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26/11/2011

Novo Código Florestal mantém o rigor da legislação de 1965, destaca Jorge Viana

O novo Código Florestal não será complacente com novos desmatamentos, destacou hoje (25) o senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta na Comissão de Meio Ambiente da Casa. Em discurso do plenário, o petista disse que o projeto mantém o rigor da legislação de 1965, em vigor até hoje, e ainda busca recuperar o passivo ambiental de 50 milhões de hectares de área desmatada, acumulados no país nos últimos anos.
“Alguns tentam fazer certa confusão, que é normal, mas à letra fria do que está escrito, quando todos olharem, mesmo com as paixões, vão ver que mantivemos todo o rigor que já acompanhava o Código Florestal de 1965.”
Quinta (24), depois de mais de cinco horas de discussão, a Comissão de Meio Ambiente finalizou a votação do novo texto do Código Florestal. A proposta será agora analisada pelo plenário.
Para Viana, o novo código foi construído para “trazer de volta” o que foi desmatado. “Onde flexibilizamos? Trazendo de volta a floresta perdida? Quem desmatou ou quem desmatar uma única árvore e não esteja licenciado, de 22 de julho de 2008 e daqui para frente, terá que recompor essa árvore, trazendo-a de volta. Não tem trela para desmatadores na proposta do novo código”, discursou Viana.
Ao contrário do texto aprovado na Câmara o que tramita no Senado obriga a recomposição de pelo menos parte da vegetação desmatada, disse Viana. “Quantos passaram pelos governos e frearam a destruição, tentaram trazer as florestas de volta e não conseguiram recuperar nenhuma árvore? O novo código resolve esse impasse”, disse Viana. “O texto da Câmara dizia que havia certa anistia geral irrestrita. Mas a proposta do Senado diz que não. A proposta do Senado diz que vamos trazer boa parte desses 50 milhões de hectares perdidos de volta”, completou.
Fonte: Agência Brasil
Novo Código Florestal mantém o rigor da legislação de 1965, destaca Jorge Viana (Foto: Maurício André - www.fotografiasdigitais.com.br)
Novo Código Florestal mantém o rigor da legislação de 1965, destaca Jorge Viana (Foto: Maurício André - www.fotografiasdigitais

Governo do Rio propõe ao Fórum de Secretários de Energia estímulos ao uso da energia solar

O governo fluminense encaminhou hoje (25) ao Fórum dos Secretários Estaduais de Energia um documento chamado Carta do Sol, que propõe medidas para estimular o aproveitamento da energia solar. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento e Energia do Rio, Júlio Bueno, a expectativa é que os demais secretários também assinem o documento e que ele seja encaminhado ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Entre as medidas propostas estão a concessão de estímulos financeiros e tributários, desenvolvimento tecnológico e fomento da cadeia produtiva de equipamentos fotovoltaicos, como células e geradores.
Com a Carta do Sol, o governo fluminense espera que a energia solar possa ter o mesmo tratamento dado à energia eólica que, nos últimos dois anos, teve grande desenvolvimento no país depois da divulgação de um documento semelhante, a Carta dos Ventos, de 2009.
“É um documento que tem por objetivo ajudar no debate da implantação da energia solar na matriz energética. Fala sobre a criação de um mercado, a questão da regulação, o desenvolvimento tecnológico, o parque fabril e a necessária desoneração”, disse Bueno.
Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a energia solar tem grandes chances de sucesso no Brasil, um país ensolarado e um dos maiores produtores mundiais de silício, matéria-prima para esse tipo de equipamento.
O secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que o estado está se empenhando para estimular o aproveitamento de energias renováveis. O governo fluminense já publicou decreto desonerando equipamentos para produção de energia eólica e solar. Minc revelou que há, inclusive, um plano para criar dois distritos verdes no estado. Um voltado à produção de equipamentos, possivelmente em Itaguaí, na região metropolitana da capital, e outro para a pesquisa de novas tecnologias na área de energias alternativas.
Fonte: Agência Brasil
Painel de Energia Solar
Painel de Energia Solar

Nações Unidas divulgam alerta sobre redução de gases de efeito estufa e poluição ambiental

A dois dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Durban (África do Sul), o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnue) divulgou um alerta. A recomendação é que os líderes mundiais adotem um tratamento eficiente para as águas e os resíduos biodegradáveis em aterros, o que poderá salvar cerca de 2,5 milhões de pessoas. Os especialistas acrescentam ainda que essas medidas colaboram para a redução do aquecimento global.

