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28/09/2011

A proteção do Cerrado é tão importante quanto a da Amazônia

Devastação do Cerrado Foto : Divulgação
A crescente produção agropecuária do Cerrado tornou o Brasil um dos celeiros do mundo, mas 48,5% de sua mata nativa tinha desaparecido ao fim do ano passado, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Um dos desafios com os quais o Brasil se defronta é como conciliar o desenvolvimento do agronegócio com a preservação da biodiversidade do maior bioma do País, com 2,39 milhões de quilômetros quadrados, espalhados por 11 Estados e o Distrito Federal. É preciso também levar em conta que a demanda por terras na região é pressionada por novos núcleos urbanos que se formam, por cidades que crescem, por estradas que são abertas, etc. E tem havido no Cerrado exploração madeireira, quase sempre para a produção de carvão vegetal.
O compromisso atual, estabelecido em lei, é de reduzir em 40% até 2020 o ritmo de desmatamento no Cerrado, tomando como base uma projeção para aquela data da destruição que ocorreria se nenhuma medida fosse tomada. A meta tem sido cumprida, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A medição feita em 2008/2009 indicava que o Cerrado tinha perdido 7.637 km² de mata nativa, área reduzida em 15,3% em 2009/2010, quando foi de 6.439 km². Contudo, em comparação com a média de anos anteriores (14,2 mil km²), a redução foi de 54%.
É uma boa notícia e, segundo técnicos do governo, o ritmo de contenção da derrubada poderia ser acelerado. Em 2009, quando foi lançado o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado, foi proposta uma diminuição de 60% do ritmo de desmatamento até 2020, mas essa taxa foi considerada muito ousada. Hoje não parece tanto assim.
Isso se deve, em grande parte, ao monitoramento por satélite, que sofisticou a fiscalização, no dizer da ministra. De fato, de janeiro a agosto deste ano, o Ibama lavrou 517 autos de infração por destruição da flora do Cerrado, o que se converteu em multas no valor de R$ 142,6 milhões em 140 municípios. O monitoramento indica que os Estados onde a área plantada de soja mais tem avançado são justamente aqueles onde mais se desmata o Cerrado, como o Maranhão (1.587 km²), o Piauí (979 km²) e o Tocantins (960 km²).
O MMA prevê fiscalização em toda a cadeia produtiva, mas, aparentemente, só está agindo junto aos produtores rurais. O desmate se faz também em atendimento a uma demanda industrial. Embora haja compromisso das siderúrgicas de só utilizarem madeira de florestas plantadas, a queima de variedades nativas para obtenção de carvão vegetal – insumo para a produção de ferro gusa – ainda está longe do fim. Além disso, o cultivo de eucalipto em grande escala muitas vezes substitui as matas, sem que seja reservada uma área de 35% das propriedades para as variedades nativas, como exige a lei.
É verdade que o clima quente e a umidade muito baixa nos meses de inverno (de maio a setembro) tornam o Cerrado sujeito a incêndios espontâneos. Estes, porém, têm sido muito mais raros do que os resultantes da ação humana, não poupando nem mesmo as áreas federais de conservação, nas quais foram queimados 3.228 km² só este ano. A Polícia Federal atualmente investiga a origem criminosa de incêndios em quatro florestas nacionais. O mais grave, na Floresta Nacional de Brasília, consumiu 4 mil de seus 9.351 hectares, sendo mais afetada a área que continha o maior volume remanescente da flora e da fauna do Cerrado.
De acordo com Rômulo Mello, presidente da ICMBio, ficando a Floresta no entorno de Brasília, onde as terras têm valor significativo, há suspeitas de que o incêndio tenha sido provocado. Pode ser, mas aquela foi apenas uma das 11 áreas de conservação atingidas pelo fogo nesta seca, como lembrou a ministra Izabella Teixeira.
De todos os biomas do País, o Cerrado talvez seja o mais ameaçado atualmente. É difícil saber , a esta altura, se aumentar a meta de redução do desmate é o caminho indicado. O certo é que o Cerrado é uma savana das mais ricas em biodiversidade do mundo, e a sua preservação é tão importante quanto a da Amazônia.

Fonte : Estado de São Paulo

Pesquisador defende modernização da agricultura para preservar meio ambiente

Foto: Ernesto de Souza
O avanço da agricultura brasileira requer políticas para ampliar o uso de inovações científicas e tecnológica pelos agricultores, especialmente os pequenos, na opinião de Elíbio Rech Filho, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Ele participa de audiência conjunta das comissões de Meio Ambiente (CMA), de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Agricultura (CRA) sobre a reforma do Código Florestal.
- Devemos intensificar os processos já existentes, uma vez que a intensificação sustentável de produção de alimentos é o maior desafio deste século – frisou o cientista.
Ele lembra que o Brasil ocupa um dos primeiros lugares na exportação de alimentos, como soja, carne bovina e biocombustível. Em contraponto a esse sucesso econômico, disse, houve aumento de pressão sobre o meio ambiente, o que resultou em erosão do solo, contaminação dos rios e perda da biodoversidade.
Para ele, a reforma do Código Florestalé uma oportunidade para prever medidas que promovam o crescimento da produção de alimentos a partir de processos sustentáveis, em harmonia com o meio ambiente. Ele considera que se for dado aos pequenos produtores acesso a terra, à mecanização, a boas sementes, adubo e água, eles produzirão três a quatro vezes o que produzem hoje, podendo manter áreas de reserva legal em suas propriedades.
Conforme observou, a agricultura do futuro deve combinar o uso de uma gama de tecnologias capazes de promover o aumento da produtividade agrícola sem comprometer os recursos naturais. É a chamada agricultura de baixo carbono, que promove a utilização de práticas como o plantio direto, integração lavoura-pecuária, fixação biológica de nutrientes, entre outros.

Da Redação / Agência Senado_ Correio do Brasil

27/09/2011

Curitiba em 2º no ranking mundial de equilíbrio ambiental

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Curitiba é a única cidade da América Latina no ranking das 10 mais de resiliência ambiental feito pelo especialista inglês Boyd Cohen, em artigo publicado na revista canadense Corporate Knights. O ranking é liderado por Copenhague, com Curitiba em segundo lugar. Depois, vêm as seguintes cidades: Barcelona, Estocolmo, Vancouver, Paris, São Francisco, Nova York, Londres e Tóquio.
A cidade ambientalmente resiliente é aquela capaz e disposta a retornar a seu estado de equilíbrio ecológico após passar por intenso processo de urbanização. "É mais um reconhecimento internacional às ações de Curitiba com foco na sustentabilidade", diz o prefeito Luciano Ducci.
Boyd Cohen analisou comprometimento político, densidade populacional, trânsito, uso de energias renováveis, emissões de gás carbônico, mitigação de efeitos climáticos, planos de adaptação e extensão territorial de parques em cidades com mais de 600 mil habitantes.
Sobre Curitiba, Cohen avaliou que a cidade promove, há quatro décadas, uma "urbanização verde", com destaque para o sistema de transporte, a quantidade de áreas verdes e a criação de parques ao longo dos rios e canais do município para combater cheias.
Boyd Cohen é presidente do CO2 IMPACT, companhia do Canadá que atua em projetos de redução de emissão de carbono. Ele também é autor do livro Capitalismo do Clima: Capitalismo na Era das Mudanças Climáticas.
No ano passado, Curitiba ficou em primeiro lugar no Índice de Cidades Verdes da América Latina, feito pela Siemens e pelo grupo da revista The Economist. Copenhague ficou em primeiro lugar no Índice de Cidades Verdes da Europa.

