29, quarta-feira, o seminário continua durante o tradicional café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, no Anexo IV, quando serão apresentadas análises produzidas pelo jornalista Leão Serva, sobre Perdas e Ganhos do Código Florestal, e pela doutora em geografia pela Universidade de São Paulo Regina Celia Correa de Araújo, sobre os custos socioambientais do agronegócio no Brasil.
Leão Serva avalia que a opinião pública não teve acesso à melhor informação sobre a tramitação dos substitutivos e que falsos benefícios e alguns mitos foram criados em defesa das propostas.

Criado o Fórum Global de Carne Bovina Sustentável


Desde 2003, o WWF-Brasil vem atuando no estímulo à pecuária orgânica certificada no Pantanal
 
22 Fevereiro 2012  |  0 Comments
Dallas, Texas (EUA), 22 de fevereiro de 2012 – Lideranças do Fórum Global de Carne Bovina Sustentável anunciaram hoje a criação de uma organização independente, sem fins lucrativos, para o aperfeiçoamento contínuo da indústria mundial de carne bovina. Com a adoção de um conjunto de estatutos e regimento interno que darão as diretrizes do trabalho, o Fórum Global de Carne Bovina Sustentável formaliza o compromisso com a cadeia de produção de carne bovina ambientalmente correta, socialmente responsável e economicamente viável, no âmbito mundial.

São membros fundadores do Fórum Mundial de Carne Bovina Sustentável: AllFlex, Aliança da Terra, Cargill, Elanco, Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), JBS, McDonald’s, Merck Animal Health, a Federação de Vida Silvestre dos Estados Unidos (National Wildlife Federation), a Rainforest Alliance, o Fórum de Carne Bovina Sustentável da Austrália, Solidaridad, The Nature Conservancy (TNC), Walmart e o WWF.

”Temos o prazer de anunciar que a organização foi oficialmente criada como pessoa jurídica. Com isso, reafirmamos nosso apoio coletivo a atividades que dão resultados mensuráveis e com base científica, cujo foco são atividades ambientais de alta prioridade e relacionadas à indústria”, afirmou Ruaraidh Petre, presidente do Fórum. “Abordagens ambientalmente sustentáveis mais eficientes para levar a carne bovina da fazenda até o garfo ajudarão a conservar os recursos finitos de nosso planeta e, ao mesmo tempo, servirão para apoiar as nossas comunidades e a renda líquida dos membros da organização”.

O Fórum Global de Carne Bovina Sustentável -- conhecido pela sigla GRSB (de Global Roundtable for Sustainable Beef ) – será registrado sob o Artigo 60 do Código da Suíça, o que lhe permitirá apoiar os membros locais, regionais e nacionais do Fórum em suas propostas de inovações e novas tecnologias, assim como compartilhar as melhores práticas de sistemas de produção de carne bovina. Será também um canal para acessar os vários milhões de euros com os quais o governo da Holanda já se comprometeu para o financiamento de novos treinamentos e tecnologias para melhorar a eficiência e a produtividade dos pequenos produtores. Tais recursos financeiros serão distribuídos entre candidatos a serem selecionados durante os próximos quatro anos.

A abordagem de Mesa Redonda ou Fórum, que é uma iniciativa da Rede WWF -- a principal organização ambientalista mundial --, mobilizou efetivamente a comunidade global de partes interessadas no tema para reduzir os impactos ambientais e sociais e, ao mesmo tempo, manter a lucratividade de produtos populares, tais como frutos do mar, soja e madeira. Formado por representantes da indústria, de ONGs, instituições acadêmicas e centros de estudo e pesquisa, essas mesas redondas ou fóruns globais trabalham para identificar formas científicas e mensuráveis de reduzir os impactos ambientais e aumentar o poder da cadeia de valor para a implementação de soluções.

“O fato de as principais partes interessadas na indústria de carne bovina terem se comprometido com o trabalho conjunto para a criação de uma cadeia de produção de carne bovina que seja mais sustentável constitui um incentivo para nós”, afirma Jason Clay, vice-presidente sênior para Transformação de Mercados do WWF-Estados Unidos. “No WWF, consideramos que esses esforços de colaboração contribuem para os nossos objetivos de conservar as áreas biológicas mais importantes do planeta e, em última instância, de viver em harmonia com a natureza”.

Desde a Conferência Mundial sobre Carne Bovina Sustentável, realizada em novembro de 2010, o Fórum Mundial de Carne Bovina Sustentável deu início a uma série de diálogos em regiões chaves da produção de carne bovina, com o objetivo de compartilhar informações e práticas com toda a indústria de carne bovina, que é bem diversificada. Tais fóruns foram criados na Argentina e na Austrália e houve um alinhamento estratégico entre eles e o Grupo de Trabalho sobre Carne Bovina Sustentável no Brasil. A organização obteve também o endosso do Fórum sobre Bens de Consumo nas questões relativas a carne bovina. O Fórum incentiva os novos membros a aderir aos esforços em prol de um sistema de carne bovina que seja mais sustentável.

