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31/07/2012

Ferro contra mudanças climáticas


Uma estratégia contra as mudanças climáticas pode vir, afinal, da geoengenharia. O planeta pode ficar menos quente se mais sulfato de ferro for jogado nos mares. A teoria, dada como morta após experimentos frustrados até três anos atrás, ressuscitou na edição desta semana da revista “Nature”, com a divulgação de novos resultados obtidos próximos à Antártica por uma equipe do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha (AWI). Se um programa global for implantado — e bem-sucedido — como o da associação alemã, a fertilização dos oceanos poderá enxugar da atmosfera cerca de 1 gigatonelada de carbono por ano, o equivalente a 10% das emissões de gases-estufa.
O sulfato de ferro serve de alimento para fitoplânctons, base da cadeia alimentar nos oceanos. Estes organismos microscópicos capturam CO2 para o fundo do mar e, assim, contribuem para amenizar o aquecimento global. Há, no entanto, regiões no oceano em que a quantidade de ferro é insuficiente, o que dificulta o crescimento do plâncton. Um destes pontos foi o eleito pela equipe do AWI.
— A Corrente Circumpolar Antártica (CCA), apesar de muito rica em nutrientes, tem produtividade baixa de plânctons, porque o elemento essencial para toda a vida, o ferro, está faltando — explica o pesquisador-chefe da expedição, Victor Smetacek. — Selecionamos um redemoinho fechado de 60 quilômetros de comprimento e 4 quilômetros de profundidade dentro da corrente para realizar o Eifex, como batizamos nosso experimento.
Em 2009, um experimento da mesma equipe no Atlântico Sul foi frustrado porque as algas, antes mesmo de crescerem, foram engolidas por pequenos crustáceos. Dessa vez, elas conseguiram desenvolver um reservatório, que impedia o uso daqueles organismos como pastagem.
Além da CCA, outras regiões como o Pacífico Norte e o Oceano Equatorial sofrem com a mesma limitação de ferro. No entanto, segundo Smetacek, a fertilização do oceano com a substância teria um efeito maior sobre a captura de CO2 na atmosfera no Oceano Antártico, onde o problema é maior.
A fertilização dos oceanos é uma das teorias mais conhecidas da geoengenharia, um conjunto de técnicas para mitigar o aquecimento global, como o desenvolvimento de escudos espaciais para refletir a l
Fonte: O Globo
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Geoengenharia cultiva plâncton no Atlântico para aumentar absorção de CO2
Geoengenharia cultiva plâncton no Atlântico para aumentar absorção de CO2

Número recorde de baleias-francas é visto no litoral de Santa Catarina


Um número recorde de baleias-francas foi visto nesta quinta (26) e sexta-feira (27)  no litoral catarinense. Foram 103, de acordo com os monitoramentos feitos pelo Projeto Baleia Franca divulgados na tarde desta sexta (27).
Na primeira parte do sobrevoo, feito na quinta (26) foram vistos 62 animais entre Imbituba, no sul catarinense, e Torres, no Rio Grande do Sul. Na segunda parte, realizada na sexta (27), entre Imbituba e Lagoinha do Leste, em Florianópolis, foram observadas mais 41 baleias. Do total dos dois dias, 32 eram filhotes, muito deles bem pequenos, podendo ter nascido há poucos dias.
Desde julho de 2002, quando o primeiro monitoramento por voo foi realizado,  este é o ano em que mais baleias foram avistadas. O recorde anterior pertecia a 2009, quando foram vistos 61 animais. Alguns desses mamíferos, que estiveram no litoral catarinense há três anos, retornaram para procriar, já que o ciclo reprodutivo da espécie é trianual, segundo o Projeto Baleia Franca.
Também foi localizado um filhote albino, ocorrência rara na espécie devido à baixa probabilidade de combinação genética necessária para essa característica. “O resultado deste sobrevoo pode ser um reflexo do crescimento populacional da espécie e é uma recompensa por nossos esforços de conservação e pesquisa do Projeto Baleia Franca”, comemora Karina Groch, diretora de pesquisa da entidade.
Fonte: G1
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Filhote albino, ocorrência rara na espécie, foi um dos animais observados  (Foto: Paulo Flores, ICMBio/PBF-Brasil)
Filhote albino, ocorrência rara na espécie, foi um dos animais observados (Foto: Paulo Flores, ICMBio/PBF-Brasil)