22 de setembro: Dia Nacional de Defesa da Fauna

No dia 21 de setembro de 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinou o Decreto n° 3.607, que designou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) como autoridade administrativa para, efetivamente, implementar a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção ()
Esse tratado internacional, também conhecido como Convenção de Washington, é de 3 de março de 1973 e tem o Brasil como seu signatário desde 1975 (Decreto n° 76.623 de 17 de novembro).
O Decreto foi publicado no Diário Oficial em 22 de setembro, data então do início de sua vigência. Daí o Dia Nacional de Defesa da Fauna.
Mas o que é a CITES?
A CITES é um tratado que tem como objetivo controlar o comércio internacional de  e flora silvestres por meio de fiscalização ao comércio de espécies ameaçadas com base em um sistema de licenças e certificações. Ela tem força apenas no comércio internacional, não valendo para o mercado interno de cada país.
rinoceronte chifre afp 22 de setembro: Dia Nacional de Defesa da Fauna Atualmente, os rinocerontes estão entre os animais com maior risco de extinção por causa do comércio de seus chifres / Foto: AFP
As espécies controladas pela CITES são definidas por acordos entre os países signatários e são listadas em três anexos, conforme o risco.
Anexo I – compreende todas as espécies ameaçadas de extinção que são ou poderiam ser afetadas pelo comércio. O comércio dos espécimes dessas espécies está sujeito a uma regulamentação particularmente restrita, a fim de não pôr ainda mais em perigo a sua sobrevivência, e deve ser autorizado apenas em circunstâncias excepcionais;
Anexo II – compreende todas as espécies que, apesar de atualmente não estarem necessariamente ameaçadas de extinção, poderão vir a estar se o comércio dos espécimes dessas espécies não estiver sujeito a uma regulamentação restrita que evite uma exploração incompatível com a sua sobrevivência;
Anexo III – compreende todas as espécies autóctones (originários do próprio território onde habitam) em relação às quais se considere necessário impedir ou restringir a sua exploração.
A CITES é a principal ferramenta de combate ao tráfico internacional de animais silvestres, que, de acordo com estimativas, é a terceira atividade ilegal mais lucrativa do mundo (atrás do tráfico de drogas e do contrabando de armas). Por ser uma atividade criminosa, a quantidade de dinheiro envolvida no tráfico de fauna que se divulga é bastante imprecisa, mas varia entre 10 e 20 bilhões de dólares por ano. O Brasil seria responsável por uma fatia entre 5% e 15% do total.
Dentro do Brasil, o artigo 29 da  (Lei Federal nº 9.605/1998) é a principal ferramenta jurídica de proteção à fauna.
“Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.
     Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
     § 1º Incorre nas mesmas penas:
     I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
     II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
     III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.”
Infelizmente, tráfico de fauna não é tipificado como um crime, com características próprias e que poderia diferenciar os que capturam e vendem espécimes incentivados pela pobreza, por exemplo, dos médios e grandes traficantes – que receberiam penas mais severas.
O crime previsto do inciso III do parágrafo 1º do artigo 29 é considerado de “menor potencial ofensivo”, portanto os condenados têm suas penas transformadas em trabalho comunitário ou cestas básicas – mesmo com as crueladades como a feita com a arara-azul-grande ao lado, que teve os olhos perfurados para parecer mansa durante a venda (Foto: Renctas).
Fonte : JovemPanOnline

Consulta dos níveis de emissão dos veículos novos brasileiros _ IBAMA/MMA

24/09/2011

Desmatamento avança na Amazônia

Em agosto, a degradação avançou sobre 131 km² de áreas de floresta
O Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon) registrou avanço do desmatamento na Amazônia em agosto. Em um mês, os satélites usados pelo instituto para fazer a avaliação identificaram 240 quilômetros quadrados (km²) de novos desmates. A área desmatada no mês passado é 158% maior que a registrada pelo Imazon em julho, quando a floresta perdeu 93 km². Em relação a agosto de 2010, o índice de aumento ficou em 15%.
As novas derrubadas estão concentradas no Pará, responsável por 49% de todo o desmatamento do bioma em agosto, com 119 km² de florestas a menos. Rondônia desmatou 46 km² no período. Mato Grosso foi responsável por 35 km² de área desmatada e o Amazonas, por 23 km². No Acre, foram derrubados 10 km² de floresta e Roraima e o Tocantins foram responsáveis por 6 km² e 1 km² de novos desmates, respectivamente.
Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon mede a degradação florestal, que considera florestas intensamente exploradas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em agosto, a degradação avançou sobre 131 km² de áreas de floresta. Em relação a agosto de 2010, quando a degradação atingiu 1,5 mil km², houve redução de 92%, principalmente no Pará, em Mato Grosso e em Rondônia.
O Imazon estima que os 240 km² desmatados em agosto provocaram a emissão de 13,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente – medida que considera todos os gases de efeito estufa.

Fonte : CORREIO do BRASIL _  Redação, com ABr – de Brasília

SOS MALIBU

Pela primeira vez se calcula o prejuízo financeiro da elevação do nível dos oceanos. Só na Califórnia, o valor chega a US$ 2,5 bilhões. No Brasil, os gastos serão ainda maiores

PREJUÍZO Ocean Beach, em San Francisco, deve mudar radicalmente até 2100. Fonte : ISTOÉ
A cena de uma salva-vidas loira, vestindo um maiô apertado e saltando em meio às ondas, será impossível de ser reeditada em 2100. Símbolo da série “Baywatch” (“SOS Malibu”, no Brasil), a imagem da personagem vivida por Pamela Anderson se tornaria inviável no cenário traçado por um estudo encomendado pelo governo da Califórnia (EUA).
Segundo a pesquisa, algumas das praias mais badaladas do Estado americano – Malibu, inclusive – sofrerão prejuízos milionários com o aumento do nível dos mares há muito previsto pelos cientistas.
“Usamos os melhores dados científicos e econômicos disponíveis”, disse à ISTOÉ Philip King, economista da San Francisco State University e principal autor da pesquisa. O estudo é parte de um plano estadual, iniciado pelo ex-governador Arnold Schwarzenegger durante seu mandato, para avaliar o impacto causado pelo aumento do nível dos mares naquele Estado. Dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) e de outras pesquisas dão conta de que o aquecimento global pode fazer os mares subir mais de um metro em relação aos níveis atuais no decorrer deste século.
Isso acontece porque as mudanças climáticas aquecem os oceanos, causando um aumento na ocorrência de tempestades e danos decorrentes delas, além do derretimento do gelo nos polos. Além desses eventos extremos, a erosão provocada pela invasão da costa pelas águas do mar deve fazer com que as praias percam seu apelo turístico, além de prejudicar a vida selvagem local. “É necessária uma certa quantidade de espaço para as pessoas se divertirem e, à medida que as praias são atingidas pela erosão, diminui-se o tamanho delas e a quantidade de turistas”, diz King. Sua pesquisa teve como foco cinco comunidades costeiras e levou em conta cenários de elevação de um a dois metros no nível do mar. Um exemplo: Venice Beach, em Los Angeles, perderia mais de US$ 440 milhões decorrentes do turismo e do recolhimento de impostos se o Oceano Pacífico se elevasse em 1,4 metro até 2100 – cenário provável para os cientistas.
Já a erosão causada às praias de Zuma e Broad, na famosa Malibu, custaria em torno de US$ 500 milhões, contando apenas o gasto dos turistas e os impostos arrecadados. Estradas e casas também seriam afetadas. “O efeito de ressacas mais fortes e ondas mais altas poderia reverberar na economia local e do Estado”, diz o estudo. No Brasil, algumas instituições, como o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, e o Projeto Pro Marés fazem um acompanhamento do nível do mar no nosso litoral. Ainda não há, porém, um estudo dos impactos econômicos futuros como o realizado na Califórnia.
Um dos efeitos práticos da pesquisa americana é alertar a necessidade de se adaptar ao novo cenário. Os pesquisadores ressaltam para a necessidade de construção de muros de contenção, de reposição da areia perdida da praia e de reconstrução de casas e outros prédios longe da costa. Embora seja um problema ainda maior em outros lugares como o sul da Ásia, por causa das tempestades de Monções, a elevação do nível dos oceanos é crítica em todo o planeta. “Essas mudanças já estão em curso”, diz King. “Precisamos começar a nos planejar.” A mensagem não é apenas para Malibu, mas para o mundo.
Fonte : André Julião_ ISTOÉ

Mais americanos creem no aquecimento global

Aumentou em relação ao último ano o número de norte-americanos que acreditam no aquecimento global, e essa mudança pode ter sido influenciada pelos debates dos pré-candidatos republicanos à Casa Branca, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na quinta-feira.
O percentual de entrevistados que acredita na mudança climática saltou de 75 para 83 por cento, segundo o levantamento feito nos EUA entre os dias 8 e 12 de setembro.
Os pré-candidatos republicanos, à exceção de Jon Huntsman, geralmente rejeitam a tese – amplamente respaldada por cientistas – de que emissões humanas de gases do efeito estufa têm causado o aquecimento global. Durante os recentes debates, o favorito Rich Perry acusou os cientistas de manipularem dados climáticos, e a deputada conservadora Michele Bachmann disse que a mudança climática é um mero boato.
Para o cientista político Jon Krosnick, da Universidade Stanford, esse debate leva os norte-americanos a refletirem mais sobre o que realmente pensam a respeito da mudança climática.
E o que eles pensam pode estar influenciado também por notícias recentes de que 2010 empatou com a de 2005 como o ano mais quente no mundo desde o início dos registros, na década de 1880.
“Esse é exatamente o tipo de situação que irá provocar o público a pensar na questão de uma forma que não pensou antes”, disse Krosnick sobre a recusa dos republicanos em aceitarem a mudança climática.
Os cientistas alertam também que o aquecimento global deve causar mais desastres climáticos, e o ano de 2011 pode já ser um exemplo disso – o que inclui a passagem do furacão Irene pela Costa Leste dos EUA. Os EUA sofreram dez desastres naturais em 2011, com prejuízos superiores a 1 bilhão de dólares, segundo estimativas oficiais.
De acordo com a pesquisa, eleitores de ambos os partidos norte-americanos creem majoritariamente no aquecimento global, mas a tendência é maior entre os democratas (92 por cento) do que entre os republicanos (72 por cento).
Para cerca de 15 por cento dos eleitores, a questão climática é um tema importante para as campanhas políticas, segundo Krosnick. Na opinião dele, o assunto pode ter impacto no resultado da eleição de 2012 se Obama conseguir se apresentar com o candidato mais “ambiental”, e se o seu rival rejeitar a tese da mudança climática.
Na opinião de 71 por cento dos norte-americanos que creem no aquecimento global, ele acontece parcial ou principalmente por causa das atividades humanas; outros 27 por cento acham que as causas são naturais, segundo a pesquisa.
E, embora mais norte-americanos tenham passado a compartilhar das certezas dos cientistas, os que são céticos se aprofundaram na sua relutância. Em 2010, o percentual desse grupo com certeza absoluta de que a mudança climática não existe era de 35 por cento. Agora, passou para 53 por cento.
A pesquisa Reuters/Ipsos ouviu 1.134 adultos, incluindo 932 eleitores registrados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para a amostra total, e 3,1 pontos para os eleitores.

