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23/12/2012

Os consumidores do futuro


Os consumidores do futuro


Proteger as crianças da publicidade excessiva, não incentivar o consumismo, estimular a imaginação e a criatividade delas, promover o contato com a natureza e com os livros. Seguramente, é um caminho promissor se desejarmos adultos responsáveis, mais sensíveis e solidários, e, sobretudo, mais motivados a agirem como agentes transformadores da realidade. É muito comum quando falamos em meio ambiente e sustentabilidade, indagarmos sobre que Planeta e qualidade de vida estamos legando às gerações futuras, mas nos esquecemos de perguntar que crianças estamos legando ao Planeta.
Em Outubro, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou o Caderno de Consumo Sustentável “Consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade”, em parceria com o Instituto Alana, organização não-governamental de defesa da infância livre de consumismo, dando início à campanha Criança e Consumo Sustentável, que deverá ocorrer ao longo de 2013.
No dia 15 de Outubro, comemorou-se o Dia do Consumo Consciente. A data foi instituída pelo Consumers International e adotada pelo Ministério do Meio Ambiente desde 2009 para conscientizar a população sobre os problemas socioambientais que os padrões atuais de produção e consumo estão causando. As montanhas de lixo que se acumulam nos lixões e aterros sanitários são apenas um sintoma de algo mais grave, a doença urbana do consumo concentrado e exacerbado de embalagens e o do descarte inadequado.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, e o Plano Nacional dela derivado são regidos pelo princípio do compartilhamento. Não basta o Governo fazer sua parte, nem mesmo as empresas – que deverão responsabilizar-se pelo destino final das embalagens que produzem ou distribuem – se os consumidores não mudarem hábitos de consumo e de descarte.
Para dar um exemplo, o MMA assinou um acordo com a Associação Brasileira de Embalagens para que as embalagens de todos os produtos passem a informar como deve ser feito o descarte após o uso dos produtos (no pós-consumo). As adequações serão feitas em mil produtos por ano, até que todas as embalagens tragam essa informação em 2014.
Mas não basta descartar adequadamente, é necessário reduzir o volume de embalagens. É notório e sabido que não existem nas cidades, sobretudo as maiores, terrenos disponíveis para a construção de aterros sanitários. Nenhum bairro quer a proximidade com “lixões” ou seus sucedâneos.
Pesquisas recentes mostram a crescente pressão da propaganda televisiva sobre as crianças. No mês de Outubro, vésperas ao “dia” das crianças, cerca de 64% de todos os anúncios são dirigidos às próprias crianças que não têm como discernir ou se proteger desse bombardeamento. O comércio vem antecipando o Natal e já em Outubro há enfeites natalinos e ofertas de presentes. Os estudos sobre o consumo de classe média mostra como é crescente o endividamento das famílias para satisfazer expectativas de consumo dos filhos. Muitos dos brinquedos usam pilhas e baterias, que contém materiais perigosos, e grande parte deles não traz à criança nenhum desafio à imaginação ou criatividade. Daí o fato de a maior parte delas “enjoar” do brinquedo rapidamente e projetar o desejo em ter outras novidades.
Cabe aos pais, professores e cuidadores das creches mediar essa relação da criança com o consumo: por que substituir a banana ou a maçã na merenda do seu filho por um produto industrializado? Quais a desvantagens nutricionais envolvidas? O crescimento da Classe C tem levado a população a oferecer às crianças mais salgadinhos, biscoitos e refrigerantes sem fazer a conta desse custo lá na frente.
Atualmente, duas campanhas conscientizam a população sobre a importância de separar o lixo seco do molhado. Os filmes publicitários da campanha “Separe o lixo, acerte na lata” mostram como uma garrafa pet pode virar tecido, telha ou móvel; e como caixas de leite e latinhas de alumínio podem ser transformadas em outros objetos úteis e bonitos. Já a campanha “Saco é um saco” incentiva os consumidores a deixarem de lado as sacolinhas plásticas descartáveis e usarem sacolas duráveis ou caixas para carregar as compras e armazenar o lixo.
Cada vez mais as pessoas compreendem que a luta pelo meio ambiente não é uma batalha para “salvar o Planeta”, mas sim para preservar a nós mesmos e o ambiente em que vivemos. Segundo pesquisa “O que o brasileiro pensa do meio ambiente do consumo sustentável”, realizada este ano pelo Ministério do Meio Ambiente, às vésperas da RIO+20, 65% dos brasileiros consideram que cuidar do meio ambiente tem a ver com a nossa sobrevivência.
Quase tudo o que, nós adultos, buscamos fazer, como reduzir o desmatamento da Amazônia para garantir o equilíbrio climático no Planeta; reduzir o consumo de sacolas plásticas para diminuir a geração de resíduos e evitar enchentes; separar o lixo para reciclagem; preservar a biodiversidade; gerar energia de fontes renováveis; são ações têm nossos filhos como motivação. Afeto e responsabilidade se misturam na visão que cada geração tem de “melhorar o mundo”.
Mudar a cabeça de adultos de gerações distintas é um trabalho difícil. Muitos cresceram acreditando na abundância da natureza, outros na importância de sobrepujá-la, e a grande maioria sequer relaciona seu consumo com qualquer impacto ambiental. São os jovens e as crianças que melhor assimilam a mensagem de defesa do meio ambiente e de mudança dos padrões de vida e consumo. É importante fortalecer esse aprendizado, estimulando cada vez mais o pensamento crítico nas crianças, vinculando sua ideia de qualidade de vida com o meio ambiente.
Usufruir sustentavelmente dos recursos ambientais; consumir sem consumismo; compreender que é mais importante “ser” do que “ter”; respeitar o próximo e cuidar do que é de todos – esses são valores essenciais para um cidadão brasileiro contemporâneo.
Fonte: Eco21
Os consumidores do futuro
Os consumidores do futuro