Em maio de 2012, durante a Conferência Australiana de Carne Bovina, o Fórum Mundial de Carne Bovina Sustentável irá participar de reuniões com os afiliados na Austrália. No final deste ano, o Fórum pretende ser o anfitrião da II Conferência Mundial de Carne Bovina Sustentável, para que as partes interessadas em todo o mundo tenham a oportunidade de avaliar os novos estatutos e o regimento interno da organização, bem como se envolver, de forma construtiva, nas questões-chave e definir uma agenda para atividades futuras.

Certificação FSC ganha força na indústria da construção

Bruno Taitson, de Atibaia (SP)

Frequentemente, arquitetos e engenheiros comprometidos com a sustentabilidade se queixam da falta de oferta de produtos com a certificação do Conselho de Manejo Florestal (FSC) para a construção de casas e edifícios. Embora o mercado da certificação esteja em crescimento no Brasil e no mundo, nem sempre é possível encontrar produtos com o selo do FSC em depósitos e lojas do ramo. No caso dos telhados, esta realidade está mudando.

A Tégula, empresa brasileira instalada no município de Atibaia (SP), que produz telhas de concreto, aquecedores e painéis solares, é a primeira empresa do país a disponibilizar estruturas para telhados (caibros, vigas, ripas, pilares, tabeiras e forros) confeccionadas com madeira certificada pelo Conselho de Manejo Florestal. Isso significa que o processo produtivo – com matéria-prima advinda de florestas manejadas do Pará – obedece a rigorosos padrões de sustentabilidade socioambiental.

Ao especificar para uma obra estruturas para telhado da Tégula, o arquiteto ou engenheiro sabe que a extração da madeira não agride as florestas e é feita por empresas que cumprem a legislação ambiental e trabalhista, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de comunidades amazônicas. Enfim, o processo é sustentável em todos os elos da cadeia produtiva. Além disso, é importante ressaltar que a estrutura do telhado responde por cerca de 3% dos custos totais de uma construção, o que torna a opção pelo produto certificado algo viável também do ponto de vista financeiro.

Para Mauro Armelin, coordenador do programa Amazônia do WWF-Brasil, é fundamental que a sociedade passe a demandar mais esse tipo de produto, estimulando o setor produtivo a optar pela sustentabilidade. “Empresas ambientalmente responsáveis, que optam pela certificação, precisam ser reconhecidas pelos consumidores. A Rede WWF, em todo o planeta, estimula a certificação FSC por acreditar nos negócios que conciliem conservação da natureza, qualidade de vida para comunidades e viabilidade econômica”, resume.

Ainda de acordo com Mauro Armelin, é importante que a sociedade brasileira tenha conhecimento de que há oferta de produtos certificados de qualidade a preços acessíveis. “É muito comum escutarmos que não existe produto certificado disponível no mercado brasileiro. Em algumas situações, isso é verdadeiro, mas a indústria nacional tem evoluído bastante nesse quesito e já oferece uma gama muito maior de itens com o selo FSC”, assegura o coordenador.

Além das estruturas para telhados, a Tégula também trabalha com as telhas de concreto, que são mais sustentáveis por terem maior durabilidade e resistência. Com sete fábricas localizadas nos estados de São Paulo (3), Goiás, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Tégula faz parte do Green Building Council, possui sistemas de aquecimento solar e captação de água de chuva em suas unidades produtivas. “A sustentabilidade está incorporada em nosso DNA”, orgulha-se Eduardo Carneiro, supervisor de desenvolvimento de produtos da empresa.

As espécies madeireiras utilizadas pela Tégula para estruturas de telhado são copiúba, cambará, pequiá e cedrinho. A matéria-prima provém de florestas manejadas sob coordenação da empresa Orsa Florestal.
Eduardo Carneiro, da Tégula: "A sustentabilidade está incorporada em nosso DNA"
© WWF-Brasil/Bruno Taitson
 