Fonte : TIMOTHY GARDNER – REUTERS /ESTADÂO .COM

23/09/2011

Redução nas emissões de gás será cobrada de líderes mundiais

Os líderes mundiais deverão buscar meios para pôr em prática regras a fim de evitar o agravamento das mudanças climáticas e o aquecimento global abaixo dos 2ºC até 2100
A secretária executiva da Cúpula das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), Christiana Figueres, pediu que a comunidade internacional mantenha o compromisso de estimular a chamada economia verde. O objetivo é incentivar o desenvolvimento econômico, com baixas emissões de carbono, como meio de limitar as mudanças climáticas no mundo.
– O mundo espera que, durante a cúpula da cidade de Durban na África do Sul, os governos deem os passos seguintes para criar um sistema global efetivo que permita enfrentar as alterações climáticas –, disse Christiana Figueres.
A cúpula de Durban ocorrerá de 28 de novembro a 9 de dezembro. No encontro, os líderes devem buscar soluções para a implementação do Protocolo de Kioto – o acordo das Nações Unidas que define medidas conjuntas para a redução das emissões de gases de efeito estufa, cuja primeira fase termina em 2012.
– Tem de haver uma decisão clara dos esforços coletivos globais. Os países industrializados poderão contribuir para reduzir as emissões de forma transparente –, disse Figueres.
Segundo Christiana Figueres, os líderes mundiais deverão buscar meios para pôr em prática regras a fim de evitar o agravamento das mudanças climáticas e o aquecimento global abaixo dos 2 graus Celsius (ºC) até 2100.
O assunto também faz parte da pauta de temas da Conferência Rio+20, em 2013, no Rio de Janeiro. A reunião será o maior encontro mundial sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde, com a finalidade de definir um novo padrão para o setor. A previsão é que mais de 100 presidentes da República e primeiros-ministros estejam presentes.
O assunto é tema das reuniões da presidenta Dilma Rousseff, que está em Nova York, para participar da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Nos encontros paralelos com líderes internacionais, Dilma deverá mencionar o assunto.

Fonte : Redação, com ABr – de Brasília_ Correio do Brasil

1º Seminário Internacional Água e Transdisciplinaridade: para uma ecologia de saberes

Estão abertas as inscrições para seminário internacional sobre água
Apresentações, palestras e debates ocorrem de 9 a 11 de novembro no Senado Federal e na Universidade de Brasília. Trabalhos podem ser inscritos até 10 de setembro.
Você pode adotar um uso sustentável da água potável. Assim você vai economizar na conta de água e colaborar para a preservação de um recurso natural não renovável, evitando que ele acabe. Logo : Divulgação
Discutir a relação do homem com a água e os desafios para a educação, promoção da saúde e gestão da água são alguns dos objetivos do 1º Seminário Internacional Água e Transdisciplinaridade: para uma ecologia de saberes, promovido pelo Centro de Estudo Transdisciplinar da Água e coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) em parceria com o Senado Federal e a Universidade de Brasília. O seminário acontece na capital federal, entre 9 e 11 de novembro de 2011, e as inscrições seguem abertas até que as 300 vagas ofertadas sejam preenchidas.
 O seminário é uma oportunidade de reunir especialistas, estudiosos e interessados no tema água e no debate sobre a atual conjuntura ambiental, social e econômica e os desafios enfrentados com relação à sustentabilidade. O evento é parte das ações no âmbito da Década Mundial da Água (2005 – 2015), instituída pela Organização das Nações Unidas, que, entre outras abordagens, promove a discussão e reflexão sobre a relação entre água e cultura.
 Na ocasião, os participantes também terão oportunidade de refletir a relação da sociedade com a água e o modelo de gestão mais adequado para a preservação da biodiversidade e da diversidade cultural, por meio da apresentação de artigos e pôsteres, além de conferências, mesas redondas e momentos culturais.
Inscrições e apresentação de trabalhos
Os interessados em participar do seminário podem se inscrever gratuitamente pelo site  até que as vagas ofertadas sejam preenchidas. A confirmação das inscrições será solicitada por e-mail e deve ser feita até 20 de outubro de 2011.
Os participantes inscritos que desejarem apresentar trabalhos de sua autoria durante o seminário devem ficar atentos às orientações disponíveis no site e submeter suas propostas até o dia 10 de setembro de 2011.
Uma comissão avaliará os trabalhos inscritos e, a partir de 10 de outubro, divulgará a relação dos selecionados.
A programação do evento e mais informações estão disponíveis no site http://www.ana.gov.br/seminarioIAT/default.asp.
 O CET-Água
O Centro de Estudo Transdisciplinar da Água (CET-Água) é um grupo de trabalho constituído por meio de um acordo de cooperação entre dez instituições governamentais e não governamentais com o objetivo de somar esforços para o desenvolvimento do saber transdisciplinar sobre água. As frentes de atuação do grupo são variadas e um importante objetivo é fomentar novas tecnologias e conhecimentos relativos às propriedades naturais da água, métodos de conservação ambiental, ética de uso e gestão.
Compõem o CET-Água: a Agência Nacional de Águas (ANA), a Ararazul – Organização para a Paz Mundial, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), o Instituto Calliandra de Educação Integral e Ambiental, o Instituto Oca do Sol, o Instituto de Saúde Integral (ISI), a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a Fundação Universidade de Brasília (FUB), a Fundação SOS Pró-Mata Atlântica e o WWF-Brasil.
Mais informações:
 Assessoria de Comunicação Social – ANA
Fones: (61) 2109-5129/5103
Fax: (61) 2109-5129
E-mail: http://correio.mma.gov.br/horde/imp/compose.php?to=imprensa%40ana.gov.br&thismailbox=INBOX
Local: Brasília/DF
Data do Evento: 09/11/2011
Data de término do evento: 11/11/2011

21/09/2011

Dados provam que agricultura não precisa de desmatamento, diz ministra do Meio Ambiente

Dados provam que agricultura não precisa de desmatamento, diz ministra do Meio Ambiente

A divulgação feita pelo governo nesta sexta-feira (2) de que 62% do desmatamento na Amazônia Legal até 2008 tem ligação direta com pastagem serve também para provar que a agricultura não afeta a natureza em larga escala e que pode melhorar sua produtividade em espaços que já ocupa. É essa a avaliação da ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira, após o lançamento do Terra Class – que faz monitoramento mais próximo dessa região composta por nove Estados.
O levantamento detectou 447 mil quilômetros quadrados – área equivalente aos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba e  Alagoas – com danos ao meio-ambiente causados diretamente pela criação de gado. A agricultura, em contra partida, é responsável por apenas 5% do desmatamento – ou 3,4 milhões de hectares. As áreas degradadas, que por muito tempo preocuparam o governo, são responsáveis por não mais que 0,1% dos prejuízos.
“Quem discute que tem de desmatar para ter agricultura na Amazônia tem uma visão equivocada. Temos que ter política sim para aumentar a eficiência da pecuária”, afirmou a ministra depois da publicação do estudo feito pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
“A agricultura anual não é responsável pelo desmatamento na Amazônia. Temos um problema sim na pecuária. Precisamos ver a viabilidade econômica, a regularização fundiária e incrementar a produtividade dela por hectare. Haver menos de uma cabeça de gado produzida por hectare é inaceitável”, disse.
Extensão para o Cerrado
Novas tecnologias permitiram ao poder público contar de 20 em 20 metros ou de 30 em 30 metros os quase 720 mil quilômetros quadrados de áreas desmatadas nos Estados (Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins). O Terra Class, o sistema gera uma classificação dos diversos usos e situações na região.
As análises foram feitas com informações do levantamento detalhado feito até 2008, obtidas pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), do Inpe. O governo já estuda utilizar a mesma ferramenta para conter o desmatamento no Cerrado, abrangido por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins,  Maranhão, Piauí, Minas Gerais e Bahia. “Queremos fazer isso já no ano que vem”, disse Izabella.
A pesquisa teve apoio do Ministério do Meio Ambiente, graças ao Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7). Essa iniciativa é financiada pelos sete países mais ricos do mundo, pela Holanda e pela Comissão Europeia, com a ajuda do Banco Mundial. Os recursos vieram da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais – Funcate.
Fonte: SAVARESE, MauríciO. Uol. Dados provam que agricultura não precisa de desmatamento, diz ministra do Meio Ambiente. Disponível em:<http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/09/02/dados-provam-que-agricultura-nao-precisa-de-desmatamento-diz-ministra-do-meio-ambiente.jhtm>. Acessado em 21 set 2011