Trânsito é responsável por 61% das emissões de SP


Trânsito é responsável por 61% das emissões de SP


Que o trânsito de São Paulo está um caos não é segredo para ninguém, mas inventário divulgado nesta semana pela Prefeitura aponta que os veículos que circulam diariamente pelas ruas da capital paulista são a principal fonte de poluição da cidade.
queima de combustíveis fósseis gerada pelo uso de carros, motos, ônibus e caminhões, entre outros veículos, é responsável hoje por 61% das emissões de gases causadores do efeito estufa de São Paulo.
Apesar de ações da prefeitura e do governo estadual para reduzir a liberação de poluentes - como a regulamentação da Política Estadual de Mudanças Climáticas, que prevê a diminuição de 20% das emissões de carbono até 2020(saiba mais em: Regulamentada Política Estadual de Mudanças Climáticas) -, a quantidade de gases do efeito estufa só tem aumentado na capital paulista. Em 2011, a cidade emitiu 16,430 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), contra 15,738 milhões de toneladas de CO2e em 2003, o que representa um aumento de 4% nos últimos nove anos.
Não por acaso, a frota de veículos também cresceu 51% nesse período. Em 2003, cerca de 4,383 milhões de automóveis circulavam por São Paulo. Hoje já são mais de 6,622 milhões, sendo que a quantidade de carros grandes que estão nas ruas - que emitem mais do que os carros de pequeno porte - também cresceu absurdamente.
Ainda de acordo com o inventário da prefeitura da capital paulista, a segunda principal fonte de poluição da cidade é a queima de combustíveis fósseis gerada pela produção de eletricidade e gás natural, responsável por 20,9% das emissões de gases causadores do efeito estufa. Em terceiro lugar aparece o setor de resíduos sólidos(15,9%) - que compreende atividades como disposição do lixo em aterros sanitários, incineração e tratamento de esgoto doméstico -, seguido por processos industriais(2,4%) e uso do solo (0,1%).
Fonte: Planeta Sustentável
Inventário divulgado pela prefeitura de São Paulo revela que, nos últimos nove anos, as emissões de gases poluentes aumentaram 4% na capital paulista, sobretudo por conta da frota de veículos, que mais do que dobrou neste período e é hoje responsável por 61% da poluição da cidade
Inventário divulgado pela prefeitura de São Paulo revela que, nos últimos nove anos, as emissões de gases poluentes aumentaram 4% na capital paulista, sobretudo por conta da frota de veículos, que mais do que dobrou neste período e é hoje responsável por 61% da poluição da cidade

Desmatamento deixa de ser aos poucos o vilão das emissões


Desmatamento deixa de ser aos poucos o vilão das emissões


Em 2012, o desmatamento deve dar adeus ao título de maior vilão das emissões de gases efeito estufa no Brasil. Na sequência, os setores de energia e agricultura se tornarão as principais fontes emissoras dos gases que contribuem para o aquecimento global.
É o que aponta um estudo preliminar e independente que o engenheiro florestal e consultor para florestas e clima doMinistério do Meio Ambiente Tasso Azevedo vai levar para a COP-18, em Doha, no Catar.
Os dados são de impressionar, a começar pela redução estimada das emissões totais: uma queda de incríveis 35% entre 2005 e 2011, isso durante um período em que as emissões aumentaram 9% em todo o mundo.
A queda do desmatamento foi de longe o fator que mais contribuiu para o país alcançar a taxa de fazer inveja. “Com esses números, estamos bem abaixo da meta de redução para 2020″, disse Azevedo à EXAME.com poucas horas antes de embarcar rumo à COP-18 nesta quarta. “O desafio agora é manter as taxas de desmatamento baixas e passar a combater outras fontes de emissões”.
NOVOS VILÕES, VELHOS PROBLEMASDe mãos dadas com os números otimistas, o estudo revela um dado perturbador. Deixando o desmatamento de fora dos cálculos, as emissões totais do Brasil, acredite, subiram no período analisado, puxadas pelas agricultura e o setor de energia, que inclui transportes.
Ao invés de cairem 35%, elas aumentaram 18%. “Ou seja, crescemos mais que a média global, de 9%”, destaca o especialista. Para se ter uma ideia, o estudo estima que, entre 2005 e 2011, a emissões do setor de energia cresceram 33%, as da agricultura, 6,7%, e as da indústria 16% – ao passo que as emissões do desmatamento caíram impressionantes 64%.
Os vilões das emissões têm nova cara. Em 2005, dois terços das emissões eram explicadas pelo desmatamento e em 2011 caiu para pouco mais de um terço. Já energia e agricultura passaram a responder por cerca de 56% das emissões. “O consumo de combustível pelo setor de transporte aumentou muito, assim como o uso de carvão mineral e as emissões da produção do petróleo”, explica.
E AGORA?Na opinião do especialista, o momento é de buscar eficiência energética, tanto no setor de transporte como nas indústrias. Na prática, precisamos produzir mais, gerando menos emissões.
O estudo mostra que a quantidade de dólares em PIB gerada para cada tonelada emitida cresceu de forma significativa passando de pouco mais de US$ 200 por tCO2e (tonelada equivalente de CO2) em 2004 para quase US$ 1600/tCO2e em 2011.
“Isto quer dizer que estamos aumentando nossa eficiência
econômica em relação as emissões, ou seja, geramos mais PIB por unidade de carbono emitida”, diz Azevedo. “Mas para a meta de redução ideal, precisamos gerar US$ 20 mil/tCO2e”, conclui.
Sem isso, o Brasil corre o risco de entrar novamente em uma saia-justa ambiental. Conforme o estudo, o crescimento das emissões nos setores de energia, agricultura, processos industriais e tratamento de resíduos devem levar ao crescimento das emissões nos próximos anos, devendo se aproximar ao valor da meta para 2020.
Fonte: Planeta Sustentável
Queda no desmatamento entre 2005 e 2011 ajudou a reduzir as emissões de gases efeito estufa em 35%. Em contrapartida, energia e agricultura devem ssumir o posto inglório
Queda no desmatamento entre 2005 e 2011 ajudou a reduzir as emissões de gases efeito estufa em 35%. Em contrapartida, energia e agricultura devem ssumir o posto inglório