23/02/2012

Médico alerta: Brasil não está livre da gripe suína

O presidente da SPPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia), Igor Bastos, disse nesta segunda-feira (20) que a população brasileira está “se esquecendo” da influenza A (H1N1), que ficou conhecida como gripe suína, e alertou que o país ainda registra casos, inclusive graves, da doença.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele lembrou que as doenças respiratórias atingem a população de maneira frequente, sobretudo no inverno, quando há maior aglomeração em ambientes fechados.
- Mas isso não quer dizer que no verão não possamos ter casos. É menor o índice, mas, mesmo assim, pode acontecer.
Outro fator importante, segundo o médico, é a imunização contra a gripe suína.
- Existe a vacinação, mas muitas pessoas deixaram de tomar a vacina. A vacinação é uma maneira de evitar a doença sim, mas a vacina, apesar de a gente acreditar que imuniza, muitas vezes pode não imunizar, dependendo da pessoa. Mesmo vacinado, você pode ter doenças.
Por isso, Bastos destacou que cuidados básicos como lavar bem as mãos com água e sabão e cobrir a boca ao tossir devem ser reforçados. Pessoas com doenças respiratórias crônicas, como enfizema pulmonar e bronquite, e pessoas imunossuprimidas (com baixa eficiência do sistema imunológico) devem ter os cuidados redobrados.
No fim do ano passado, especialistas alertaram que o Brasil não está livre de enfrentar nova epidemia de gripe suína, como a que atingiu o país em 2009. De acordo com o representante da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Otávio Oliva, a doença pode voltar a atingir o Brasil e outros países em forma de pandemia.
Fonte: R7
(Originalmente publicada pela Agência Brasil)

Reservas naturais itinerantes podem salvar espécies marinhas de extinção, mostra estudo

Cientistas norte-americanos divulgaram que as áreas de preservação dos oceanos, onde a caça e a pesca não são permitidas, precisam ser móveis para proteger as espécies marinhas. A ideia de que apenas áreas fixas de preservação no oceano podem ser criadas está ultrapassada e não reflete o comportamento dinâmico de algumas criaturas marinhas, segundo membros da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
“Menos de 1% do oceano está protegido atualmente e esses parques marinhos tendem a ser determinados ao redor de objetos que ficam parados, como recifes de coral ou montanhas marinhas”, disse o professor Larry Crowder, diretor científico do Centro para Soluções Oceânicas da Universidade de Stanford.
“Mas, estudos com rastreamento mostraram que muitos organismos – peixes, mamíferos marinhos, tartarugas marinhas, aves marinhas e tubarões – respondem a traços oceanográficos que não têm um ponto fixo”, acrescentou. Crowder e outros cientistas ressaltaram que o desafio agora é tentar determinar um sistema de reservas marinhas que seja tão dinâmico quanto as criaturas que se tenta proteger.
Pesquisas mostraram como as espécies marinhas respondem a correntes e caminhos nas águas e como as criaturas seguem os nutrientes e as redes alimentares que são levadas por esses eventos pelo oceano. Esses eventos são móveis, mudam de posição e, para Crowder, as reservas marinhas do futuro precisam refletir essas características.
A implementação de áreas marinhas protegidas tem sido uma luta dos conservacionistas e muitos dos envolvidos poderão hesitar diante da ideia de reservas definidas por outros fatores que não sejam coordenados em mapas marinhos. Crowder garante que essa nova proposta é realista.
“Além de saber onde os animais estão indo e como eles respondem às características oceânicas, também sabemos muito mais onde os pescadores estão. Os pescadores têm um GPS muito preciso. Então não acho que está fora das possibilidades fazer com que os pescadores obedeçam à fronteira de uma reserva móvel”, disse.
A nova proposta foi apresentada pelos cientistas na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Vancouver, no Canadá. Segundo eles, o enorme volume de dados levantados com o rastreamento de criaturas marinhas levou à conclusão de que as reservas precisam ser itinerantes.
Fonte: Agência Brasil
(Originalmente postada pela BBC Brasil)
Imagem meramente ilustrativa