Dia da Árvore – Jogando pelo Meio Ambiente

Dia 21 de Setembro, comemoramos o Dia da Árvore. Essa data foi escolhida para celebrar a chegada da estação mais florida do ano, a Primavera, em 23 de setembro. No Brasil essa data foi instituída em 1965 e foi implantada para conscientizar as pessoas sobre o meio ambiente e sobre a importância das árvores em nossas vidas.
Mas do que embelezar nossa cidade, a árvore é um ser vivo! Nasce, cresce e morre. Para que ela não morra antes do tempo, temos que cuidar não só dela, como do meio em que vive. Não se pode esquecer que a árvore também serve se alimento e moradia para outros seres vivos e para nós proporciona sombra, frutos, além de manter a umidade do ar e diminuir a poluição.
Em nosso país, cada região escolheu uma árvore típica como seu símbolo, para comemorar: a região Norte, a castanheira; a região Nordeste, a carnaúba; a Centro-Oeste, o ipê-amarelo; a Sudeste, o pau-brasil; e a Sul, a araucária.
Com a ambição do homem e o interesse em aumentar seus recursos financeiros, muitos tem destruído florestas e desmatado de forma ilegal, sem autorização do governo, para vender a madeira de forma clandestina. Isso é crime! Já existem várias espécies de madeiras que se encontram em extinção, como o mogno, o jacarandá, o pau-brasil e o pinheiro.
Outro sério problema são as queimadas, realizadas para fazer a limpeza de grandes áreas. Ao invés de capinar e limpar a área usando outros recursos (o que certamente dá mais trabalho), o homem usa o fogo, que causa sérios prejuízos para o solo, o ar e para os animais que muitas vezes morrem queimados e/ou perdem seu habitat.
Jogando pelo meio ambiente
No começo de 2010, o Corinthians lançou a campanha; “Jogando pelo Meio Ambiente”, que prometia plantar 100 árvores por jogo e mais 100 por gol marcado. A iniciativa do projeto é do Banco Cruzeiro do Sul e também abrange o time do Palestra Itália, o Palmeiras que entrou na campanha este ano.
 Segundo dados da Revista Sustentabilidade (edição de agosto de 2011), nos  7 primeiros meses de 2011, juntos os dois times que são eternos rivais, plantaram cerca de 24,2 mil árvores. Em 2010, apenas com o time do Parque São Jorge foram 23 mil (de acordo com o site globoesporte.com). A estimativa é ultrapassar 50 mil até o fim deste ano e é claro que quem sai ganhando é o meio ambiente.
Sabemos que apenas o plantio de árvores não é solução, mas é um caminho rápido e fácil para chamar a atenção do grande público para a questão ambiental.

20/09/2011

Nova espécie de golfinho é descoberta na Austrália

Nova espécie de golfinho é descoberta na Austrália


Nova espécie de golfinhos foi descoberta na Austrália. A surpresa para os cientistas foi o facto de a novidade ter sido encontrada próximo às áreas urbanas e não em locais isolados.
Cerca de cem golfinhos Burrunan foram encontrados em Port Phillip Bay, perto de Melbourne, a segunda cidade mais populosa da Austrália. Outros 50 são conhecidos por frequentarem os lagos de água salgada do litoral da região Gippsland, a algumas centenas de quilómetros.
Sabe-se que diferentes populações de golfinhos vagueiam fora do sudeste da Austrália. Mas os testes de DNA feitos recentemente mostraram que estes animais são geneticamente muito diferentes das duas espécies reconhecidas, o golfinho bottlenose comum e bottlenose Indo-Pacífico, diz o estudo “A New Dolphin Species, the Burrunan Dolphin Tursiops australis sp. nov., Endemic to Southern Australian Coastal Waters”.
Os resultados foram tão surpreendentes que a equipa inicialmente pensava que havia um erro e refizeram os testes, conforme explicado pela líder do estudo, Kate Charlton-Robb, bióloga marinha da Universidade Monash da Austrália.
"O foco principal da investigação era descobrir qual das duas [conhecidas] espécies bottlenose eram". "Mas a partir das sequências [DNA] que temos, descobrimos que eles eram muito diferentes de qualquer uma das duas espécies conhecidas."
A equipa também examinou crânios de golfinho, coletados e mantidos por museus australianos ao longo do século passado, e determinou que os golfinhos Burrunan têm pequenas diferenças ao nível do crânio, que os definem como uma espécie a parte. “Finalmente, os animais simplesmente parecem diferentes”, disse Kate.
Comparado com outros bottlenoses, os golfinhos Burrunan têm uma barbatana dorsal mais curva, focinho bicudo e tripla coloração única, incluindo cinza escuro, cinza e branco.
A bióloga explica que as variações físicas em golfinhos no sudeste da Austrália têm sido relatadas por décadas, embora o novo estudo seja o primeiro a usar múltiplas linhas de evidência para fazer um argumento forte para uma nova espécie.
Na verdade, o golfinho Burrunan foi quase descoberto em 1915, depois de um biólogo capturar e examinar dois golfinhos muito diferentes das águas australianas. Cientistas da época concluíram que ambos os animais eram golfinhos bottlenose comuns, e que as suas diferenças eram devidas ao dimorfismo sexual (macho e fêmea). Depois de analisar o antigo esqueleto do golfinho fêmea, porém, a equipa de Charlton-Robb determinou que era um Burrunan.
Apesar de serem recém-descobertos, os cientistas pediram ao governo australiano que os animais fossem classificados como em perigo de extinção, já que poucos animais da mesma espécie são conhecidos. "Dado o pequeno tamanho da população", a líder da investigação disse, "é realmente crucial fazer um esforço para protegê-los."
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Imagem: Adrian Howard/AFP/Getty Images
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Imagem: Bill Curtsinger
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Imagem: National Geographic
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Quanto custa o saboroso bife amazônico

Um delicioso bife de 500 gramas de gado amazônico, produzido com sete mil gramas de dióxido de carbono e sete mil litros de água misturados com arrotos de metano, é a receita ideal da mudança climática.Belém, Brasil, 19 de setembro de 2011 (Terramérica).- A indústria pecuária é um dos contribuintes mais importantes para o agravamento da mudança climática. A crescente capacidade dos consumidores leva à substituição dos cereais por carne e produtos lácteos na dieta. Esta tendência, combinada com práticas de produção insustentáveis, particularmente na Amazônia brasileira, pode levar ao colapso da selva úmida e dos serviços de equilíbrio ambiental que presta ao planeta.O informe 2009 da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) diz que a expansão da atividade pecuária responde por 18% das emissões de gases-estufa, e do desmatamento em alguns países, enquanto gera menos de 2% do produto bruto mundial. Esta escassa contribuição ao produto mundial exige, no entanto, 26% das terras livres de gelo para pastagem e 33% das terras agrícolas para produzir o alimento consumido pelo gado.Há uma forte pressão para duplicar a produção pecuária, que de hoje até 2050 passaria de 228 para 463 milhões de toneladas, elevando a quantidade de cabeças de gado em mais de 73%. Desde a década de 1970, o governo brasileiro fomenta a criação de gado bovino. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destina mais de US$ 10 bilhões à indústria da carne, 30% para empréstimos, 60% para aquisições (como as das firmas JBS-Friboi e Marfrig), e 10% para futuras compras.A tradição de roçar e queimar as terras para roubar áreas para agropecuária da selva amazônica faz o planeta perder o serviço que lhe presta a biodiversidade de suas florestas. Essas práticas liberam na atmosfera enormes volumes do gás-estufa dióxido de carbono. O desmatamento amazônico representa aumento entre 5% e 6% das emissões desse gás-estufa e contribui em 75% para a vasta produção brasileira de carbono na atmosfera.Até 2009, foram desmatados 74 milhões de hectares, 15% da Amazônia brasileira. Esta área equivale aos territórios de Alemanha, Áustria e Itália juntos e quase em sua totalidade destina-se ao pastoreio. A carne bovina é um alimento saboroso. Mas seu preço final, ainda que alto, não reflete o alarmante custo real de sua produção, já que, para obter um quilo de carne, são liberados 15 mil quilos de dióxido de carbono e exigidos 14 mil litros de água.A carne da Amazônia é um alimento extremamente caro por seu custo ambiental, social e econômico. A produção de carne bovina amazônica tem impactos sociais, pois gera pouco emprego, e mal remunerado. Em algumas fazendas brasileiras a escravidão e o trabalho infantil ainda são uma prática normal. O traslado da produção pecuária para a Amazônia nos últimos 50 anos não registra antecedentes na história.Se projetarmos o crescimento do gado no Brasil para os próximos 20 anos, com base no registrado entre 1994 e 2007, teremos 103,7% de bovinos amazônicos em 2030, o que pode produzir o desmatamento de 55% dessa região brasileira. Todos os fatores contradizem o compromisso brasileiro de reduzir suas emissões de gases-estufa. O desafio para os governantes é responder à demanda de carne do mercado sem afetar a igualdade social, o meio ambiente e a saúde pública.É urgente empreender ações para transformar a cadeia de valor da produção pecuária e de carne. Devemos promover: - Políticas e regulamentações nacionais e internacionais para obter uma produção social, ambiental e economicamente sustentável; - A formalização de todas as atividades da cadeia de produção, com ênfase na região amazônica; - Sistemas de monitoramento que assegurem a implantação das políticas e regulações e contribuam para o cumprimento da lei; - Políticas sustentáveis e inclusivas que contemplem as necessidades das comunidades rurais tradicionais, camponeses e pequenos produtores, para ampliar sua capacidade de produzir de maneira mais eficiente e sustentável, e para beneficiá-los de uma participação ativa na cadeia de valor da produção pecuária e de carne e nos serviços técnicos e financeiros; - Criação de consciência em nível mundial entre os consumidores sobre o custo real da carne bovina; - Criação de consciência ambiental entre as comunidades rurais brasileiras, incluindo-as no monitoramento do impacto da produção de gado em seus meios de vida e diversificando estratégias que valorizem a selva, como a prestação de serviços ambientais e a venda de outros produtos que contribuam para manter a biodiversidade; - Maior pesquisa para garantir que os estudos sobre a cadeia de valor da indústria incluam o impacto ambiental e econômico em comunidades que sofrem exclusão; - Estratégias de melhores práticas e tecnologias mais sustentáveis a fim de tornar mais eficiente o uso dos recursos.* João Meirelles Filho é diretor e Maria José Barney González é consultora do Instituto Peabiru, www.peabiru.org.br/index-.htm, com sede em Belém, Brasil. Direitos exclusivos IPS.Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.