O programa divulgou 16 medidas consideradas essenciais para a redução da emissão de gases de efeito de estufa no mundo. O esforço, segundo os especialistas, é estimular a adoção de medidas que consigam reduzir o aquecimento em aproximadamente 0,5 grau Celsius até 2040.
Na relação de medidas, os especialistas sugerem a substituição dos fogões tradicionais que utilizam materiais como a lenha, o carvão ou dejetos animais – cujo uso é frequente nos países africanos e na Ásia – por equipamentos com mais ventilação.
O consumo e a produção sustentáveis estão entre os temas que serão discutidos na Conferência Rio +20, que será realizada de 28 de maio a 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro.
 Fonte: Agência Brasil

22/11/2011

Ministério Público pode contestar na Justiça novo texto do Código Florestal

Ministério Público pode contestar na Justiça novo texto do Código Florestal
Ministério Público pode contestar na Justiça novo texto do Código Florestal
O Ministério Público Federal acredita que o relatório do Código Florestal lido ontem (21) no Senado ainda precisa de ajustes. De acordo com o subprocurador-geral Mário Gisi, caso os temas mais sensíveis não sejam atendidos, existe o risco de o Ministério Público entrar com ações para cobrar a preservação do meio ambiente por via judicial.
“O projeto da Câmara dos Deputados saiu com inúmeras imperfeições e no Senado já teve uma melhora, mas, todavia, vemos como insuficiente para atender àquele delineamento que a Constituição estabelece em relação ao meio ambiente”, disse Gisi, ao comentar o parecer apresentado pelo senador Jorge Viana (PT-AC) na Comissão de Meio Ambiente do Senado.
Ontem o procurador presidiu uma audiência pública para tratar do assunto na Procuradoria-Geral da República (PGR). A ideia é enviar sugestões ainda hoje (22) para emendas ao projeto. De acordo com Mário Gisi, a abertura para debate no Senado tem sido melhor que na Câmara.
Uma questão que merece reparos, segundo ele, é a tolerância para o desmatamento em reservas legais, como a anistia de multas para quem atuou irregularmente. Outro ponto criticado foi a liberação das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 2008 dentro de áreas de preservação permanente (APPs).
Em uma série de observações contrárias ao texto, o procurador Rodrigo Lines, do Rio de Janeiro, refutou o tratamento privilegiado que o documento dá a proprietários de terrenos com até quatro módulos rurais na recuperação de desmatamentos ilegais. Ele acredita que a dispensa de recomposição tem base em critério “que não tem nenhum sentido”. “Nem todos aqueles que têm propriedades até quatro módulos terão característica de agricultura familiar para justificar a isenção.”
Lines criticou ainda a manutenção da regra que permite consolidação de ocupação em áreas de preservação dentro do limite urbano. Também se mostrou contrário à ideia de que os conselhos estaduais de meio ambiente deem definição para atividades de baixo impacto, o que justifica a intervenção em áreas de proteção, pois cada conselho pode ter uma interpretação.
Os membros da CMA terão até as 18h para apresentar novas emendas ao texto. A previsão é que a matéria seja votada pela comissão amanhã (23).
Fonte: Mercado Ético