Britânicos projetam ‘casa anfíbia’ à prova de enchentes

Autoridades britânicas autorizaram a construção daquela que seria a primeira “casa anfíbia” do país, projetada para ser imune a inundações.
De acordo com os arquitetos responsáveis pelo projeto, a casa será apoiada em fundações fixas, mas, em caso de uma inundação, a construção inteira se erguerá e flutuará sobre a água.
A casa deve ser erguida em uma ilha na cidade de Marlow (condado de Buckinghamshire), a apenas 10 metros da margem do rio Tâmisa.
Com 225 metros quadrados, ela substituirá um bangalô, construído no início do século 20 e em más condições de preservação.
FLUTUANTE
A residência foi projetada pelo escritório de arquitetura Baca, com sede em Londres, especializado em construções resistentes a inundações.
De acordo com os arquitetos, a casa ficará apoiada entre quatro “golfinhos”, ou postes verticais permanentes que manteriam a construção flutuante no lugar durante uma enchente.
Estes postes, normalmente encontrados em marinas, foram integrados ao design da residência e serão visíveis do lado de fora.
Construída de madeira leve, a parte habitável da casa será altamente isolada e apoiada em uma cobertura de concreto, criando uma plataforma flutuante.
O jardim, segundo os arquitetos, funcionará como um sistema de alerta, com plataformas posicionadas em diferentes níveis, projetadas para inundar gradualmente e, assim, chamar a atenção dos moradores antes que a água chegue a um nível ameaçador.
A “casa anfíbia” foi projetada porque as leis urbanas da região onde a construção original está localizada não permitiriam que, ao ser reformada, ela ficasse muito alta.
“Se ela fosse trocada por uma nova habitação, o piso teria de ser erguido para 1,5 metro acima do nível do chão”, diz o diretor da Baca, Richard Coutts.
CUSTO
De acordo com Coutts, os custos de uma casa anfíbia são entre 20% e 25% maiores do que de uma casa convencional do mesmo tamanho.
No entanto, diz, o investimento é compensado pela economia feita com a redução dos gastos com seguros.
Embora se estime que a região sofra com apenas uma inundação a cada 20 anos, o nível do Tâmisa é motivo de temor por parte dos moradores. Em 2007, uma cheia do rio causou enormes prejuízos.
“Uma cidade resistente precisa ser adaptável, e para ser adaptável, o ambiente construído [pelo homem] precisa inovar”, afirma o diretor da Baca.
“O design anfíbio é uma das soluções que possibilita aos residentes viver com segurança e adaptar-se aos desafios das mudanças climáticas, e nós estamos muito ansiosos para construir o primeiro exemplo desta abordagem no Reino Unido.”
Fonte: Folha.com
A casa terá fundações fixas que, durante a enchente, vão erguê-la para flutuar sobre a água

Acidez na água dos oceanos ameaça 30% das espécies, mostra pesquisa

Pesquisa da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, indica que os oceanos do planeta estão ficando cada vez mais ácidos. No ritmo atual, segundo os cientistas, cerca de 30% das espécies marinhas podem ser extintas até o fim do século. De acordo com a pesquisa, a água do mar está ficando mais ácida devido ao dióxido de carbono.
Os cientistas examinaram a água abaixo dos vulcões, nas quais o dióxido de carbono ocorre naturalmente, para verificar como a vida marinha lida com a água mais ácida. Segundo os pesquisadores, nos próximos anos a água marinha começará a afetar alguns organismos e alguns tipos de corais não conseguirão sobreviver.
O trabalho foi apresentado pelo cientista britânico Jason Hall-Spencer, que estudou as aberturas vulcânicas no oceano. Segundo ele, a conclusão da pesquisa é um “aviso” sobre o futuro dos ecossistemas marítimos. O trabalho foi apresentado por ele durante conferência em Vancouver, no Canadá.
Hall-Spencer disse que examina as aberturas vulcânicas como uma máquina do tempo. “Nem todas as espécies estão calcificadas. Há conchas e esqueletos rígidos e existem outros organismos com corpos macios que também deixam o mar [em busca de qualidade de vida]”, explicou.
O cientista ressaltou que há 55 milhões de anos aconteceu situação semelhante à identificada na pesquisa, que leva cerca de 10 mil anos para ocorrer. Segundo Hall-Spencer, os oceanos precisam de aproximadamente 125 mil anos para se recuperar e obter de volta a “química normal”.
“[Ou seja], o que fizermos ao longo dos próximos 100 anos ou 200 anos pode ter influência nos ecossistemas oceânicos de dezenas de milhares a milhões de anos. Essa é a implicação do que estamos fazendo com os oceanos agora”, destacou Hall-Spencer.
Fonte: Agência Brasil
Autor: Renata Giraldi