Causa das mudanças climáticas é humana, admite cético do clima


Um conhecido cético das causas humanas das mudanças climáticas, o americano Richard Muller, mudou de postura e afirmou nesta segunda-feira que agora acredita que os gases causadores de efeito estufa são responsáveis pelo aquecimento global.
“Não esperava isso, mas como cientista, acho que é meu dever permitir que a evidência mude minha opinião”, declarou Muller, professor de física na Universidade da Califórnia em Berkeley, em um comunicado.
Muller integra uma equipe de cientistas em Berkeley que estuda como as mudanças de temperatura podem estar relacionadas com a atividade humana, ou com fenômenos naturais como a atividade solar e vulcânica.
A temperatura média da superfície terrestre aumentou 1,5 grau Celsius nos últimos 250 anos, e “a explicação mais simples deste aquecimento são as emissões humanas de gases de efeito estufa”, disse a equipe em um relatório publicado online esta segunda-feira.
A análise remonta a cem anos mais do que a pesquisa prévia e assume uma postura ainda mais forte do que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, que em 2007 informou que “a maior parte” do aquecimento dos últimos 50 anos se pode atribuir à atividade humana e que uma maior atividade solar antes de 1956 poderia ter contribuído em parte para o aquecimento da Terra.
A análise da equipe de Berkeley disse que “a contribuição da atividade solar ao aquecimento global é insignificante”.
Sua conclusão, esclareceu, não se baseia em modelos climáticos, que segundo os cientistas podem conter erros.
Ao contrário, se baseia “simplesmente na concordância entre a forma observada em que subiu a temperatura e o aumento de gases de efeito estufa conhecido”.
A pesquisa futura levará em conta a temperatura dos oceanos, não incluída no informe recente, destacou este grupo de especialistas.
Em um artigo opinativo no New York Times, publicado neste fim de semana, Muller se definiu como “um cético convertido” e explicou como passou de ser um cientista que questionava a “própria existência do aquecimento global” a um que apóia a maioria da comunidade científica e acredita que o aquecimento atmosférico é “real”.
“Agora vou um passo além: os seres humanos são quase totalmente a causa”, acrescentou.
A equipe de Berkeley inclui o prêmio Nobel Saul Perlmutter e a climatologista Judith Curry, do Instituto de Tecnologia da Geórgia (sudeste).
Fonte: Folha.com
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Causa das mudanças climáticas é humana, admite cético do clima
Causa das mudanças climáticas é humana, admite cético do clima