Seringueira origina mais de 40 mil produtos


Seringueira origina mais de 40 mil produtos
Seringueira origina mais de 40 mil produtos
“Mais de 40 mil produtos que nos deparamos cotidianamente, são produzidos com a utilização da borracha natural. Ainda assim, considerando toda produção de seringueira da América Latina, temos apenas 2% da área plantada no mundo”, pontuou o diretor da Cautex, Getúlio Ferreira, durante o Programa Mais Floresta, que acontece nesta quinta-feira (17), em Camapuã (MS).
Segundo Ferreira, no exterior, o valor mínimo da tonelada da seringueira gira em torno de U$ 3,8 mil, o que garante ao Brasil um lucro líquido de R$ 5 mil por hectare ao ano, com o cultivo do que é hoje, o produto agrícola mais importado pelos brasileiros.
Em 50 anos, o consumo da borracha natural cresceu uma média de 1.500 vezes mais. O Brasil planta hoje cerca de 13 milhões de pés de seringueiras, enquanto que o Estado de Mato grosso do Sul, isoladamente, tem capacidade para plantar 25 milhões até 2020.
O Brasil é o país de maior capacidade de expansão na heveicultura e se destaca no exterior devido ao solo rico, área apropriada e mercado promissor. “Demais países estão estagnados, sem mais espaço para o plantio. Muitos dos países que se destacam na produção da borracha natural, são menores que os espaços aptos para a essa prática no MS”, afirma Getúlio Ferreira.
Todos os cálculos relacionados ao lucro do heveicutor resumem-se ao valor de R$ 1,50 por planta ao mês, já que o produtor terá gastos com impostos e mão de obra. Multiplicando esse valor por 10 mil plantas, a lucratividade do produtor aproximará ao valor de 15 mil/mês.
“São 1.200 hectares destinados à heveicultura em Camapuã, o que gera emprego, aumenta a renda municipal e favorece o produtor economicamente”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de Camapuã, Maurício Palombo.
Conforme dados do diretor da Cautex, no Brasil, 72% da borracha natural cultivada é destinada à indústria pneumática. “A China, por exemplo, possui um carro para cada 250 pessoas, e em 2020 será um carro para cada 80. Já no Brasil, temos um automóvel para cada oitopessoas e daqui nove anos a estimativa será de um carro para cada quatro pessoas”, explica.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul – Senar/MS, e a Federação da Agricultura e Pecuária de MS – Famasul, realizarão amanhã (18), em Campo Grande o último Workshop Mais Floresta do ano de 2011. “Viajamos por nove municípios de MS nesse segundo semestre do ano e vamos finalizá-lo incentivando o cultivo de seringueira e eucalipto na Capital”, afirma superintendente do Senar/MS Clodoaldo Martins.
O Mais Floresta cota com a parceria do Painel Florestal, Cautex, Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul-BRDE, Reflore MS, Sebrae, Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura-SBAG, Universidade Federal da Grande Dourados-UFGD. Para mais informações, acesse: www.senarms.org.br.
Fonte: Painel Florestal
(Enviada pelo Colaborador Especial Gustavo Henrique de Oliveira)

21/11/2011

Deitada em berço primário

que, se não houver mudança de rumo, a relação entre pegada ecológica e biocapacidade fatalmente vai-se inverter.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Rede Mercosul (Rede Acadêmica de pesquisas econômicas para a América Latina) acabam de publicar os resultados de um vasto levantamento sobre o grau de eficiência com que se usam os recursos dos quais depende a reprodução das sociedades latino-americanas.  (Eficiencia en el uso de los recursos en América Latina, disponível em pnuma.org) Da Rio 92 para cá, houve avanços importantes nas fontes renováveis de energia (sobretudo no Paraguai e no Brasil com Itaipu e o etanol), no surgimento de planejamento socioambiental em vários níveis, na redução dos rejeitos orgânicos na água e, desde meados da última década, na redução do desmatamento. Ainda assim, o quadro geral é preocupante.