Quase 600 rinocerontes são mortos por caçada ilegal na África, diz WWF


Quase 600 rinocerontes são mortos por caçada ilegal na África, diz WWF


Ao menos 588 rinocerontes foram mortos na África ao longo de 2012, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28) pela organização ambiental WWF. O número equivale a aproximadamente dois animais vítimas de caçadores por dia entre janeiro e novembro deste ano, ainda de acordo com números da instituição.
Para o coordenador do Programa de Preservação dos Rinocerontes Africanos da WWF, Joseph Okori, os espécimes selvagens dos animais podem ser extintos da natureza em dez anos se a caça não for contida. Na África do Sul, principalmente, o rinoceronte é cobiçado por seus chifres, diz a organização, em nota.
“Camponeses na base do sistema econômico podem ganhar dinheiro suficiente para sobreviver muitos meses com dois ou três dias de caçada”, disse Okori, em entrevista para o site da WWF. “Grandes quantias estão em circulação” no mercado ilegal, afirmou.
A demanda por chifres de rinoceronte na Ásia é crescente, especialmente no Vietnã. Uma máquina de moer chifres é vendida por cerca de US$ 450 no país, de acordo com a WWF.
Para o coordenador da WWF, os países precisam adotar medidas para conter a caça e o tráfico ilegal de chifres, bem como outros crimes ambientais. Uma das propostas é criar leis mais duras para condenar a prática, afirmou Okori ao site da instituição.
Okori sugere ainda maior fiscalização contra caçadas ilegais e medidas a serem adotadas pelos países para reduzir a demanda por chifres e marfim de elefante.
Na Namíbia, por exemplo, há um sistema confiável de informações sobre crimes ambientais, que funciona com a ajuda das populações locais. Isso levou o país a ter um dos menores registros de de caçada ilegal da África, segundo a WWF.
Fonte: G1
Rinoceronte no Parque Nacional Kruger, na África do Sul. Pelo menos 588 deles foram mortos neste ano (Foto: Divulgação/Universidade de Virgínia)
Rinoceronte no Parque Nacional Kruger, na África do Sul. Pelo menos 588 deles foram mortos neste ano (Foto: Divulgação/Universidade de Virgínia)

China é o maior consumidor de madeira do mundo, aponta ONG


China é o maior consumidor de madeira do mundo, aponta ONG


Relatório publicado nesta quinta-feira (29) pela Agência de Investigação Ambiental, organização não governamental do Reino Unido, aponta que a China é o pais que mais importa, exporta e consome madeira do mundo, além de ser o principal responsável pela destruição das florestas tropicais.
De acordo com o documento, enquanto na última década os Estados Unidos e a União Europeia tomaram medidas contra o desmatamento ilegal, a China passou a comprar quantidades crescentes de madeira de origem duvidosa.
“Entre 80% e 90% das árvores derrubadas em Moçambique (na África) têm como destino final a China”, afirmou Julian Newman, diretora da ONG britânica. Ela disse ainda que 44% do volume importado é destinado para empresas públicas. Segundo o relatório, a demanda interna do país é o principal fator de alta das importações de madeira.
Além disso, a ONG aponta que atividades ilegais de extração madeireira estão se movendo para diversas regiões do mundo, como Madagascar, Serra Leoa, Tanzânia, Gabão, Guiné Equatorial e Congo. Mais da metade das importações chinesas são provenientes de países como Birmânia, Papua Nova Guiné e Moçambique.
Em setembro deste ano, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em parceria com a Interpol divulgaram que até 90% da exploração madeireira realizada nas florestas tropicais do planeta são feitas pelo crime organizado.
As organizações afirmam que grupos criminosos estariam utilizando táticas para movimentar a cadeia madeireira e descrevem 30 formas engenhosas aplicadas para aquisição e “lavagem” de madeira ilegal.
Métodos primários incluem falsificação de licenças de corte, subornos para obter licenças, além de invasão ilegal de sites do governo para obter registro de concessões ou alterar licenças ambientais.
Por conta disto, foi criado um projeto piloto, financiado pelo governo da Noruega, para desenvolver um sistema internacional de combate ao crime organizado. São vários objetivos, mas entre os principais estão o fortalecimento das investigações nacionais e a centralização da concessão de licenças ambientais, o que facilitaria a transparência.
Além disso, haveria a classificação das regiões geográficas consideradas críticas, com o intuito de restringir o fluxo de madeira e outros produtos, além de incentivar investigações de fraude fiscal, com foco em plantações e usinas.
Fonte: G1
Imagem aérea de desmatamento divulgada pelo Pnuma (Foto: Divulgação/iStockphoto/Gyi/Pnuma)
Imagem aérea de desmatamento divulgada pelo Pnuma (Foto: Divulgação/iStockphoto/Gyi/Pnuma)

Sustentável para quem?