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Artigo

Biodiversidade, água, energia. Quando cuidaremos das nossas torres?


por Washington Novaes*

Na manhã de 11 de setembro de 2001, o autor destas linhas estava em Tefé, no Amazonas, preparando-se para embarcar no porto rumo à Reserva de Mamirauá, lá pelas bandas dos rios Japurá e Solimões, onde seriam gravadas cenas para um documentário da TV Cultura de São Paulo chamado Biodiversidade: Primeiro Mundo é Aqui.Sentado na calçada em frente a um hotel, olhava enquanto a equipe carregava numa van os equipamentos de gravação. Até que o porteiro do hotel, correndo e batendo uma mão na outra, veio dizer, esbaforido: “Um avião derrubou o maior prédio de Nova York. Está lá, na televisão”. De fato, estava, deixando-nos todos perplexos. Mas era preciso partir. As “voadeiras” que nos levariam pararam, entretanto, num posto flutuante de combustíveis e lá havia uma televisão que mostrava um segundo avião derrubando uma segunda torre. Porém, não tínhamos como esperar uma explicação, seguimos adiante. Nos cinco dias seguintes, como em Mamirauá não havia televisão nem telefone, ficamos, todos a circundar a reserva, a ver só água e florestas, sem nenhuma notícia, imaginando: será a terceira guerra mundial? Só no fim do quinto dia, num posto flutuante do Ibama, pudemos ver um noticiário de TV e entender o que acontecera.Já se sabia, nesse 2001, que o Brasil detinha entre 15% e 20% da biodiversidade mundial e que esta é a maior riqueza real, concreta, do planeta (medicamentos, alimentos, materiais). Já se lutava, em várias frentes, por uma política de conservação efetiva para o bioma. Passados dez anos, o cálculo que se faz é de que 18% da floresta já tenha desaparecido e que se chegar a 20% pode haver “uma inflexão”, como tem advertido o conceituado biólogo Thomas Lovejoy (Folha de S.Paulo, 14/8): poderá haver mudanças fortes no regime de chuvas, afetando também Mato Grosso, o Sul do país, até a Argentina. Experiente, Lovejoy diz que não devemos nos preocupar com ameaças do exterior, porque o mais grave já está aqui: “A pior forma de biopirataria é a destruição da floresta”.Muitas vozes se somam à dele. O professor Paulo Moutinho, da Universidade Federal do Pará, lembra que “as florestas tropicais são o ar-condicionado do planeta” (Eco 21, julho 2011). O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos alerta que “a miséria está transformando a Amazônia numa das principais rotas do tráfico internacional de armas e drogas” (Estado de S. Paulo, 1/9). O próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se diz “muito preocupado” com o desmatamento, que “diz respeito a todos os países, é uma questão global”, até porque responde por 20% das emissões de gases que intensificam mudanças climáticas. E espera que esse seja um dos temas centrais da Rio+20 (Estado de S. Paulo, 18/6). Só que o desmatamento voltou a crescer: 1.435 quilômetros quadrados de agosto de 2010 a maio de 2011 (mais 24%) e 6.081 quilômetros quadrados de florestas degradadas no mesmo período (mais 363%) – principalmente ao longo das principais rodovias, 65% em áreas privadas, 24% em assentamentos. Uma progressão que leva o prudente Financial Times (31/8) a dizer que “a Amazônia é um teste político para a presidente Dilma”.Resta saber em que termos. A própria presidente autorizou a redução da área de parques e reservas para permitir discutíveis obras de hidrelétricas na região – que nem sequer terão como principal mercado os Estados do bioma: só 3,2% da energia de Belo Monte será consumida pelos paraenses e 4,1% pela Amazônia; 70% ficará para concessionárias de São Paulo e Minas, 14% para a Bahia (Diário do Pará, 31/8). Isto é, irá para linhões de transmissão, uma rede que já perde 17% e, segundo o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, precisaria ser praticamente toda trocada; foi implantada para resistir a ventos de até 80 quilômetros por hora e hoje enfrenta o dobro (Geodireito, 2/9).E não é só. As pastagens respondem pela ocupação de 62% das áreas de desmatamento medidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Estado de S. Paulo, 3/9). Mas o novo relatório sobre o Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional, continua a abrir o facilitário para desmatadores, inclusive de reservas legais obrigatórias e áreas de proteção permanente – além de transferir para governos estaduais poder para legislar na área, facilitando as pressões locais de agropecuaristas e políticos.E tudo isso vai agravar a situação da Amazônia. Exatamente na hora em que novo estudo sobre a biodiversidade mundial aponta que ela tem mais que o dobro das espécies até agora apontadas (8,7 milhões, pelo menos, quando se contabilizavam 3,1 milhões). Se a Amazônia tem um terço da biodiversidade brasileira e esta corresponde a pelo menos 15% da biodiversidade planetária, a Amazônia terá quase 500 mil espécies. Quanto vale isso, lembrando, segundo Lovejoy, que só o comércio mundial de medicamentos derivados de plantas movimenta pelo menos US$ 250 bilhões anuais – e o Brasil nem sequer participa dele, porque não destina verbas suficientes para pesquisas, como recomenda a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência?Não bastasse, num momento em que o mundo agoniza com a chamada crise da água, cientistas descobrem a quatro quilômetros de profundidade, sob o Rio Amazonas, outro rio, que corre de Oeste para Leste em seis mil quilômetros e desemboca perto da foz do grande rio (Estado de S. Paulo, 25/8). Seu fluxo, de três mil metros cúbicos por segundo, é maior que o do Rio São Francisco. Em pouco mais de 20 minutos poderia abastecer com 350 litros (consumo diário) cada um dos 11,4 milhões de paulistanos. E isso num país que já tem quase 13% de toda a água superficial do planeta, fora a dos aquíferos subterrâneos.Biodiversidade, água, energia. Quando passaremos a dar prioridade em nosso pensamento político e na estratégia a fatores como esses, principalmente quando as sucessivas crises financeiras mundiais indicam que o mundo terá de valorizar recursos concretos, em lugar de papéis?* Washington Novaes é jornalista – wlrnovaes@uol.com.br.** Publicado originalmente no site do Movimento Xingo Vivo para Sempre.
Temperaturas mais altas favorecem a reprodução de espécies do Sul da Europa. Foto: rling