O ponto de partida do relatório é o processo de primarização da economia latino-americana. Em plena era do conhecimento, os bens primários, que correspondiam a 42% das exportações latino-americanas em 1998, atingiram 53% do total, em 2008. No Brasil, o aumento proporcional foi ainda maior, passando de 20% a 35%, no período. Uma das mais importantes consequências desse processo é que o acúmulo de divisas decorrente das exportações contribui para valorizar as moedas locais, barateia as importações e, por aí, desestimula o avanço da indústria. Primarização e desindustrialização caminham juntas.
Mas a primarização não compromete o conjunto da indústria e, sim, prioritariamente, aquelas com maior conteúdo de inteligência e inovação. Cresce, na estrutura industrial da América Latina, a proporção dos produtos com alto potencial contaminante, um parâmetro internacional aplicado no Brasil pela equipe liderada por Carlos Eduardo Young, do Ipea, um dos autores do relatório do Pnuma.
A participação desse tipo de indústria durante os anos 1990 estava em queda. Na última década, porém, quase 40% da indústria do Brasil e da Argentina eram de alto potencial contaminante. Entre 1998 e 2007 esses setores cresceram nada menos que 230% na América Latina, ao mesmo tempo que a indústria como um todo sofre um retrocesso generalizado.
Outra dimensão assustadora da inserção global da economia latino-americana é revelada quando se comparam as mudanças líquidas nas áreas florestais pelo mundo. Enquanto na Europa, na América do Norte e na Ásia (aí somente na última década) as áreas florestais se ampliam – muitas vezes por meio de plantações arbóreas homogêneas, que reduzem a biodiversidade, é verdade –, na África e na América Latina elas continuam encolhendo. Apesar da redução do ritmo do desmatamento na última década, a África e a América Latina são hoje o grande reservatório de florestas em que a economia da destruição da natureza – e não a do conhecimento – continua esmagadoramente dominante.
Mas não é só por sua inserção internacional que a América Latina se distancia do desenvolvimento sustentável. É também nos padrões de consumo doméstico. No México, por exemplo, aumenta de maneira constante o fluxo de materiais dos quais depende a vida econômica (esses dados não existem para o Brasil).
Considerando-se apenas os combustíveis fósseis, os minerais, os materiais de construção e a biomassa, o consumo per capita dos mexicanos vai de 7,4 para 11,2 toneladas anuais entre 1970 e 2003. Nesse total, a importância da biomassa é constante, e a dos materiais não bióticos, crescente, o que amplia os impactos da economia sobre os ecossistemas.
A América Latina está cada vez mais distante da tão almejada desmaterialização da vida econômica, que é o traço fundamental da era da informação e do conhecimento. A transição para a economia verde supõe uma nova divisão internacional, não do trabalho, mas do próprio uso dos ecossistemas. Quando surgir a macroeconomia do desenvolvimento sustentável, um de seus pilares consistirá em sinalizar para a sociedade global que é apenas aparente a abundância de recursos concentrados em determinadas regiões e que o sentido social de seu uso deve ser mais importante que a renda que, durante algum tempo, esses recursos são capazes de gerar.
Fonte: Mercado Ético

PGR vai ao Supremo contra MP que reduz parques nacionais da Amazônia

PGR vai ao Supremo contra MP que reduz parques nacionais da Amazônia
PGR vai ao Supremo contra MP que reduz parques nacionais da Amazônia
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (18) contra a medida provisória que reduz os limites de parques nacionais localizados na Amazônia.
Para o PGR, a proposta é inconstitucional e oferece risco ao bioma amazônico. A medida está na pauta de discussões da Câmara dos Deputados.
As alterações nas áreas de preservação, segundo o procurador, só pode ser feitas por meio de lei. Em alguns casos, o território a ser suprimido do parque nacional será usado para empreendimentos, como no Parque Nacional dos Campos Amazônicos, que será reduzido para a construção de lago artificial a ser formado pela hidrelétrica de Tabajara.
“Não faz sentido se desafetar área de um parque nacional sem que se saiba, ao certo, se ela será aquela em que se instalará o empreendimento proposto”, disse Gurgel, lembrando que o processo de licenciamento da usina está suspenso.
A MP, publicada no Diário Oficial da União em agosto deste ano, diminui os limites do Parque Nacional da Amazônia, e altera os tamanhos do Parque Nacional dos Campos Amazônicos e do Parque Nacional Mapinguari, em Rondônia. Neste caso, a área suprimida também será inundada para a criação de um lago artificial a ser formado pelas barragens das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, além de autorizar atividades minerárias.
Para Gurgel, a MP não respeitou o requisito de urgência porque os empreendimentos hidrelétricos usados para justificar as alterações propostas ainda não têm licença ambiental.
“Além de não existir a alegada urgência, o procedimento adotado pelo Poder Executivo contraria a legislação específica do licenciamento ambiental”, argumenta a PGR .
Segundo o procurador-geral, essas unidades de conservação alteradas são de “extrema relevância para a preservação da Amazônia”, o que justifica o pedido de liminar para suspender os efeitos da MP até que a questão seja julgada definitivamente pelo Supremo. O relator do caso na Corte é o ministro Carlos Ayres Britto.
Fonte: G1