As boas perspectivas de uma economia criativa e sustentável

Uma sociedade consumista baseada na compra irracional e por impulso ainda permanece firme e forte sem apresentar mudanças relevantes num horizonte de curto prazo. A publicidade segue firme vendendo produtos e serviços baseados naquilo que, efetivamente, eles não oferecem: alegria, amor e emoções, ou seja, o alcance da felicidade puramente pela via da aquisição de bens materiais.
Quantas vezes não compramos algo baseado nessas qualificações maravilhosas e realizadoras, mas passado um tempo, em geral bastante curto, descobrimos estupefatos que eles nada mais eram do que objetos inanimados e desprovidos dessa capacidade de realizar sonhos e desejos. Quando úteis, as premissas iniciais apesar de não se concretizarem, serão capazes de justificar a aquisição desses produtos para situações mais corriqueiras e menos fantasiosas. Em caso contrário, quando as emoções “vendidas” pelo anúncio não se comprovarem, restará aquele vazio depressivo e, muitas vezes, um triste e desnecessário desfalque na conta do mês.
Mas como dizia a minha e as avós de muita gente: “tudo na vida tem solução, menos a morte!”. Pois eis que se consolida no Brasil, uma maneira de, ao menos, remediar aquela compra mal feita. A popularização de sites que vendem usados, como o Mercado Livre, já é uma realidade. Agora o que começa a fazer parte da realidade brasileira é a troca e em menor medida, até mesmo o aluguel de produtos e serviços.
Recentemente, entraram em operação, entre outros, os sites DescolaAí e BuscaLá. Assim como o Mercado Livre, eles também anunciam a venda de usados, mas têm como foco principal o modelo de negócios conhecido como compartilhamento de bens. Exatamente aquele baseado na troca e aluguel.
No caso da locação de produtos, é claro que não estamos fazendo referência ao aluguel de veículos ou de uma casa na praia, e sim de situações bem menos usuais como, por exemplo, o de uma furadeira. Excelente para o uso durante alguns minutos, depois largada num canto para tomar pó e se degradar muitas vezes por anos.
Nesse sentido, o compartilhamento de bens pode se tornar um grande aliado para o desenvolvimento sustentável em nosso país. Afinal, a ideia de utilizar durante um período, ao invés de adquirir determinados produtos, reduz o impacto ambiental da produção ao mesmo tempo em que mantêm a economia aquecida.
Sem dúvida que será preciso vencer enormes barreiras culturais baseadas na posse, mas ao menos, as perspectivas são bastante positivas. Nos Estados Unidos e na Europa essa prática possui exemplos de segmentos específicos como o de roupas e brinquedos infantis. São casos de sucesso já comprovado e que rendem a esses sites receitas contadas aos milhões de dólares e euros.
Marcello Simonsen, idealizador do Buscalá, ficava assustado com a enorme geração de lixo das famílias e da sua própria. Além de fazer mudanças no seu próprio cotidiano como a redução no uso de embalagens, reciclagem e doação de bens com pouco ou nenhum uso, pensou que ali poderia estar a possibilidade de um novo negócio. Primeiro Marcello pensou em abrir uma usina de lixo para reciclagem. Desistiu da ideia, mas manteve o foco e criou o BuscaLá ao conhecer algumas experiências internacionais exitosas.
Em funcionamento há menos de um ano (junho de 2011), o BuscaLá, segundo seu criador, espera consolidar o site e a marca. Para conseguir isso, nos parece que o caminho não será fácil, ainda mais se como diz Marcelo o objetivo é conseguir que o aluguel de produtos e serviços assuma um lugar de grande destaque no faturamento do site.
A busca por parcerias com negócios tradicionais e consolidados parece oferecer boas chances para chegar aos resultados almejados pelos sócios do BuscaLá. “Estamos começando agora a trabalhar com loja de usados e o site irá funcionar como um e-commerce externo dando maior visibilidade e apoio a esses negócios”, explica Marcello.
Ainda temos um longo caminho para incutir na mentalidade do brasileiro que mais do que POSSUIR melhor e ideal para todos é USUFRUIR efetivamente dos benefícios oferecidos pelo produto. Sem dúvida, será melhor para o bolso da gente e para o futuro do planeta.
Muita coisa precisa mudar, mas felizmente, já há quem enxergue nesse mundo boas possibilidades de transformação rumo ao desenvolvimento sustentável. Que venham mais negócios assim!
Endereços dos sites citados:
Autor: Reinaldo Canto - jornalista, consultor e palestrante. Foi diretor de Comunicação do Greenpeace e coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. É colunista da revista Carta Capital, colaborador da Envolverde e professor de Gestão Ambiental na FAPPES.
** Publicado originalmente no site da Carta Capital.
Fonte: Envolverde
Sites de venda, troca e aluguel de usados oferecem uma bela alternativa ao consumismo compulsivo.

Brasil vai sediar comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente

O Brasil sediará as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado no dia 5 de junho. O tema deste ano será Economia Verde: Ela Te Inclui?
O anúncio foi feito hoje (22) em Nairobi (Quênia), onde a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reuniu-se com o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner.
As comemorações vão ocorrer três semanas antes de o Brasil sediar a Rio+20, encontro que vai discutir os progressos do desenvolvimento sustentável nos últimos 20 anos, além dos futuros desafios para o meio ambiente.
Há duas décadas, o Brasil sediou as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, durante a Cúpula da Terra.
Fonte: Agência Brasil