Biodiversidade

Aquecimento do Atlântico impacta 72% das espécies de peixes da Europa


por Redação EcoD

[caption id="attachment_28431" align="alignleft" width="300" caption="Temperaturas mais altas favorecem a reprodução de espécies do Sul da Europa. Foto: rling"][/caption]Benéfico para algumas espécies e prejudicial para outras, o aumento da temperatura no Oceano Atlântico foi alvo de pesquisas de estudiosos britânicos. As consequências das mudanças climáticas para a pesca comercial e a segurança alimentar estão no centro das discussões após a divulgação do trabalho, publicado no dia 16, no site da revista Current Biology.Foi notado que espécies características do sul da região, acostumadas a temperaturas mais quentes, se adaptam melhor às mudanças em relação aos que vivem em águas mais frias, como o bacalhau, que teve uma queda de 50% da população nas últimas três décadas.O fitoplâncton, camada de algas que compõe a alimentação de muitas espécies, o crescimento e a sobrevivência das larvas, além do tempo de maturação das ovas dos peixes sofrem diretamente a influência das mudanças climáticas na temperatura das águas. Ao menos 72% das espécies regionais sofreram alterações significativas, tanto para mais, quanto para menos. O estudo apontou que a cada quatro espécies, três apresentaram aumento populacional, enquanto as restantes estão migrando para áreas mais frias ou desaparecendo da costa.O nordeste do Atlântico europeu é conhecido como o centro das mudanças climáticas em virtude das elevações da temperatura na região, que pode atingir uma marca quatro vezes mais alta que a média mundial.Na revisão de 11 estudos publicados por cientistas europeus, os pesquisadores apontaram que essas alterações são apenas a “ponta do iceberg” em relação à modificação no ambiente marinho.* Publicado originalmente no site EcoD.
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Artigo

Caminhando juntos: economia e meio ambiente


por Marcus Eduardo de Oliveira*

"Na espaçonave Terra não há passageiros. Todos somos tripulantes.” Herbert M. McLuhan (1911-1980)Inequivocamente, a primeira condição para mudar a realidade é conhecê-la. Os dados disponíveis, concernentes à agressão ambiental em escala mundial em nome do “progresso econômico (?)”, não deixam dúvidas: o forte desequilíbrio ambiental manuseado por mãos humanas que respondem aos ditames do deus-mercado precisa ser freado.À medida que o consumo ganha maiores proporções e torna-se sinônimo de prosperidade material, os recursos naturais vão sendo dilapidados e o meio ambiente, eixo de todo o sistema vida, sofre as consequências: desequilibra-se o sistema de chuvas, altera-se radicalmente o clima, desmata-se, polui-se, agride-se os lençóis freáticos, chove onde deveria fazer sol, há seca onde deveria ter água. A “salada química” é intensa: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, eutrofização (degradação do ambiente aquático), pesticidas.Na busca desenfreada pelo bem-estar, pelo conforto, o homem se fecha numa visão míope e rompe seus laços com a Mãe Natureza. Que bem-estar é esse que degrada o ambiente? Que melhoria de vida é possível num ambiente natural caótico, desequilibrado, dilapidado? Isto é progresso? A expansão industrial, o ritmo alucinado do crescimento da economia somente fez violentar a natureza. Em nome disso, passamos a valorizar mais o som da buzina dos automóveis do que o som do canto dos pássaros. A fumaça das fábricas passou a ter mais valor que o cheiro do mato. A palavra de ordem dada pelo deus-mercado é CRESCER; pouco importa se a consequência disso seja DESTRUIR.Urge inverter-se essa lógica. O relacionamento entre a Terra e a Economia tem de ser harmonioso, visto que a segunda parte da primeira. Aqui reforçamos a ideia de que a economia nada mais é que um subconjunto do meio ambiente. É necessário, portanto, criar-se, em todos os aspectos, a boa sincronia entre a economia (atividade produtiva) e o ecossistema (a base dos recursos naturais) para se chegar ao verdadeiro progresso; o progresso que se sustentará ao longo do tempo sem ter feito os estragos em sua base de sustentação.Dito isso, é importante reiterar que o crescimento da economia (o crescimento físico) não pode acontecer sobre as ruínas do capital natural. O que tem acontecido é o oposto: de 1950 a 2000, a economia global foi multiplicada por sete, aumentando a produção de bens e serviços de US$ 6 trilhões para US$ 43 trilhões (dados de 2000). Conquanto, o que não foi respondido nesse mesmo período é a que "preços” ecológico e social esse crescimento elevado foi alcançado.Enquanto a economia (atividade produtiva) que sustenta essa produção/consumo tem sido feita em benefício de poucos, na outra ponta, essa mesma economia é sustentada (em termos de produção e não de consumo) por muitos que jamais terão as mesmas as oportunidades dadas aos primeiros. Disso advêm, certamente, as gritantes distorções no sistema de distribuição/consumo de bens e isso condena, de uma vez por todas, a economia (também enquanto ciência) a se desviar de seu pressuposto essencial: melhorar as condições de vida de todas as pessoas.Definitivamente, a economia e a natureza não nasceram para condenar alguém à humilhação, à exploração, à pobreza material. Economia e Natureza, juntas, podem representar uma via de acesso às melhorias que levam ao almejado padrão de bem-estar social, desde que caminhem juntas, numa “parceria” sem exploração voraz, numa sintonia de contemplação. A esse respeito, Jean-Michel Cousteau assim ponderou: “a economia e a ecologia não devem ter conflitos porque hoje são exatamente a mesma coisa”.O curioso é que no passado não muito distante, a ecologia chegou a ser chamada de “a economia da natureza”, dada sua estreita e íntima relação entre o produzir e o retirar da natureza.O fato é que, desse argumento de Cousteau, resulta afirmar, a título de reiteração, que a economia e o meio ambiente devem caminhar juntos, pois uma é o complemento da outra, apesar de ser a economia um subconjunto do meio ambiente. Para tanto, o crescimento econômico deve ser revisto, pois esse não pode ser praticado à custa dos recursos naturais explorados à exaustão. A própria palavra exaustão (na origem: extremo cansaço) já determina como será no futuro: é algo que vai acabar.Portanto, não se deve, não se pode, não se recomenda crescer além dos limites. O certo é que há limites e esses devem ser respeitados. A Terra não aumentará de tamanho, estejamos certos disso. Na prática, continuar explorando sem respeitar os limites implicará sérias perdas para todos. Outrossim, isto significa perdas que serão irrecuperáveis, visto que há recursos que são finitos, vão acabar. A mensagem é única: usou, esgotou, não teremos mais.Dessa forma, essa história entre a Economia e a Natureza em conflito pode assim ser resumida: mais economia (crescimento) é sinônimo de menos ambiente (degradação). Logo, crescimento sem regras e sem ponderações aponta para profundos impactos ambientais. Ambiente (ecossistema) degradado é vida mal vivida. Muitos vão se defender desses argumentos alegando ser possível a prática do tal “desenvolvimento sustentável”. Conquanto, isto é oximoro (dois conceitos opostos numa só expressão): se é desenvolvimento (evolução) é impossível ser sustentável (preservação). Isso não se coaduna. Um fere o outro e, ambos, feridos, degradam a qualidade de vida.Nas palavras de Lester Brown, essa história fica assim: “A economia global atual foi formada por forças de mercado e não por princípios de ecologia. Infelizmente, ao deixar de refletir os custos totais dos bens e serviços, o mercado presta informações enganosas aos tomadores de decisões econômicas, em todos os níveis. Isso criou uma economia distorcida, fora de sincronia com os ecossistemas da Terra, uma economia que está destruindo seus sistemas naturais de suporte”.Para o bem de todos, urge retomarmos sempre que possível esse debate em torno da economia e sua relação com o meio ambiente. Que ambos caminhem juntos; a preservação das espécies vai agradecer. Por fim, é forçoso ressaltar que não estamos na Terra; somos a Terra. Não ocupamos a natureza como meros partícipes dela; somos a própria natureza.* Marcus Eduardo de Oliveira é economista brasileiro, especialista em Política Internacional. Articulista do site O Economista, do portal EcoDebate e da Agência Zwela de Notícias.** Publicado originalmente no site Adital.