Mix de cereais integrais e oleaginosas

Mix de cereais integrais e oleaginosas
Mix de cereais integrais e oleaginosas
Composta, geralmente, por farelo de trigo, extrato de soja, linhaça, açúcar mascavo, aveia, gergelim, gérmen de trigo, colágeno, castanha do Brasil, guaraná, levedo de cerveja e cacau, essa mistura pode ser utilizada como um complemento alimentar.
Fonte de fibras insolúveis, que aceleram o trânsito intestinal, melhora o funcionamento do intestino. Já as fibras solúveis presentes, ao entrarem em contato com o líquido do estômago, formam um “gel” que causa a sensação de saciedade, reduzindo o apetite. Além disso, controlam as taxas de açúcar no sangue (se não houver açúcar em sua composição) e reduzem o colesterol.
O consumo de cereais e oleaginosas deve ser feito diariamente, devido a seus benefícios, contudo, deve ser feito um rodízio entre eles, para evitar o surgimento de hipersensibilidades alimentares. Assim, pode-se alternar entre a mistura tradicional e outras que não contenham componentes alergênicos, como o glúten e a soja, por exemplo.
Os complementos alimentares, como o próprio nome já diz, são indicados para serem acrescidos ao cardápio e não como substitutos de refeições, já que não contêm todos os nutrientes necessários para suprir as necessidades nutricionais de um indivíduo.
Podem ser utilizados adicionados a bebidas como sucos, vitaminas, extrato de soja, bebida de arroz ou leite, iogurte ou saladas de frutas, no lanche da manhã ou da tarde, por exemplo. Devido ao seu alto teor de fibras, o aumento na ingestão de líquidos é fundamental. Sem a ingestão adequada de líquidos, o consumo aumentado de fibras pode causar constipação intestinal.
Seu consumo deve ser associado a um cardápio rico em frutas, verduras e legumes – de preferência orgânicos –, cereais integrais e óleo vegetais prensados a frio.
Fonte: Bruna Murta – nutricionista da rede Mundo Verde.
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20/11/2011

Depois de anos de desmate, Amazônia ainda vive na pobreza

Belém - Depois de 40 anos de investimentos em estradas, hidrelétricas e assentamentos, a Amazônia continua pobre. Um novo estudo lançado nesta quarta pela Articulação Regional da Amazônia (ARA) revela que quase metade da população dos países que estão na bacia amazônica vivem abaixo da linha da pobreza. Somente o Brasil e a Guiana têm menos da metade de sua população amazônica acima do patamar mínimo. A pior situação foi observada na Bolívia e Equador onde 60% dos habitantes do bioma estão em situação de pobreza. (Veja gráfico abaixo)
A constatação faz parte do relatório “A Amazônia e os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio”, que concentra pela primeira vez uma avaliação sobre as oito metas estabelecidas pelas Nações Unidas para serem cumpridas até 2015. O trabalho reuniu pesquisadores de organização não governamentais dos nove países da Amazônia e foi apresentado durante o  5o Fórum Amazônia Sustentável, que ocorre até esta sexta na cidade de Belém, no Pará.
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O relatório mostra que ao mesmo tempo que não consegue gerar riqueza para sua população, a região amazônica tem quase 20% de toda a cobertura florestal nativa desmatada, sendo que grande parte tornou-se terra degradada. A maioria das derrubadas – 70% – ocorreu no Brasil, seguido por Venezuela e Peru.
Na opinião de Beto Veríssimo, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o modelo econômico da Amazônia está “falido”, porque “possui muitas externalidades ambientais e não consegue distribuir riqueza”. Ele lembra que enquanto a participação da região no PIB brasileiro é pequena, os desmatamentos são a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa.
Em parte, o relatório sobre os objetivos do milênio segue linha da pesquisa publicada em 2007 por Veríssimo chamada do “Do Boom ao Colapso”, que aponta que cidades na Amazônia brasileira que tiveram altas taxas de desmatamento desfrutaram uma prosperidade passageira com a exploração das riquezas naturais. A maioria encontra-se com problemas de desemprego, violência e pobreza.
Veja entrevista com o pesquisador Beto Veríssimo:

Abaixo da média nacional
O estudo lançado em Belém mostrou que além da questão da pobreza e erradicação da fome, outros objetivos do milênio também estão sendo negligenciados na região amazônica. Sem exceção, em todos os países da região, a Amazônia tem desempenho abaixo das médias nacionais. A meta para a melhoria da saúde, por exemplo mostra que os casos de malárias por cada 100 habitantes estão bem acima do recomendado pela ONU. O alvo estabelecido diz que em 2015 deveria ser 20 casos por 100 mil habitantes. Somente no Brasil são 1.249 casos a cada 100 mil habitantes. No Guiana Francesa, 1931.
altInfográfico com dados dos Objetivos do Milênio. Clique para ampliar
Com relação ao objetivo que determina a garantia de sustentabilidade ambiental, o quadro também não é animador. Embora o Brasil tenha conseguido reduzir seu desmatamento, ele ainda permanece entre os mais altos do planeta. Além disso, as derrubadas estão crescendo nos países vizinhos. Outro tema é o saneamento básico, classificada como “altamente precário” pela autora Danielle Celentano, do Imazon; 65% da população amazônica já vive em grandes centros urbanos como Manaus,, com pouco menos de 10% da população com acesso a esgotamento sanitário apropriado. “Se compararmos com os níveis de 1990, houve melhora em quase todos os países, mas os indicadores sempre estão abaixo da média nacional”, avalia Danielle.
Rio + 20 e a economia verde
O estudo da ARA antecede as discussões da Rio+20, a mega conferência que ocorrerá no ano que vem e propõe exatamente discutir como a economia sustentável pode ajudar na execução das metas do milênio. Na visão dos autores, os resultados indicam a necessidade de investir em infraestrutura e geração de renda na região sem impulsionar mais degradação ambiental
O debate sobre o que de fato representa sustentabilidade nas estratégias de economia verde de cada país da Amazônia é um tema controverso entre os ambientalistas. Diretor do Programa Florestal da Sociedade Peruana de Direito Ambiental, José Luis Capella, ironizou o fato dos governos do Brasil e Peru mencionarem hidrelétricas na Amazônia como investimentos sustentáveis. “No documento brasileiro de proposta para a Rio+20, Belo Monte é citado com um bom exemplo”
De acordo com Veríssimo, o PIB de toda a região amazônica, em seus nove países é de US$ 330 bilhões enquanto somente os planos de investimento na Amazônia brasileira alcançam US$ 550 bilhões na próxima década. “A Amazônia está passando por pressões sem precedentes. Mas pode ser uma oportunidade para população local”, afirma ao mencionar que se houver investimentos em pesquisas e governança.
Gustavo Faleiros
17 de Novembro de 2011
O Eco