Sustentável para quem?


As consequências para a natureza de toda e qualquer economia que prioriza e faz de tudo para atender aos ditames do mercado que clama cada vez mais por excedentes na produção e no consumo (20% da humanidade consomem cerca de 80% dos recursos), atingindo picos de crescimentos inimagináveis (nos últimos 50 anos a economia aumentou em cinco vezes seu tamanho) é previamente conhecido: irreversível destruição ambiental, desmatamento em larga escala, poluição acentuada, queimadas constantes, escassez ecológica, extinção das espécies, emissão de gases de efeito estufa, entre outros. Quem paga o preço é a natureza; mas quem sofre as consequências somos nós.
O mercado é abastecido em nome desse modelo econômico-produtivo perverso e criminalmente responsável pela degradação ambiental -os mesmos 20% da humanidade mais consumistas produzem 80% da poluição total do planeta– descapitalizando assim a biodiversidade, colocando a vida em sério risco.
Uma hora qualquer –espera-se que não seja tarde demais- alguém irá perceber que as palavras do cacique Seatlle, ditas em 1854 ao governante norte-americano, estavam pontualmente certas: “(…) Depois que a última árvore for abatida, eles vão perceber que não dá para comer dinheiro”.
Nunca é demasiado aludir que não se pode medir crescimento de uma economia quando, por exemplo, se derruba uma árvore, se põe ao chão um Jequitibá de 200 anos, quando se polui um rio ou se contamina uma nascente. Se isso tudo contribui para fazer o PIB subir, e de fato contribui, o nome disso só pode ser insanidade e estupidez econômica.
O certo é que não há economia que prospere e se mantenha ao longo do tempo nas bases dessa patologia que enaltece a destruição em prol de excedentes mercadológicos.
E não é que para atenuar esse discurso da destruição das bases naturais criadora de crescimento econômico falacioso, os economistas modernos, ditos tradicionais, rapidamente criaram a expressão “desenvolvimento sustentável”?
No entanto, não são poucos os que cometem crasso equívoco na vã esperança de que essa palavra mágica (sustentável) seja algo de fato aplicável e benéfico. Em relação a isso, resta indagar: sustentável para quem? Como? Quando? Onde?
Ora, continuando a exploração desenfreada de recursos naturais para o atendimento às solicitações vindas do mercado, como se a razão precípua do viver fosse unicamente frequentar as prateleiras dos supermercados e shopping-centers, não só se torna impossível sustentar esse crescimento como o mesmo é, na verdade, uma bomba-relógio potencialmente destruidora.
Desse modo, essa expressão sustentável é então, por si, falaciosa e de pouco valia. Num projeto de desenvolvimento econômico que se pretende ser sério e equilibrado, pautado pelas linhas mestras da competição, não é factível buscar a condição de sustentável uma vez que essa competição feita pelos mecanismos previamente conhecidos do modo capitalista de produção e consumo, apenas faz produzir mais exclusão à medida que uns poucos ganham e triunfam sobre a derrota de centenas de milhões de pessoas. Que fique bem claro: exclusão é conceito que não combina com a abrangência do termo sustentável.
Ademais, pelo lado da economia tradicional, argumenta-se insistentemente que o desenvolvimento sustentável é exequível, pois, um belo dia, a natureza irá responder pelas demandas dos recursos renováveis. Aqueles que defendem esse argumento se esquecem de que o universo é finito e não aumentará de tamanho.
A escala de valores que deve predominar então, caso queiramos priorizar a vida e o respeito às coisas da natureza, deve incluir a cooperação, a partilha, a solidariedade, a comunhão, o compartilhamento, o respeito aos limites da natureza e, antes e acima de qualquer outra coisa, às pessoas.
Definitivamente, o projeto econômico precisa estar à serviço da vida em todas suas dimensões, incluindo, principalmente, a perspectiva ecológica, incorporando assim, por exemplo, à ideia da economia verde, definida pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA) como “uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica”.
Urge condenarmos o modelo capitalista espoliador aí posto, visto que esse é criminalmente responsável pelos danos ora vivenciados. Já passou da hora de vivenciarmos um novo modelo de economia que seja capaz de incorporar à dimensão ambiental e valorizar definitivamente a perspectiva social. A vida tem pressa e o relógio do tempo passa rápido demais. Não nos esqueçamos disso!
Fonte: Carbono Brasil
Sustentável para quem?
Sustentável para quem?