Caminhando juntos: economia e meio ambiente

"Na espaçonave Terra não há passageiros. Todos somos tripulantes.” Herbert M. McLuhan (1911-1980)Inequivocamente, a primeira condição para mudar a realidade é conhecê-la. Os dados disponíveis, concernentes à agressão ambiental em escala mundial em nome do “progresso econômico (?)”, não deixam dúvidas: o forte desequilíbrio ambiental manuseado por mãos humanas que respondem aos ditames do deus-mercado precisa ser freado.À medida que o consumo ganha maiores proporções e torna-se sinônimo de prosperidade material, os recursos naturais vão sendo dilapidados e o meio ambiente, eixo de todo o sistema vida, sofre as consequências: desequilibra-se o sistema de chuvas, altera-se radicalmente o clima, desmata-se, polui-se, agride-se os lençóis freáticos, chove onde deveria fazer sol, há seca onde deveria ter água. A “salada química” é intensa: monóxido de carbono, dióxido de enxofre, eutrofização (degradação do ambiente aquático), pesticidas.Na busca desenfreada pelo bem-estar, pelo conforto, o homem se fecha numa visão míope e rompe seus laços com a Mãe Natureza. Que bem-estar é esse que degrada o ambiente? Que melhoria de vida é possível num ambiente natural caótico, desequilibrado, dilapidado? Isto é progresso? A expansão industrial, o ritmo alucinado do crescimento da economia somente fez violentar a natureza. Em nome disso, passamos a valorizar mais o som da buzina dos automóveis do que o som do canto dos pássaros. A fumaça das fábricas passou a ter mais valor que o cheiro do mato. A palavra de ordem dada pelo deus-mercado é CRESCER; pouco importa se a consequência disso seja DESTRUIR.Urge inverter-se essa lógica. O relacionamento entre a Terra e a Economia tem de ser harmonioso, visto que a segunda parte da primeira. Aqui reforçamos a ideia de que a economia nada mais é que um subconjunto do meio ambiente. É necessário, portanto, criar-se, em todos os aspectos, a boa sincronia entre a economia (atividade produtiva) e o ecossistema (a base dos recursos naturais) para se chegar ao verdadeiro progresso; o progresso que se sustentará ao longo do tempo sem ter feito os estragos em sua base de sustentação.Dito isso, é importante reiterar que o crescimento da economia (o crescimento físico) não pode acontecer sobre as ruínas do capital natural. O que tem acontecido é o oposto: de 1950 a 2000, a economia global foi multiplicada por sete, aumentando a produção de bens e serviços de US$ 6 trilhões para US$ 43 trilhões (dados de 2000). Conquanto, o que não foi respondido nesse mesmo período é a que "preços” ecológico e social esse crescimento elevado foi alcançado.Enquanto a economia (atividade produtiva) que sustenta essa produção/consumo tem sido feita em benefício de poucos, na outra ponta, essa mesma economia é sustentada (em termos de produção e não de consumo) por muitos que jamais terão as mesmas as oportunidades dadas aos primeiros. Disso advêm, certamente, as gritantes distorções no sistema de distribuição/consumo de bens e isso condena, de uma vez por todas, a economia (também enquanto ciência) a se desviar de seu pressuposto essencial: melhorar as condições de vida de todas as pessoas.Definitivamente, a economia e a natureza não nasceram para condenar alguém à humilhação, à exploração, à pobreza material. Economia e Natureza, juntas, podem representar uma via de acesso às melhorias que levam ao almejado padrão de bem-estar social, desde que caminhem juntas, numa “parceria” sem exploração voraz, numa sintonia de contemplação. A esse respeito, Jean-Michel Cousteau assim ponderou: “a economia e a ecologia não devem ter conflitos porque hoje são exatamente a mesma coisa”.O curioso é que no passado não muito distante, a ecologia chegou a ser chamada de “a economia da natureza”, dada sua estreita e íntima relação entre o produzir e o retirar da natureza.O fato é que, desse argumento de Cousteau, resulta afirmar, a título de reiteração, que a economia e o meio ambiente devem caminhar juntos, pois uma é o complemento da outra, apesar de ser a economia um subconjunto do meio ambiente. Para tanto, o crescimento econômico deve ser revisto, pois esse não pode ser praticado à custa dos recursos naturais explorados à exaustão. A própria palavra exaustão (na origem: extremo cansaço) já determina como será no futuro: é algo que vai acabar.Portanto, não se deve, não se pode, não se recomenda crescer além dos limites. O certo é que há limites e esses devem ser respeitados. A Terra não aumentará de tamanho, estejamos certos disso. Na prática, continuar explorando sem respeitar os limites implicará sérias perdas para todos. Outrossim, isto significa perdas que serão irrecuperáveis, visto que há recursos que são finitos, vão acabar. A mensagem é única: usou, esgotou, não teremos mais.Dessa forma, essa história entre a Economia e a Natureza em conflito pode assim ser resumida: mais economia (crescimento) é sinônimo de menos ambiente (degradação). Logo, crescimento sem regras e sem ponderações aponta para profundos impactos ambientais. Ambiente (ecossistema) degradado é vida mal vivida. Muitos vão se defender desses argumentos alegando ser possível a prática do tal “desenvolvimento sustentável”. Conquanto, isto é oximoro (dois conceitos opostos numa só expressão): se é desenvolvimento (evolução) é impossível ser sustentável (preservação). Isso não se coaduna. Um fere o outro e, ambos, feridos, degradam a qualidade de vida.Nas palavras de Lester Brown, essa história fica assim: “A economia global atual foi formada por forças de mercado e não por princípios de ecologia. Infelizmente, ao deixar de refletir os custos totais dos bens e serviços, o mercado presta informações enganosas aos tomadores de decisões econômicas, em todos os níveis. Isso criou uma economia distorcida, fora de sincronia com os ecossistemas da Terra, uma economia que está destruindo seus sistemas naturais de suporte”.Para o bem de todos, urge retomarmos sempre que possível esse debate em torno da economia e sua relação com o meio ambiente. Que ambos caminhem juntos; a preservação das espécies vai agradecer. Por fim, é forçoso ressaltar que não estamos na Terra; somos a Terra. Não ocupamos a natureza como meros partícipes dela; somos a própria natureza.* Marcus Eduardo de Oliveira é economista brasileiro, especialista em Política Internacional. Articulista do site O Economista, do portal EcoDebate e da Agência Zwela de Notícias.** Publicado originalmente no site Adital.

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19/09/2011

Vida universitária

segunda-feira, 19/setembro, 2011

Para História Ambiental, natureza é protagonista e não coadjuvante

Novo ramo da Ciência avalia impacto das ações humanas no meio ambiente
Homem e natureza nunca estiveram tão juntos. Pelo menos, nas pesquisas da História Ambiental, um ramo relativamente novo da História que estuda como a natureza impõe mudanças na sociedade e, por outro lado, como a sociedade lida com a presença da natureza em seus processos de desenvolvimento. Para a nova ciência, o meio ambiente tem um papel ativo, deixando de ser apenas um pano de fundo para as ações do homem. Considerado um dos precursores brasileiros na área de História Ambiental, José Augusto Padua, professor do Departamento de História da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que o desenvolvimento do novo campo faz parte de um movimento maior das Ciências Humanas, na tentativa de adotar modelos mais dinâmicos e interativos.
“Autores como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Euclides da Cunha já faziam história ambiental, mas sem usar esse nome. Como campo de estudo, ele surgiu nos Estados Unidos nos anos 70/80 e tive a sorte de conhecer um dos pesquisadores pioneiros, o americano Warren Dean, que na época estava criando o campo de História Ambiental junto com outros pesquisadores americanos. Ele era um brasilianista e escreveu um livro extraordinário, ‘A Ferro e Fogo’, no qual estuda a história das relações do homem com a Mata Atlântica. Dean foi uma pessoa muito importante na minha formação, era fascinante vê-lo trabalhando, pesquisando nos arquivos e fazendo pesquisa de campo, mesmo já com certa idade. Com ele aprendi que, para entender o que vivemos hoje, precisamos olhar para trás, reconstruir a trajetória humana”, ressalta o professor.
E é do ponto de vista da História Ambiental que o pesquisador explica tragédias como a que aconteceu em janeiro deste ano na Região Serrana do Rio, quando 900 pessoas morreram soterradas por deslizamentos de terra.
“Em 1987, uma tempestade na Região Serrana provocou a morte de 200 pessoas. Em 2011, uma chuva tão forte como aquela fez quase 1.000 vítimas. O que mudou de lá para cá? A ocupação desordenada cresceu. Os ricos querem ficar mais perto da natureza, fugindo dos grandes centros, e começam a construir casas de campo, clubes… Quem tem menos dinheiro também acompanha esse movimento para as serras, construindo habitações precárias. Quando a chuva vem, todos sofrem”, lamenta.
De acordo com o professor, atualmente as questões ambientais ganham repercussão global, mobilizando governos, cientistas e sociedade civil. Mas, se a visibilidade é maior, os problemas também são. “Os carros hoje são menos poluentes. No entanto, temos mais carros. Precisamos avançar mais, mudar nossas atitudes cotidianas, e não pensar no assunto só quando acontecem tragédias. A ignorância não é mais uma desculpa”.
Padua fez mestrado e doutorado em Ciência Política, no ex-Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) e durante as pesquisas descobriu que já havia uma semente de consciência ecológica nos séculos XVIII e XIX. “Intelectuais como José Bonifácio, Joaquim Nabuco, Guilherme Capanema, entre outros, já discutiam temas que hoje fazem parte de nossa agenda ambiental. Ecologia não é um assunto importado, tem raízes profundas. Os intelectuais não usavam esse nome, mas criticavam o desflorestamento, as queimadas e o desperdício de recursos ambientais. Infelizmente, as idéias não se converteram em movimento social. Temos apenas uma ação concreta importante, a recuperação da Floresta da Tijuca, no século XIX. Na época a cidade sofria com a falta de água e D. Pedro II entendeu que o problema estava ligado ao desmatamento. O imperador determinou o reflorestamento, conduzido pelo Major Manuel Gomes Archer e o administrador Thomás Nogueira da Gama. Mais de 100 mil espécies de mudas foram plantadas. Pela primeira vez em nossa história, fizemos um projeto como esse”, explica o pesquisador, que transformou a pesquisa de doutorado no livro “Um Sopro de Destruição”, lançado em 2002. Mas essa não foi a primeira incursão do pesquisador no mundo literário. Em 1984, Padua lançou o livro “O que é Ecologia”, pela coleção Primeiros Passos, junto com Antonio Lago, obra que vendeu mais de 100 mil exemplares.
O professor, que trabalhou por seis anos no Greenpeace como coordenador da Área de Florestas da América Latina, antes de voltar para a vida acadêmica, atualmente compara a destruição da Mata Atlântica com a devastação da Amazônia. E não é otimista em relação ao futuro. “Perdemos quase toda a Mata Atlântica, só que ela demorou mais tempo para ser devastada. Já a Floresta Amazônica está sendo destruída muito rapidamente. Mas, o que ouço as pessoas falarem é: ‘Ah, temos muito mato ainda’. Existe o mito da natureza inesgotável e da fronteira sempre aberta. Vivemos a cultura de que podemos desmatar em nome do progresso. Quando não se pode tirar mais nada da terra, parte-se para outro ponto e a destruição recomeça. Temos que aprender a valorizar nossa natureza tropical, não basta cantar em verso e desprezar na prática. Espero que não precisemos perder a Amazônia como aconteceu com a Mata Atlântica para aprendermos a lição que a História Ambiental nos dá”, completa.
fonte: http://www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=90993