22/02/2012

Furacões irão se tornar mais frequentes

Quando o Furacão Irene atingiu a costa leste dos EUA no último verão, devastando dezenas de comunidades com enchentes recordes, muitas pessoas disseram que era um daqueles eventos do tipo “um em cada cem anos.” Mas um novo estudo sugere que vai demorar muito menos que isso até que eles ocorram de novo.
Uma equipe de cientistas do MIT e da Universidade Princeton utilizou diversos simuladores de furacões para determinar com qual frequência tempestades poderiam levar a inundações, sob uma variedade de modelos de previsão do clima.
O que eles descobriram torna a “tempestade do século” uma mera hipérbole. De acordo com os cientistas, os efeitos da mudança do clima nos sistemas do tempo podem significar que coisas como o Furacão Irene, antes consideradas raras, aconteçam entre cada 3 a 20 anos.
Para simular a atividade presente e futura em uma região, os pesquisadores combinaram quatro modelos de clima com um modelo específico de furacão. Os modelos combinados geraram 45.000 tempestades sintéticas dentro de um raio de 200 km em torno de Battery Bark, na ponta sul de Manhattan.
Eles estudaram cada modelo do clima sob dois cenários: um condição de “clima atual,” representando de 1981 a 2000, e uma condição de “clima futuro,” para os anos 2081 a 2100, baseados nas projeções futuras de emissões moderadas de carbono do Painel Intergovernamental Sobre a Mudança do Clima (IPCC) da ONU.
Houve alguma variação entre os modelos, mas a equipe descobriu que no geral tempestades intensas vão ser mais frequentes com a mudança do clima, informa oTree Hugger. Estes dados poderão instruir novas políticas de construção de infraestrutura que protejam vidas humanas e propriedades.
Autor: José Eduardo Mendonça
Fonte: Planeta Sustentável
Estudo pode ajudar a cuidar de resiliência || Foto: ©NASA

LEI do LIXO : obrigação para prefeituras, cidadãos e empresas

Todo mundo tem responsabilidade sobre o lixo. Agora, o Brasil tem uma lei, a dos resíduos sólidos, chamada de “Lei do lixo”. Ela passou 20 anos no Congresso e estabelece obrigações para os municípios, empresas e também compromissos para o cidadão.
Após 2014 não poderá mais haver lixões. Todo município terá de fazer algo. Por isso, é preciso se preparar a partir de agora.
O cidadão pode se preparar para essa separação do lixo. Eu, por exemplo, sempre fiz isso e colocava na porta de casa. Mas, depois de assistir a uma reportagem do Bom Dia Brasil mostrando que a empresa jogava tudo junto, no mesmo lugar, mudei minha maneira de agir: procurei uma instituição e entrego para ela, que certamente vai dar um destino ao lixo reciclado.
Cada cidadão pode fazer sua parte, não é só obrigação do governo ou das empresas. Afinal de contas, o planeta é de todos nós.
Fonte : Miriam Leitão/Bom Dia Brasil

A reciclagem dá dinheiro?


reciclados que viram presentes/ Foto: Divulgação
A reciclagem/coleta seletiva pode dar dinheiro, sob um ponto de vista mais amplo, pois o material que estava indo primeiramente para o lixo pode passar a ser vendido, gerando algum recurso, mesmo que seja baixo. Entretanto, não é aconselhável que um condomínio, escola ou outro tipo de grupo comece um trabalho de implantação da coleta seletiva com o único intuito de gerar dinheiro. Isso porque o valor de comercialização do material reciclável, em geral é muito baixo.
É possível gerar renda, mas se a coleta for encarada como um negócio, com planejamento, estudo de receitas e despesas, etc. Esse planejamento demanda esforço e o recolhimento de uma quantidade considerável de materiais, para que o volume compense o baixo valor unitário do quilo dos materiais. Para informações mais detalhadas, consulte o GEA (Tel. (11) 3058-1088).
Quem pode reciclar?
A atividade de reciclagem é habitualmente industrial, pois trata-se de transformar um material já usado em outro artigo novo, que vai voltar a ser consumido. O que as pessoas costumam chamar de reciclagem é, na verdade, a coleta seletiva, que se trata da separação dos materiais recicláveis, de maneira que eles possam ser (AÍ SIM!) enviados para reciclagem.
Entretanto, algumas atividades de reciclagem são possíveis em pequena escala, como por exemplo numa oficina de papel reciclado artesanal , produtos artesanais feitos com sucata e algumas pessoas que estão fazendo vassouras com garrafas PET.
Qual o preço de venda dos materiais?
Consulte o site do CEMPRE – Compromisso Empresarial para a Reciclagem (http://www.cempre.org.br/), pois eles trazem esses valores sempre atualizados.
 
Juntei bastante material, quem vem buscar?
Nas cidades onde há coleta seletiva, é só ligar para a Prefeitura e descobrir se há coleta em sua rua (quais são os dias, horários, etc.); e se o caminhão não passar em seu bairro, verificar onde há postos de coleta, para onde você pode encaminhar seu material.
Nas cidades onde não há coleta seletiva (infelizmente, a maioria), é preciso um pouco mais de trabalho, pesquisando sucateiros ou entidades beneficentes que estejam interessados em retirar seu material, ou levando até um local de coleta. O GEA pode ajudá-lo a encontrar um local adequado.
De qualquer maneira, NUNCA comece seu programa de coleta seletiva pela atividade de juntar materiais recicláveis. É preciso, em PRIMEIRO LUGAR, saber como vai ser escoado o material, para evitar ter de jogar tudo no lixo, por falta de planejamento.
Tempo de decomposição dos materiais(esses valores são apenas referenciais, pois o tempo de decomposição está diretamente relacionado ao volume do material e as condições em que ele está disposto no solo) 