Maior cético climático se converte depois de estudo


O físico norte-americano Richard Muller, fundador do projeto Temperatura da Superfície da Terra da Universidade de Berkeley (BEST), era um dos maiores críticos da teoria das mudanças climáticas, sendo sempre citado por outros cientistas céticos ou procurado por veículos de comunicação que precisavam de uma fonte para questionar o aquecimento global.
Pois este mesmo Richard Muller acaba de publicar um artigo no New York Times intitulado “A conversão de um cético das mudanças climáticas”, no qual diz ter mudado de ideia devido aos resultados de um estudo conduzido por ele próprio que comprovaria que não apenas o planeta está aquecendo, como também é possível responsabilizar as atividades humanas pelo fenômeno.
“Nossos resultados mostram que a temperatura média na superfície sólida da Terra subiu 1,5ºC em 250 anos, sendo que 0,9ºC se deu apenas nos últimos 50 anos. Mais do que isso, é muito provável que essencialmente todo esse aumento foi resultado das emissões humanas de gases do efeito estufa”, escreveu Muller.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Berkeley analisaram mais de 14 milhões de medições de temperatura de 44,455 locais do globo iniciadas em 1753.
Bem mais abrangentes e rigorosos que os métodos adotados por entidades como a NASA e o Met Office, os procedimentos dos cientistas de Berkeley foram inteiramente automatizados, justamente para evitar erros humanos ou manipulações. Apesar disso, o BEST chegou às mesmas conclusões de estudos anteriores realizados por estas instituições que já confirmavam o aquecimento global.
“Não estávamos esperando por isso, mas como cientistas é nosso dever aceitar os resultados e mudar nossa postura”, afirmou Muller.
O estudo do BEST ainda não foi publicado em um periódico cientifico, ou seja, não foi avaliado por outros pesquisadores. Porém, pode ser acessado gratuitamente no portal do projeto.
Michael Mann, um dos principais nomes por trás da teoria do aquecimento global, formulador do gráfico ‘taco de hockey’, que demonstra o aumento acelerado das temperaturas nas últimas décadas, recebeu bem a ‘conversão’ de Muller.
“Congratulo Muller e seus colegas por agirem conforme bons cientistas e aceitarem seguir o que suas próprias análises demonstraram, sem se preocupar com as possíveis repercussões políticas das conclusões”, escreveu Mann em uma rede social.
“É com certa satisfação e ironia que recebemos um estudo financiado pelos irmãos Koch – os maiores apoiadores da negação das mudanças climáticas e da desinformação do planeta – demonstrando o que cientistas já vêm afirmando com confiança por quase duas décadas: que o globo está aquecendo e que esse aumento das temperaturas só pode ser explicado pela maior concentração de gases do efeito estufa na atmosfera devido às ações humanas”, completou o pesquisador.
Mann está se referindo a Fundação de Caridade Charles G Koch, fundada pelo magnata da indústria do carvão, que investiu US$ 150 mil no estudo do BEST e que, com certeza, esperava um resultado bem diferente.
De acordo com Muller, o futuro das temperaturas é continuar a subir. “A taxa de aquecimento deve seguir constante, com o planeta aquecendo 1,5ºC nos próximos 50 anos, ou um pouco menos que isso se considerarmos os oceanos. Mas se a China continuar a crescer rapidamente (na média de 10% ao ano pelos próximos 20 anos) e continuar a usar vastas quantidades de carvão (somando um novo gigawatt ao ano), então esse mesmo aquecimento se dará em menos de 20 anos”, escreveu Muller.
“Espero que a análise de Berkeley ajude no debate científico do aquecimento global e de suas causas humanas. Então virá a parte difícil: concordar no espectro político e diplomático sobre o que pode e deve ser feito”, concluiu.
Vídeo: Variação da temperatura na superfície do planeta de 1800 até 2009 / Universidade de Berkeley.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
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Pesquisa conduzida por Richard Muller, grande crítico das mudanças climáticas, afirma que a temperatura do planeta subiu 1,5°C nos últimos 250 anos e altera completamente a postura do cientista com relação ao aquecimento global
Pesquisa conduzida por Richard Muller, grande crítico das mudanças climáticas, afirma que a temperatura do planeta subiu 1,5°C nos últimos 250 anos e altera completamente a postura do cientista com relação ao aquecimento global

Onde o sonho 'verde' de Londres desbotou

fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/onde-sonho-verde-londres-desbotou-694531.shtml



Divulgação

OLIMPÍADAS

Onde o sonho 'verde' de Londres desbotou

As Olímpiadas 2012 já entraram pra história como as mais sustentáveis de que o mundo já teve notícia. Ainda assim, houve falhas significativas na preparação que não devem ser ignoradas


Vanessa Barbosa
Exame.com - 26/07/2012
Eles fizeram a Revolução Industrial, que deu origem ao capitalismo financeiro. Mas também à fuligem e à poluição dos centros urbanos. Agora, os ingleses entram pra história com outro marco: vão ser lembrados como os primeiros a buscar a sustentabilidade em todo o ciclo de vida dos Jogos Olímpicos

A atenção meticulosa dispensada à construção das arenas e da infraestrutura, seguindo pradrões rigorosos de maneira a reduzir ao máximo os impactos ambientais, além de uma série de inovações verdes surpreendentes, já são um legado do evento, que serve de inspiração para sedes futuras, como o Brasil. Ainda assim, nem tudo saiu como planejado. Houve falhas significativas na preparação e algumas polêmicas, que não devem ser ignoradas. 