16/09/2011

EVENTO GATUITO EM FLORIPA DIA 23/09/2011 - O FIM DA LINHA

ASSISTA O TRAILER: http://seashepherd.org.br/o-fim-da-linha/


QUANDO: 23 de setembro, 15:00, sexta-feira.
ONDE: Auditório do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Santa Catarina * A sala Ambiente com ar climatizado; 60 poltronas.
FAÇA A DOAÇÃO SUGERIDA DE R$10,00, GARANTA SUA POLTRONA E AJUDE O INSTITUTO SEA SHEPHERD BRASIL A MANTER SUAS AÇÕES!

EVENTO GRATUITO - Florianópolis, 23 de setembro: O Fim da Linha - Imagine um Mundo Sem Peixes

EVENTO GRATUITO

Imagine um mundo sem peixes.
O Instituto Sea Shepherd Brasil em parceria com a GoodScreening.org e a Channel 4 BRITDOC Foundation, promove a exibição gratuita no Brasil do documentário intitulado "The End of the Line" (O Fim da Linha) dirigido por Rupert Murray.

The End of the Line, o primeiro filme-documentário revelando o impacto da sobre pesca nos nossos oceanos, teve sua estréia mundial no Festival de Cinema de Sundance na Competição de Documentários do Cinema Mundial, que ocorreu em Park City, Utah, 15-25 janeiro de 2009.

No filme vemos em primeira mão os efeitos globais do uso de peixes como alimento. Ele examina a iminente extinção do atum azul, provocada pela crescente demanda ocidental por sushi, o impacto na vida marinha, resultando em enorme superpopulação de águas-vivas, e as profundas implicações de um mundo futuro sem peixes que traria a fome em massa de uma grande parte da população global dependente diretamente da vida nos mares como fonte de renda.

ASSISTA O TRAILER: http://seashepherd.org.br/o-fim-da-linha/


QUANDO: 19 de setembro, 19:00, segunda-feira.
ONDE: CineBancários: Rua General Câmara, nº 424 - Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230 - Fone (51) 3433-1204
* A sala Ambiente com ar climatizado; 81 poltronas; Dois lugares para cadeirantes; Projetor Multimídia com sistema Blue Ray; Projeção 35mm; Som Dolby Digital 5.1; Palco Multiuso

FAÇA A DOAÇÃO SUGERIDA DE R$10,00, GARANTA SUA POLTRONA E AJUDE O INSTITUTO SEA SHEPHERD BRASIL A MANTER SUAS AÇÕES!

As águas ficaram vermelhas: dezenas de baleias-piloto são covardemente assassinadas nas Ilhas Faroé

2 setembro 2011

Baleias-piloto assassinadas nas Ilhas Faroé em 2010. Foto: Sofia Jonsson
Baleias-piloto assassinadas nas Ilhas Faroé em 2010. Foto: Sofia Jonsson
Entre 50 a 100 baleias-piloto indefesas foram levadas para um fiorde em Vestmanna, nas Ilhas Faroé, na manhã de hoje, onde cada baleia adulta, machos e fêmeas, e seus filhotes, foram barbaramente massacrados, numa orgia de sangue que manchou as águas de um escarlate profundo.

Esta atrocidade vergonhosa seguiu o rastro da recente partida da Sea Shepherd das Ilhas Faroé, após prevenir com sucesso o derramamento de sangue por vários meses durante a Operação Ilhas Ferozes, uma campanha em defesa das baleias-piloto. Devido ao orçamento limitado da Sea Shepherd, só pudemos passar dois meses nas Ilhas Faroé, e nenhuma única baleia foi morta durante este tempo.

Durante os meses de julho e agosto de 2011, quando os navios da Sea Shepherd, o Steve Irwin e o Brigitte Bardot, estiveram na área, a polícia das Ilhas Faroé aconselhou todas as comunidades locais a não matar qualquer baleia. Estima-se que 668 baleias-piloto foram mortas nas Ilhas Faroé durante julho e agosto de 2010, em comparação a zero baleias mortas durante os mesmos meses deste ano, como resultado da presença da Sea Shepherd.

“Eu acho que os baleeiros das ilhas Faroé são covardes”, disse o Capitão Paul Watson. “Eles não mataram uma única baleia quando estávamos lá. Eles esperaram, sabendo que acabaríamos tendo que ir embora, e depois de uma semana da nossa partida, eles retomaram seu ritual macabro e bárbaro de uma matança cruel e horrível. Eu só tenho uma palavra para descrever esses assassinos, e essa palavra é – covardes”.

As mortes de hoje justificam a presença e as táticas da Sea Shepherd nas Ilhas Faroé este ano. É bastante evidente que se os navios e a tripulação da Sea Shepherd não estivessem nas ilhas durante os últimos dois meses, centenas de baleias provavelmente teriam sido massacradas.

“Eles agora vão sentar-se para sua refeição de carne de baleia, envenenada de mercúrio e gordura, e vão sorrir e se orgulhar de terem tirado tantas vidas cruelmente”, disse a Chefe de Cozinha e tripulante, Laura Dakin, da Austrália. “É fácil matar os indefesos, os bebês e as mães, criaturas tão fáceis de massacrar, que não podem lutar. Estes homens são pateticamente covardes”.

A Sea Shepherd tem planos de voltar para as Ilhas Faroé no próximo ano, para mais uma vez patrulhar as águas em defesa dos indefesos.
Traduzido por Raquel Soldera, voluntária do ISSB

15/09/2011

Bem Paraná

Árvores nativas

15 setembro, 2011
07:42
Um plantio de árvores nativas na Praça Daniel Mocelin, na Borda do Campo, em Quatro Barras, marcou mais uma etapa do projeto desenvolvido pela Escola Izair Lago com alunos do 1º ano. O projeto “Pedreiras de Quatro Barras: história, identidade e impactos ambientais” já passou por várias fases e está aprofundando o tema. “O plantio na Praça Daniel Mocelin é mais uma etapa do projeto. Estamos plantando dez mudas de árvores nativas e dez arbustos que dão flores para embelezar a praça”, contou a professora Adriana Mazur.

fonte- Bem Paraná

Estudantes questionam autoridades sobre defesa do meio ambiente

Membros do Comitê Universitário em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável do Distrito Federal encaminharam carta-aberta ao senador Jorge Viana (PT/AC) e à ministra do Meio Ambiente

"Queremos saber como representantes dos setores que deveriam lutar pela aprovação de leis aplicáveis, coesas e não-contraditórias, podem defender alterações que tornem o projeto do Novo Código Florestal ainda mais controverso, cheio de brechas jurídicas e de pegadinhas", diz a carta que também se refere a Chico Mendes, Dorothy Stang, Zé Castanha, Maria do Espírito Santo  que morreram defendendo as florestas brasileiras.

O documento é assinado por dez centros acadêmicos da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Católica de Brasília (UCB) e questiona "como, ao mesmo tempo em que se dizem defensor e defensora do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, podem elogiar um relatório que beneficia e incentiva aquelas e aqueles que praticaram o desmatamento ilegal". Veja ao lado a carta na íntegra.

fonte- WWF Brasil