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Produtos feitos com sucata ou materiais recicláveis
Você sabia que há muitos produtos feitos a partir da sucata, ou dos materiais recicláveis? Há algumas oficinas de papel reciclado que estão dando trabalho a muita gente, desde adolescentes de rua até deficientes físicos. Além disso, há produtos industriais, cuja matéria-prima são resíduos de plástico ou papel. Vejamos alguns exemplos:
PAPEL RECICLADO
Existe o papel reciclado artesanal (feito folha a folha, à mão) e o papel industrial. Os produtos feitos artesanalmente são muitas vezes pequenas obras de arte, em que o artista usa sua imaginação e os restos de papel usado para criar pastas, capas, porta-retratos, mostradores de relógio e uma infinidade de objetos.
Fonte : INSTITUTOGEA

Pneus _ O mercado para reciclagem

A reciclagem evita queimadas a céu aberto
A trituração dos pneus para obtenção de borracha regenerada, mediante a adição de óleos aromáticos e produtos químicos desvulcanizantes é uma das alternativas para a reciclagem desse material. Com a pasta resultante deste processo, as empresas produzem tapetes de automóveis, mantas para quadras esportivas, pisos industriais e borrachas de vedação, entre outros. No Brasil já há tecnologia em escala industrial que produz borracha regenerada por processo a frio, obtendo um produto reciclado com elasticidade e resistência semelhantes ao do material virgem. Além do processo mecânico, existe uma tecnologia que emprega solventes capazes de separar o tecido e o aço dos pneus, permitindo seu reaproveitamento.
Uma das formas mais usuais de aplicação dos pneus inservíveis é como combustível alternativo para a indústria de cimento, que hoje responde por 84% do total. Os demais 16% estão distribuídos para outros usos, como solados de sapatos, borrachas de vedação, dutos pluviais, quadras poli-esportivas, pisos industriais e peças de reposição para a indústria automobilística, como tapetes de carros. A indústria de pneumáticos também tem acompanhado e aprovado os estudos para utilização desses  pneus como componentes para a fabricação de manta asfáltica e asfalto borracha.
O pó gerado na reforma de pneus e os restos de pneus moídos podem ser aplicados na composição de asfalto de maior elasticidade e durabilidade, além de atuarem como elemento aerador de solos compactados, pilhas de composto orgânico e outros artefatos de borracha como, solados, tubos, tapetes, pisos ou combustível – já que o poder calorífico do pneu é maior que do óleo combustível e do carvão.
Problemas de logística e de fiscalização diminuem o número de pneus que são dispostos adequadamente, segundo informações da indústria.Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Reciclagem de Pneus e Artefatos de Borrachas (Arebop), o Brasil reciclou cerca de 270 mil toneladas em 2009. Este ano, a reciclagem deve ficar em 290 mil. Já o descarte estimado é de 330 mil e 350 mil toneladas.
Desde o início do Programa criado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) até o primeiro semestre deste ano, a entidade contabilizou para destinação ambientalmente adequada 898 mil toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 180 milhões de pneus de automóveis. Em 2009, foram 118 mil toneladas reaproveitadas, ou 24 milhões de pneus de passeio. Para atingir esses resultados, a indústria de pneus investiu US$ 64 milhões desde o início do Programa até junho deste ano, valor que totalizou US$ 71 milhões até o final de 2009.
Em 2009 o índice de reciclagem de reciclagem de pneus no Brasil foi de 73% o mesmo de 2008. Existem cerca de 30 empresas que processam pneus no país inteiro. A capacidade instalada de reciclagem – em todas as unidades – hoje é de um volume superior a 336 mil toneladas por ano. Com o funcionamento das novas unidades (469 postos de coleta), este número passa para 350 mil toneladas.
VALOR



Pneus com meia vida ou carcaças passíveis de recauchutagem têm “valor positivo”. Pneus não passíveis de recuperação têm “valor negativo”: os geradores da sucata normalmente pagam às empresas de limpeza urbana para o recebimento do material.
Conhecendo o material

O Brasil produziu 54,5 milhões de pneus em 2009. Um terço disso é exportado para mais de 85 países e o restante roda nos veículos nacionais. Apesar do alto índice de reforma no País, que prolonga a vida útil dos pneus (no caso daqueles destinados a caminhões e ônibus o pneumático é reformado mais de duas vezes), parte deles, já desgastada pelo uso, acaba parando nos lixões, na beira de rios e estradas, e até no quintal das casas, onde acumulam água que atrai insetos transmissores de doenças. Os pneus e câmaras de ar consomem cerca de 70% da produção nacional de borracha e sua reciclagem é capaz de devolver ao processo produtivo de terceiros setores (por razões de ordem tecnológica, não retorna para a indústria de pneumáticos) um insumo regenerado por menos da metade do custo que o da borracha natural ou sintética. Além disso, economiza energia e poupa petróleo usado como matéria-prima virgem.