POLUIÇÃO: A PROVA OCULTAEm termos de poluição atmosférica, Londres é uma das cidades mais sujas da Europa. Nem mesmo o inovador esquema de rodízio, adotado há quase uma década para controlar o tráfego de carros, conseguiu resolver o problema. Para driblar a situação a tempo do início dos Jogos, a cidade testou uma "cola mágica" capaz de capturar as partículas em suspensão liberadas por fábricas e pelo transporte e "grudá-las" no chão. 

A medida não foi suficiente. Especialistas de saúde do país têm alertado que a poluição no período do verão poderia prejudicar o desempenho e a saúde de muitos esportistas. A tática adotada por Londres difere bastante das medidas, mais radicais, que Pequim implementou para as Olimpíadas de 2008. Preocupado com a poluição do ar, o governo chinês chegou a limitar o tráfego de carros, com rodízios especiais, e também fechou temporariamente algumas fábricas. 

PATROCINADORES "ODIADOS"Um contrato de patrocínio fechado em janeiro com a empresa do setor químico Dow Chemical para o Estádio Olímpico gerou polêmica e colocou em xeque as credenciais sustentáveis da competição. Por trás do alvoroço está o fato da Dow ser dona da Union Carbide, empresa responsável pelo acidente de Bophal, na Índia, em 1984, que entrou pra história como um dos maiores desastres industriais

Críticos acusam a Dow de associar sua marca aos jogos para fazer "greenwashing", marketing verde de fachada. Polêmica, a presença da empresa entre os patrocinadores gerou reações de repulsa mesmo entre as pessoas mais envolvidas com as Olimpíadas. Meredith Alexander, membro do Comitê por uma Londres Sustentável, responsável por garantir que a organização dos Jogos siga preceitos éticos e de sustentabilidade, renunciou ao cargo em protesto. Outras empresas patrocinadoras, como a BP e a Rio Tinto também são alvo de críticas. 

MEDALHAS OLÍMPICAS NA MIRAO ataque aos patrocinadores sobrou também para as icônicas medalhas olímpicas, cujo suprimento de metais foi feito pela Rio Tinto, outra empresa na mira dos ambientalistas. Com o slogan "Não deixe Rio Tinto manchar os Jogos Olímpicos", manifestantes e representantes sindicais afirmam que a gigante da mineração polui o ar e água com suas atividade ao redor do globo, colocando vidas em risco. Segundo o britânico Guardian, a empresa forneceu oito tonenaladas de ouro, prata e bronze para fazer cerca de 4,7 mil medalhas que serão usadas nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres. 

ENERGIA LIMPA: UMA OPORTUNIDADE DESPERDIÇADAEm relatório recente, a organização de conservação global WWF apontou o baixo investimento energia renovável como uma das falhas na empreitada verde. Segundo a entidade, a organização do evento não cumpriu uma promessa feita em 2005, quando a cidade foi eleita sede das Olimpíadas, de garantir que pelo menos 20% da energia que supriria o parque olímpico viria de fontes de geração limpa instaladas em regiões próximas. No entanto, apenas 9% da energia produzida localmente será renovável.

Repressão a ciclistas durante as Olimpíadas gera polêmica

fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/repressao-ciclistas-durante-olimpiadas-gera-polemica-695173.shtml


LONDRES 2012

Repressão a ciclistas durante as Olimpíadas gera polêmica

Na última sexta, mais de 180 pessoas de um movimento cicloativista foram presas por “desordem pública grave” – isso durante a abertura das Olimpíadas que se pretendem as mais verdes


Vanessa Barbosa
Exame.com - 31/07/2012
Enquanto milhares de pessoas assistiam maravilhadas à cerimônia de abertura das Olimpíadas no estádio de Londres na última sexta-feira, perto dali, participantes de um dos movimentos de cicloativismo mais tradicionais do mundo, o Critical Mass, enfrentavam a repressão da polícia londrina.