A sustentabilidade das compras compartilhadas – Entrevista com Renato Cader


A sustentabilidade das compras compartilhadas – Entrevista com Renato Cader


Renato Cader é Coordenador do Fórum de Lideranças Executivas de Órgãos Federais do Rio de Janeiro – GesRio. Este Fórum já conta com a participação de 35 órgãos públicos de diferentes setores. E foi através dele que Cader conseguiu grande articulação para a compra compartilhada de materiais sustentáveis na administração pública, como ele explica nesta entrevista. Renato Cader, que é especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, também foi Diretor de Gestão do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) onde obteve uma economia de aproximadamente 50% no preço dos produtos adquiridos na primeira compra compartilhada, experiência que teve repercussão nacional e internacional. A segunda compra compartilhada foi coordenada por ele na Fiocruz, e agora se encontra na etapa de definir qual será o órgão público que gerenciará a terceira.
Em que consiste o projeto “Compras Compartilhadas Sustentáveis”?
É um projeto cujo objeto é a compra pelos órgãos públicos federais, de itens de materiais sustentáveis – papel reciclado, lápis de manejo sustentável, copos de papel não parafinado… Ou seja, de materiais que causem menos impacto ao meio ambiente; e de forma conjunta, compartilhada, o que possibilita maior economia. A perspectiva das compras compartilhadas sustentáveis é um caminho para a aplicação concreta do conceito de sustentabilidade nas compras públicas e esse projeto de compra compartilhada sustentável veio demonstrar claramente essa possibilidade, pelos resultados apresentados.
Como surgiu a ideia desse projeto?
Sempre tive a inquietação de trazer para o mundo da gestão pública as questões relacionadas ao meio ambiente. Entendo que os gestores públicos têm obrigação de dar o exemplo, mais que a sociedade em geral. Mudando o padrão do consumo, acaba-se por mudar o processo de produção. Porque, se os gestores públicos consumirem mais produtos sustentáveis, vão fomentar um novo mercado, que é o mercado de produtos sustentáveis. Isso é algo que fará a diferença. Nós temos um dado que revela: aproximadamente 16% do PIB são oriundos de compras públicas. Sendo assim, o poder público tem o papel fundamental de fomentar esse novo mercado e essa mudança de paradigma de consumo.
Você acredita que uma política de compras sustentáveis poderia ajudar no processo de consumo sustentável em geral?
A política de compras sustentáveis é um instrumento fundamental para implementação mais efetiva das contratações sustentáveis. Tenho certeza que esse é um caminho que não tem volta. Um caminho do bem, na verdade. É uma onda que está crescendo e que todo mundo vai, obrigatoriamente, ter que pegar. Digo isso, primeiro, por conta da própria legislação. Houve um avanço na legislação nos últimos anos. O Ministério do Planejamento publicou a Instrução Normativa Nº 1/2010 e, recentemente, houve um decreto, no dia 5 de Junho de 2012, dispondo sobre essa questão do consumo sustentável na administração pública, sobre as compras sustentáveis. Há pouco tempo o Ministério do Meio Ambiente lançou o Plano Nacional de Produção e Consumo Sustentável, que também traz algumas recomendações importantes. Em muitos estados já existem experiências exitosas, como em São Paulo e Minas Gerais, mas não de compras compartilhadas sustentáveis.
A iniciativa começou a ser implantada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Que balanço pode ser feito nessa iniciativa?
A primeira compra compartilhada foi coordenada pelo JBRJ e contou com a participação de dez órgãos públicos. Registramos uma economia de aproximadamente 50% no preço dos produtos adquiridos. Então, com esse projeto, desmistificamos a ideia de que produtos sustentáveis são mais caros que os convencionais. Conseguimos comprar papel reciclado pelo mesmo preço do convencional, compramos envelope de papel reciclado mais barato que o de papel convencional, etc. Também acabamos com a ideia de que a eficiência só deve ser vista pelo ponto de vista econômico. Mostramos aos gestores públicos que a eficiência ambiental também está dentro do conceito de eficiência econômica. A ideia é que a cada ano um órgão público coordene essa licitação com os outros órgãos, de forma que ele [o projeto] vá reverberando por toda a administração pública federal.
A Ministra Miriam Belquior na solenidade de entrega do Prêmio Inovação, que teve este projeto como um dos vencedores, falou da importância da perenidade do projeto e isso já está acontecendo. A primeira compra foi coordenada pelo Jardim Botânico, a segunda pela Fiocruz, já com resultados concretos e agora estamos definindo qual órgão vai gerenciar a terceira.
Então, após essas duas compras, que balanço pode ser feito nesses anos de implantação?
A segunda compra teve a aquisição de 20 itens sustentáveis e a participação de 19 unidades administrativas de diferentes órgãos federais do Rio de Janeiro. A mesma obteve resultados bastante satisfatórios. Entraram na segunda compra novas instituições de prestígio nacional como o BNDES, INMETRO, IBGE, DATAPREV, ANCINE, entre outras. A ANP e ANS já sinalizaram o interesse em fase de adesão. A referida compra obteve uma economia de 43,59% sobre o valor estimado – e houve também a inclusão de novos itens em relação à primeira compra como a caneta com plástico reciclado e o envelope reciclado da cor branca. Itens como papel A4 reciclado e etiqueta tiveram preços ainda melhores que a primeira, gerenciada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O papel A4, por exemplo, teve um montante a ser comprado estimado de cerca de um milhão de reais, e, com uma economia de 42%, foi economizado só nesse item cerca de R$ 420 mil. A segunda compra compartilhada veio ratificar ainda mais a perspectiva de que é possível comprar produtos sustentáveis mais baratos que os convencionais.
Você recebeu como prêmio uma viagem técnica à Alemanha. O que destacaria dessa experiência?
A experiência na Alemanha foi muito importante, primeiro para entender que o Brasil, na minha visão, ainda está muito atrasado, sim, em relação a alguns países da Europa, e à Alemanha, principalmente. A Alemanha tem uma política de compras sustentáveis desde 1986. Mas, por outro lado, a Alemanha, assim como alguns outros países da Europa, não tem essa cultura de fazer compras compartilhadas sustentáveis. Então, nosso projeto é realmente inovador, no Brasil e em outros países.
Na Alemanha pude aprender sobre os critérios ambientais que eles utilizam nas licitações. O Brasil não tem um selo ambiental como a Alemanha, onde há o “Blue Angel”, que é da década de 70, legitimado pela área pública. O “Blue Angel” certifica vários tipos de produtos: florestais, material de expediente etc. Penso que poderíamos ter um selo assim no Brasil, com uma perspectiva mais sistêmica.
Os alemães passarão a compartilhar suas compras sustentáveis?
Sim. Inclusive, um instituto de pesquisa de produção e consumo sustentável que visitei pediu que encaminhasse a apresentação do projeto para disseminar a outros países do mundo. Uma consultoria britânica me procurou para uma entrevista sobre esse projeto que está começando a reverberar, a ter eco na esfera internacional, o que considero um passo a mais para a sustentabilidade do nosso Planeta.
Fonte: Eco21
A sustentabilidade das compras compartilhadas – Entrevista com Renato Cader
A sustentabilidade das compras compartilhadas – Entrevista com Renato Cader