Os pneus inteiros são reutilizados como proteção em garagens evitando o choque dos veículos, em pistas de corrida como na Fómula 1, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e produtos artesanais. No Brasil, os pneus usados são reaproveitados como estrutura de recifes artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira, mas nenhuma dessas alternativas de destinação são reconhecidas pelo Ibama como ambientalmente adequadas. É possível recuperar energia com a queima de pneus velhos em fornos controlados, inteiros ou picotados – cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo. No Brasil, a utilização como combustível promoveu no período de 1999 a 2004 a destruição de 150 mil toneladas de pneus, equivalente a 30 milhões de pneus de automóvel usados, proporcionando economia de 720 mil toneladas de óleo. A usina da Petrobras em São Mateus do Sul no Paraná incorpora no processo de extração de xisto betuminoso, pneus moídos que garantem menor viscosidade ao mineral e uma otimização do processo.
Sua história
Depois que o norte-americano Charles Goodyear descobriu, no século XIX, o processo de vulcanização, deixando cair borracha e enxofre casualmente no fogão, a demanda por esse produto se multiplicou no mundo. Mais tarde, a Alemanha começou a industrializar borracha sintética a partir do petróleo (temos informações que iniciou-se nos EUA, a partir das dificuldades provocadas pela escassez de Borracha Natural na II Guerra Mundial). A reforma de pneus e posteriormente a recuperação de energia foram as primeiras formas de reciclagem de pneus. Com o avanço tecnológico, surgiram novas aplicações, como a mistura com asfalto, em concentração de 15% a 25%, apontada hoje nos EUA como uma das melhores soluções para o fim dos cemitérios de pneus.
E as limitações?
Poluição
A queima de pneus para aquecer caldeiras é regulamentada por Resolução do Conama. Ela determina que a fumaça emanada se enquadre no padrão I da escala de Reingelmann para a totalidade de fumaças. Os principais usuários de pneus em caldeiras são as indústrias de papel e celulose e de produtos alimentícios, e em fornos rotativos são as fábricas de cimento, que podem usar até a carcaça inteira e aproveitam alguns óxidos contidos nos metais dos pneus radiais. A queima a céu aberto, que libera emissões gasosas e gera fumaça negra de forte odor, nas quais estará presente o dióxido de enxofre, é proibida em vários países, inclusive no Brasil.
É importante saber…
Redução na Fonte de Geração
Nos últimos 40 anos, a melhoria das técnicas de manufatura, como a radialização e o emprego de malhas metálicas, aumentou em muito a vida útil dos pneus. A reforma de pneumáticos, que no Brasil atinge 70% da frota de transporte de carga e passageiros, e em menor escala no caso dos automóveis, como também acontece na U.E., e EUA é outro importante meio para se reduzir o descarte desses resíduos.
Compostagem
A sucata de pneu não pode ser transformada em adubo. Mas a borracha cortada em pedaços de 5cm pode ajudar na aeração do composto orgânico. Essas partículas devem ser retiradas do adubo antes da comercialização.
Incineração
O pneu pode se transformar em combustível alternativo, com poder calorífico de 12 mil a 16 mil BTUs por quilo, superior ao carvão.
Aterro
Dispostas em lixões, aterros, ou outros locais abertos, as carcaças atraem roedores e mosquitos transmissores de doenças. Às vezes, devido a problemas de compactação, pequenos pedaços de pneus aterrados podem voltar à superfície. Algumas cidades proíbem a colocação de pneus usados inteiros em aterros.
O ciclo da reciclagem
Voltando às Origens
Cortados em lascas, os pneus velhos são transformados em pó de borracha, purificado por um sistema de peneiras. O pó é moído até atingir a granulação desejada e, em seguida, pode passar por tratamento químico para possibilitar a desvulcanização da borracha ou somente através de processo mecânico de granulação, peneiras e aspiração que permite um custo bem menor e de menor impacto ambiental que o químico. Em autoclaves giratórios, o material recebe o oxigênio, calor e forte pressão, que provocam o rompimento de sua cadeia molecular. Assim, a borracha é passível de novas formulações. Ela sofre um refino mecânico, ganhando viscosidade, para depois ser prensada. No final do processo, o material ganha a forma de fardos de borracha regenerada. Eles são misturados com outros ingredientes químicos para formar uma massa de borracha que é moldada ao passar por uma calandra e um gabarito. Numa bateria de prensas, a borracha é vulcanizada, formando os produtos finais, como tapetes de carro.
Fonte : CEMPRE _Compromisso Empresarial para Reciclagem