O encontro realizado mensalmente em Londres, sempre na última sexta-feira, com o propósito de difundir o uso das bicicletas como meio de transporte sustentável, tinha tudo para ser bem sucedido - afinal, aconteceria no mesmo dia da abertura do evento que se pretende o mais sustentável da história dos Jogos Olímpicos. Mas nem tudo saiu como planejado.

Segundo o Bike Blog, do britânico The Guardian, 182 pessoas foram presas (incluindo um jovem de 13 anos) durante uma ação policial que tentou limitar a expansão do movimento pelas ruas da cidade. A repressão foi balizada pela Lei de Ordem Pública de 1986, que determina que a polícia pode controlar uma 'procissão' pública caso considere que "isso possa resultar em grave desordem pública, danos graves para a propriedade ou grave perturbação da vida da comunidade".

O problema é que essa repressão nunca aconteceu antes, segundo o Guardian. Não demorou para os cicloativistas e a propria mídia especializada questionarem a "sustentabilidade" dos Jogos de Londres. A maior ironia ou "hipocrisia", dizem eles, é que nas últimas semanas, a prefeitura de Londres vinha encorajando a população a optar pela bicicleta como a melhor forma de se locomover pela cidade durante este período de congestionamento pesado.

Inconformados com a ação policial, participantes chegaram a publicar videos da repressão na internet. Confira abaixo:

O blá-blá-blá ambiental

fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/erros-comuns-gestao-programas-sustentabilidade-empresas-693243.shtml


Justin Stumberg/U.S. Navy

GESTÃO

O blá-blá-blá ambiental

Saiba quais são os erros mais comuns na gestão dos programas de sustentabilidade das empresas


José Alberto Gonçalves Pereira
Estudo Exame - Rio+20 - 13/06/2012
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No mundo corporativo, a estratégia tem até apelido: maquiagem verde. É quando uma empresa exagera em suas credenciais de protetora do meio ambiente em campanhas publicitárias. A tentativa de faturar apenas no gogó, porém, não passa despercebida e transforma a "empresa-garganta" em alvo dos ambientalistas e ativistas sociais. Esse é um dos muitos erros que as empresas acabam cometendo quando o assunto é sustentabilidade. Visão imediatista, carência de dados, falta de transparência com temas espinhosos e baixo envolvimento dos funcionários também estão entre as falhas mais comuns. E podem inviabilizar até os mais bem-intencionados projetos na área. "Um problema estrutural no mundo corporativo é não enxergar sustentabilidade como investimento de longo prazo e tratá-la como mais um negócio da empresa", diz Paulo Branco, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVCes). A seguir estão os sete erros mais recorrentes na gestão das políticas socioambientais das empresas. 

1. Visão de curto prazo 
Muitas empresas estabelecem metas na área de sustentabilidade com prazos de três anos para ações que exigiriam de cinco a 20 anos para gerar resultados. Sem o retorno no prazo previsto, os profissionais envolvidos tendem a ficar desestimulados, o que prejudica o relacionamento da companhia com as comunidades atendidas. "Se o projeto não dá certo no curto prazo, a empresa acha que ele não funciona. O problema é que a velocidade de resposta na área socioambiental é diferente daquela das ações comerciais", diz Aerton Paiva, diretor da consultoria Gestão Origami, de São Paulo. O fato é que poucas empresas contemplam ações com foco no longo prazo. A Votorantim é uma das exceções. Em seu último relatório de sustentabilidade, publicado em maio, as metas da companhia miram o ano de 2020. 