Greenpeace lança campanha contra tóxicos encontrados em roupas da Zara


Greenpeace lança campanha contra tóxicos encontrados em roupas da Zara


Você sabe qual o material responsável pela produção da roupa que está utilizando? Pois é essa pergunta que os ativistas do Greenpeace fazem para os fashionistas, que compram vestimentas de marca. Segundo eles, a grife espanhola Zara “possui cursos-d’água públicos, que estão sendo tratados como se fossem esgotos particulares”. Além disso, utiliza produtos químicos tóxicos na confecção das roupas. Os ambientalistas testaram os elementos encontrados nos produtos em um laboratório independente.
Para mudar esse quadro, os ativistas criaram a campanha Detox Greenpeace, com o objetivo de mobilizar o maior número de pessoas para cobrar da Zara a desintoxicação de seus produtos e um trabalho mais sustentável. Os interessados precisam apenas acessar o portal da iniciativa e informar nome, sobrenome, e-mail e telefone. Depois é só clicar em “Quero participar” e pronto!
Zara2 EcoD Greenpeace lança campanha contra tóxicos encontrados em roupas da Zara
A grife respondeu as acusações e prometeu ações para melhorar a sua produção. Foto: Elvert Barnes
A campanha, que foi lançada no dia 20 de novembro, já alcançou mais de 200 mil assinaturas, até o fechamento desta matéria. Mas, a Zara, considerada a maior varejista do mundo, pronunciou-se em relação a ação. A grife apontou que há “boa vontade em tomar as atitudes necessárias para alcançar, no menor tempo possível, a meta geral de parar a poluição”.
Os ativistas retrucaram afirmando que “palavras não são suficientes” e prometeram cobrar da marca atitudes que provem a melhoria de seus trabalhos. “Nós acreditamos que a Zara tem responsabilidade junto ao público e ao meio ambiente de acabar definitivamente com toda a liberação de produtos químicos perigosos dos seus processos de produção, e pedir a seus fornecedores que revelem quais substâncias estão sendo jogadas em nossos preciosos cursos d’água”, declararam no portal do Greenpeace.
A Zara também já foi acusada de trabalho escravo, conforme o EcoD Já mostrou em entrevista com Ana Asti, presidente da Organização Mundial de Comércio Justo na América Latina (WFTO). O Ministério do Trabalho encontrou, no fim do mês de junho de 2011, uma casa na Zona Norte de São Paulo, onde 16 pessoas, sendo 15 bolivianos, viviam e trabalhavam em condições de semi-escravidão para a empresa espanhola.
Fonte: EcoD
A campanha atingiu mais de 200 mil assinaturas em 48 horas. Foto: Divulgação
A campanha atingiu mais de 200 mil assinaturas em 48 horas. Foto: Divulgação