2. Em busca de holofote 
A ansiedade em mostrar comprometimento com um mundo mais sustentável faz com que empresas divulguem ações socioambientais que mal saíram do papel. Ainda mais grave é quando as companhias, por meio da publicidade, exageram ou mesmo inventam uma atuação ambientalmente responsável. Diante da extensão do problema, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) expediu, em junho de 2011, novas normas éticas para a abordagem da sustentabilidade. Com a mudança, a propaganda deve atender a critérios de veracidade, exatidão, pertinência e relevância quando tratar de ações corporativas sobre meio ambiente e sustentabilidade. A adoção das normas, porém, é voluntária. 

3. Dados capengas 
Poucas empresas mantêm um sistema eficiente de coleta e de mensuração de dados socioambientais. São esses números que irão compor os indicadores para monitorar a política de sustentabilidade da empresa. O que costuma ocorrer é uma coleta de dados apenas para a publicação do relatório de sustentabilidade, sem que sejam integrados de forma permanente à gestão da companhia. Embora ainda pene para buscar informações de seus negócios fora do Brasil, a Natura acompanha mensalmente 16 indicadores de sustentabilidade que são reportados aos executivos da companhia - um exemplo a ser seguido. 

4. Pouca transparência Uma parcela das empresas peca por fazer relatórios de sustentabilidade com informações genéricas e sem abordar assuntos polêmicos. Outras companhias não estão preparadas para gerenciar crises de forma transparente. Um dos casos emblemáticos no Brasil ocorreu com a petroleira americana Chevron. A empresa demorou 11 dias para divulgar detalhes e medidas para conter um vazamento de petróleo na bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em novembro de 2011. Os comunicados sobre o acidente eram postados em inglês no site da empresa e os principais executivos no Brasil não falavam português. 

5. Falta de poder 
Equipes pequenas ou mesmo formadas por uma única pessoa tornam a área de sustentabilidade quase um item decorativo. Nesses casos, é raro que o responsável pelo setor se reporte diretamente ao presidente da companhia - e, portanto, tenha voz nas decisões. Outro problema recorrente é o orçamento minguado para tocar projetos. "Muitos presidentes até tentam inserir a preocupação socioambiental em todos os departamentos da empresa, mas acabam esquecendo de dar os recursos necessários para a área de sustentabilidade", diz Flávia Moraes, diretora da FCM Consultoria, de São Paulo. 

6. Falta de envolvimento 
Algumas empresas preocupam-se mais em divulgar seus relatórios de sustentabilidade aos investidores e à mídia do que incorporar conceitos e diretrizes na rotina dos funcionários. Isso acaba confinando o tema à alta cúpula da empresa e exclui os empregados da média gerência para baixo. Treinamentos regulares e incentivos para a formulação de projetos podem colocar o assunto no dia a dia dos funcionários. 

7. Ignorar as partes interessadas 
Um projeto socioambiental pode parecer muito bacana, mas não ouvir a comunidade interessada ou ignorar as opiniões de ONGs que já atuam no local podem acabar em dor de cabeça. Em áreas¬ remotas, sobretudo nas zonas de exploração de recursos naturais, o risco é a empresa gastar um caminhão de dinheiro com ações desconectadas e não ser reconhecida pela população local. A companhia de mineração Alcoa tinha dificuldade em implementar projetos socioambientais em Juruti, no oeste do Pará, onde desde 2009 explora bauxita. Nesse mesmo ano, a Alcoa resolveu chamar o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade e o Instituto de Estudos da Religião para ajudá-la a melhorar seu relacionamento com a comunidade. Lá, a empresa financiou associações de produtores rurais e de artesãos, com o objetivo de desenvolver alternativas econômicas na cidade que vão além da mineração.

Diversas reportagens publicadas no Planeta Sustentável foram selecionadas pela revista Nova Escola como temas de aulas dinâmicas para discutir a sustentabilidade.

fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/planosdeaula/


Diversas reportagens publicadas no Planeta Sustentável foram selecionadas pela revista Nova Escola como temas de aulas dinâmicas para discutir a sustentabilidade.