Taxa de desmatamento da Amazônia é a menor já registrada


Taxa de desmatamento da Amazônia é a menor já registrada


A derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo governo, em 1988. De acordo com os dados divulgados hoje (26) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a expansão da área desmatada caiu de 6,4 mil quilômetros quadrados para 4,6 mil quilômetros quadrados por ano.
Os resultados se referem ao período de agosto de 2011 a julho deste ano comparado aos 12 meses anteriores. “É a menor taxa de desmatamento da história. Tem o grande marco que é jogar o desmatamento abaixo dos 5 mil quilômetros quadrados”, comemorou a ministra.
“Ouso dizer que esta é a única boa noticia ambiental que o planeta teve este ano do ponto de vista de mudanças do clima. Em relação aos compromissos de metas voluntárias de redução de emissões estamos bastante avançados”, acrescentou.
A meta voluntária definida pelo governo brasileiro é reduzir a expansão anual da área de desmatamento ilegal da Amazônia para 3,9 mil quilômetros quadrados até 2020. Com o novo índice, fica falando apenas redução de 4% para que a área ambiental atinja a meta, oito anos antes do prazo.
A redução da área registrada por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) representa queda de 27% da área degradada por madeireiros ilegais, na comparação com o mesmo período anterior. O intervalo desses 12 meses é consolidado anualmente no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe.
Os dados mostram que o desmatamento aumentou apenas em três estados. Em Tocantins, a derrubada ilegal de árvores aumentou 33%, chegando a 53 quilômetros quadrados por ano. No Amazonas, a degradação aumentou 29%, chegando a 646 quilômetros quadrados e, no Acre, a ação dos infratores avançou 10% na região, atingindo 308 quilômetros quadrados.
De acordo com a ministra, embora não tenham sido identificadas todas as causas da elevação do desmatamento nesses estados, no Tocantins o problema está associado ao Cerrado Amazônico, que permite reserva legal de 35%. “Como os estados ainda não tornam disponíveis as informações do que é legal e do que é ilegal, não conseguimos identificar quanto do aumento desse desmatamento está associado a incremento de infraestrutura e de supressões legais”, informou.
No Amazonas, segundo Izabella Teixeira, ainda existe forte pressão de migração em torno da BR-317, na região de Apuí, onde existem denúncias de grilagem de terra. Conforme a ministra, a região está sendo monitorada. Com relação ao Acre, disse que não há informações.
“Possivelmente, trata-se de expansão urbana ou incremento de ocupação de território. Estamos perguntando ao governo do estado o que está sendo autorizado e o que os autos de infração do Ibama mostram, o que não tem licença ou que está com atividade ilegal. Por exemplo, [o agricultor] tem autorização para suprimir 10 hectares e suprimiu 30 hectares”.
O estado do Pará continua sendo o mais atingido pelos criminosos. A área de desmatamento ilegal no estado é a maior da região, chegando a quase 1,7 mil quilômetros quadrados. Ainda assim, na comparação entre os períodos de 12 meses, o desmatamento foi reduzido em 44%.
No período monitorado pelo Prodes, os fiscais do Ibama apreenderam 329 caminhões, 95 tratores, 143 outros veículos e 111 motosserras, além de mais de 130 mil metros cúbicos de madeira e 12 mil metros cúbicos de carvão. As operações de combate e prevenção ao desmatamento na região também resultaram na emissão de 3,4 mil autos de infração, somando o valor de R$ 1,6 bilhão.
A arrecadação de multas é um dos pontos mais frágeis das ações de fiscalização. Por ainda haver limitações tecnológicas, detalhes como erro nas coordenadas que apontam o local flagrado pelos fiscais fazem com que algumas multas sejam suspensas. Os infratores usam os erros nas infrações como manobra para anular a cobrança.
Segundo Izabella Teixeira, a partir do ano que vem, a fiscalização será feita eletronicamente. Ao apresentar um novo aparelho que será utilizado pelos agentes ambientais, a ministra destacou que as operações ambientais vão entrar em um novo patamar a partir do ano que vem.
“À medida que reduzimos o desmatamento, o desafio cresce. A partir de 2013, as ações serão marcadas por uma nova visão de operar tecnologia e planejamento estratégico e inteligência do monitoramento da Amazônia. Os modelos estão sendo revistos e nosso objetivo é acabar com a ilegalidade do desmatamento na Amazônia”, disse.
O novo projeto, que vai garantir precisão aos dados, custou R$ 15 milhões aos cofres públicos. As equipes de fiscais ainda estão sendo capacitadas para usar os aparelhos eletrônicos de infração e, segundo Izabella Teixeira, a partir de janeiro do ano que vem todas as equipes federais distribuídas no país terão um aparelho com tecnologia similar à de um celular, ligado diretamente a um banco de dados.
Fonte: Agência Brasil
Taxa de desmatamento da Amazônia é a menor já registrada
Taxa de desmatamento da Amazônia é a menor já registrada

Cerca de 85% dos brasileiros separariam o lixo caso serviço de coleta seletiva estivesse disponível, aponta Ibope


Cerca de 85% dos brasileiros separariam o lixo caso serviço de coleta seletiva estivesse disponível, aponta Ibope


A maioria (85%) dos brasileiros que ainda não conta com coleta seletiva estaria disposta a separar o lixo em suas casas, caso o serviço fosse oferecido nos municípios, aponta pesquisa divulgada hoje (28) pelo Programa Água Brasil. Apenas 13% dos entrevistados declararam que não fariam a separação dos resíduos e 2% não sabem ou não responderam. O estudo, encomendado ao Ibope, entrevistou 2.002 pessoas em todas capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado.
Apesar da disposição em contribuir para a destinação adequada dos resíduos sólidos, o percentual dos que não têm meios para o descarte sustentável chega a 64% dos entrevistados. A quantidade de pessoas que contam com coleta seletiva ou que têm algum local para deixar o material separado representa 35% da amostra.
Em relação aos produtos que costumam ser separados nessas casas, as latas de alumínios ficam em primeiro lugar, com 75%, seguidas pelos plásticos (68%), papéis e papelões (62%) e vidros (55%). Os eletrônicos, por outro lado, são separados por apenas 10% dos entrevistados. Cerca de 9% dos entrevistados não separam nenhum material mesmo que o serviço de coleta seletiva esteja implantado na sua região.
Dos que contam com o serviço de coleta seletiva, metade (50%) dos casos tem a prefeitura como responsável pelo trabalho. Catadores de rua (26%), cooperativas (12%) e local de entrega (9%) aparecem em seguida dentre os meios de coleta disponíveis.
O estudo aponta também que a proposta de uma tarifa relaciona ao lixo divide opiniões. A ideia de que quem produz mais resíduos deve pagar uma quantia maior é aprovada completamente por 13% dos entrevistados, 23% concordam parcialmente. Os que discordam completamente a respeito do pagamento da taxa somam 36%. Há ainda os que não concordam, nem discordam (16%) e os que discordam em parte, com 10%.
Na hora de consumir, práticas sustentáveis ainda são deixadas de lado. Preço, condições de pagamento, durabilidade do produto e marca lideram as preocupações do consumidor brasileiro. O valor do produto, por exemplo, é considerado um aspecto fundamental por 70% dos entrevistados. Características do produto ligadas à sustentabilidade, no entanto, como os meios utilizados na produção, o tempo que o produto leva para desaparecer na natureza e o fato de a embalagem ser reciclável, ficam em segundo plano.
Os entrevistados responderam ainda quais produtos devem ser menos usados em suas casas nos próximos três anos. O campeão foi a sacola plástica. O produto é comprado com frequência em 80% das residências, mas 34% dos entrevistados esperam reduzir o consumo. Em seguida aparecem os copos descartáveis (31%), bandejas de isopor (22%) e garrafas PET (21%). No fim da lista, entre os que devem permanecer com alto percentual de consumo, estão os produtos de limpeza perfumados. Apenas 9% estimam que irão reduzir o uso desses materiais.
O Programa Água Brasil é uma iniciativa do Banco do Brasil, da Fundação Banco do Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA) e da organização não governamental WWF-Brasil, com intuito de fomentar práticas sustentáveis no campo e na cidade.
Fonte: Agência Brasil
Cerca de 85% dos brasileiros separariam o lixo caso serviço de coleta seletiva estivesse disponível, aponta Ibope
Cerca de 85% dos brasileiros separariam o lixo caso serviço de coleta seletiva estivesse disponível, aponta Ibope

Bons ventos para o futuro


Bons ventos para o futuro


O Greenpeace Internacional e o Conselho Global de Energia Eólica lançam, hoje, o relatório bienal sobre o futuro da indústria eólica no mundo. A quarta edição do Cenário Mundial de Energia Eólica mostra que a energia eólica poderia fornecer até 12% de toda a eletricidade global até 2020, criando 1,4 milhão de novos trabalhos e reduzindo as emissões de CO2 em até 1,5 bilhão de toneladas por ano. Para 2030, o cenário é ainda mais positivo, 20% da demanda mundial de energia poderia ser atendida pelos ventos.
  • Clique aqui e leia o relatório na íntegra (em inglês)
O relatório traz um retrato com três futuros diferentes para a indústria de energia eólica para os anos de 2020, 2030 e para além de 2050 e compara esses cenários com duas diferentes projeções para o desenvolvimento da demanda de eletricidade: a primeira baseada no Cenário Mundial de Energia da Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês) e o segundo, em um modelo de futuro mais eficiente de energia desenvolvido pela consultoria ECOFYS e pesquisadores da Universidade de Utrecht.
“Está claro que a energia eólica desempenhará um papel fundamental no futuro energético”, disse Steve Sawyer, Secretário Geral do Conselho Global de Energia Eólica. “Mas para que todo o potencial da energia eólica seja completamente aproveitado, os governos precisam agir rapidamente para solucionar a crise do clima, enquanto ainda há tempo.”
No Brasil, o setor eólico vem crescendo consideravelmente e deve superar os 8 GW até 2016. Só no ano passado, foram adicionados 582 MW à matriz brasileira, capaz de atender uma cidade de aproximadamente 2 milhões de habitantes.
“Apesar do Brasil ser um dos mercados mais promissores para energia eólica nos próximos cinco anos, este bom momento depende da manutenção de condições de competitividade e desenvolvimento da fonte que deem segurança aos investidores e à própria indústria de que a energia eólica continuará a crescer no país”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenadora da campanha Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
A possibilidade da descontinuação de isenções fiscais para equipamentos aliada ao câmbio desfavorável para sua importação preocupam a indústria da energia eólica. Também, o atraso da conexão dos parques construídos às linhas de transmissão e a ausência de um leilão para a fonte em 2012 são questões que interferem na continuidade do setor.
Hoje, a energia eólica é cada vez mais competitiva em diferentes mercados, mesmo quando compete com fontes de energia convencionais altamente subsidiadas. No Brasil, a fonte já vem mostrando competitividade mesmo em relação a térmicas, que costumavam dominar leilões de energia.
“O ingrediente mais importante para o sucesso de longo prazo da indústria de energia eólica é a estabilidade, uma política de longo prazo, enviando um sinal claro aos investidores sobre a visão do governo para o alcance e potencial desta tecnologia”, disse Sven Teske, especialista sênior de energia do Greenpeace. “O Cenário Global de Energia Eólica mostra que a indústria eólica poderia empregar 2,1 milhão de pessoas até 2030, três vezes mais do que hoje, com uma política adequada de apoio a esta fonte.”
Fonte: Greenpeace
Aerogeradores do Parque Eólico de Taíba em São Gonçalo do Amarante (CE). (©Greenpeace/Rogério Reis/Tyba)
Aerogeradores do Parque Eólico de Taíba em São Gonçalo do Amarante (CE). (©Greenpeace/Rogério Reis/Tyba)

Vietnã ameaça fechar reserva ambiental que abriga ursos


Vietnã ameaça fechar reserva ambiental que abriga ursos


O Vietnã ameaça fechar o Parque Nacional Tam Dao, usado para abrigar ursos feridos por caçadores ilegais. Oficialmente, pedido veio do Ministério da Defesa, que diz que a área é estratégica do ponto de vista militar. No entanto, ambientalistas que trabalham no local não se convencem com o argumento.
Segundo grupos de defesa dos animais, haveria por trás interesses de investidores, que querem transformar o local em um destino para o ecoturismo. “Não importa se as florestas estão protegidas ou não (…), o setor privado vai tentar ficar cada vez mais rico”, acusou Trinh Le Nguyen, diretor-executivo do grupo Reconciliação entre Pessoas e Natureza.
A caça ilegal de ursos é comum na região porque a bile desses animais tem valor no mercado negro da Ásia. Nos países da região – sobretudo na China – a substância é usada como um remédio para o tratamento de febres e inflamações. A bile é retirada com o animal vivo, mas o processo é doloroso e costuma deixar sequelas nos animais.
O Vietnã é um dos países mais importantes do mundo em termos de biodiversidade. Com menos de 1% da área de toda a terra do planeta, ele abriga em sua natureza cerca de 10% das espécies existentes.
Fonte: G1
Ursos no Parque Nacional de Tam Dao, no Vietnã (Foto: AP Photo/Mike Ives)
Ursos no Parque Nacional de Tam Dao, no Vietnã (Foto: AP Photo/Mike Ives)