WWF sobre Quioto: ou há compromisso ou desastre

A COP 17 – Conferência das Partes da Convenção de Mudanças do Clima das Nações Unidas (UNFCCC, sigla em inglês) pode marcar um futuro promissor ou devastador para o planeta. Segundo as expectativas da World Wildlife Fund (WWF), divulgadas em coletiva de imprensa na última quarta-feira (16), os representantes de cada país poderão lutar contra o agravamento das mudanças climáticas, assinando uma segunda fase do Protocolo de Quioto, ou poderão deixar seus interesses nacionais de curto prazo prevalecerem sobre o futuro do planeta.
Até agora, uma das barreiras para que os acordos avancem foram as negociações mornas que já ocorreram esse ano. Se continuar assim, o sucesso de Durban é improvável. A discussão gira em torno da necessidade ou não de os países em desenvolvimento assinarem a segunda fase de Quioto junto aos países desenvolvidos.
Carlos Rittl, Coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, afirma que nesse momento não existe espaço para que nenhum país em desenvolvimento assuma compromissos mandatórios de redução de emissões. “A alternativa seria estabelecer um processo de diálogo para que, futuramente, países como o Brasil, a África do Sul, a Índia e a China participem também, já que são grandes emissores atualmente. Mas é óbvio que eles precisam crescer economicamente, diminuir a pobreza, melhorar a qualidade de vida da sua população”, justifica.
A WWF propõe metas que incluem um pico de emissões até 2015 e uma subsequente redução de emissões de gases estufa até 2050, reduzindo pelo menos em 80% abaixo dos níveis de 1990, com revisões periódicas a cada vez que haja novas evidências científicas. Além disso, destaca a importância de estabelecer uma visão compartilhada entre os países, através do estabelecimento de metas de mitigação para proteger as pessoas e os ecossistemas frágeis dos impactos das mudanças climáticas.
A seca na África está dificultando a agricultura, principalmente o cultivo de milho em Ghana. Foto: Neil Palmer / CIAT
A seca na África está dificultando a agricultura, principalmente o cultivo de milho em Ghana. Foto: Neil Palmer / CIAT
Em relação ao Fundo Verde Clima, a ONG defende que os países desenvolvidos invistam recursos de ajuda internacional para esse fundo. No entanto, em meio à situação de crise econômica global atual, a organização entende que outras fontes inovadoras de recursos são necessárias. Há a possibilidade de taxação sobre as negociações financeiras internacionais, não todas, mas sobre as de cunho mais especulativo, o que poderia aportar recursos na escala de dezenas de bilhões de dólares ao ano. Outra possibilidade, segundo Rittl, é criar um mecanismo que incida sobre as emissões de gases estufa dos transportes marítimo e aéreo.Sobre as burocracias envolvidas no uso da verba do Fundo, a WWF reassalta a necessidade de que haja uma governança abrangente, não sendo controlado apenas por grandes países ou instituições, mas com representantes de todos os países. Defende também que os mecanismos de acesso aos recursos tem que mais simples, pois há países em situação precária, pobre, mas que precisam agir rápido. Só é preciso rigor e transparência na fiscalização de como os recursos serão aplicados.
Caso Quioto não entre em uma segunda fase, o planeta estará condenado a mudanças climáticas perigosas, resultando em um mundo de aquecimento global de mais de 3°C. “Diante dessa emergência, sair de Durban com menos do que o protocolo (de Quioto renovado) é estabelecer uma incerteza gigantesca e um vácuo de compromisso. Não temos margem para isso, não temos tempo para esperar, pois mais catástrofes, perdas de vidas e custos econômicos altos nos esperam se falhar o compromisso de reduzir emissões”, conclui Rittl.
Flávia Moraes
18 de Novembro de 2011

11/11/2011

HP é a empresa eletrônica mais ‘verde’ do mundo, diz Greenpeace

A ONG ambiental Greenpeace informou nesta segunda-feira que a multinacional americana HP é a empresa eletrônica mais ecológica do mundo por suas operações sustentáveis e critérios energéticos, enquanto a canadense RIM, fabricante do celular BlackBerry, é a pior.
Em seu relatório anual “Guia para uma eletrônica mais verde”, o Greenpeace indica que a HP melhorou três posições no ranking mundial e se colocou no topo da lista, com 5,9 pontos, numa escala de 10. Logo atrás, ficaram a Dell, com 5,1 pontos, e a Nokia, com 4,9 pontos.
A Apple, fabricante do iPhone e iPad, é a quarta empresa mais verde, após subir cinco colocações no ranking graças a seus “produtos verdes e operações sustentáveis relativamente fortes”.
Philips, Sony Ericsson, Samsung, Lenovo, Panasonic e Sony seguem na lista das dez principais companhias.
No outro extremo, a canadense RIM situa-se na última posição do ranking do Greenpeace, no 15º lugar, com somente 1,6 ponto.
“Nova na lista, a RIM precisa melhorar as informações e revelação de seu rendimento no meio ambiente, comparado com outros fabricantes de telefones celulares”, destacou o Greenpeace.
DA EFE, EM TORONTO
 

Brasil produzirá combustível a partir de lodo de esgoto

O Brasil vai importar da Alemanha um processo de fabricação de combustível limpo –sem emissão de gases do efeito estufa– que usa esgoto como matéria-prima.
O processo transforma os gases gerados na decomposição do lodo do esgoto em biometano, um tipo de GNV renovável, diferente do derivado de petróleo.
O sistema será implantado em uma estação de tratamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) em Franca (a 400 km da capital) e deve começar a operar em março, ainda em caráter experimental.
O novo combustível já é usado em frotas organizacionais (públicas e privadas) na Europa há uma década. Mas, por aqui, passará por testes.
Orçado em R$ 6 milhões, o projeto é desenvolvido em parceria com a fundação Fraunhofer. A Alemanha repassará R$ 5,1 milhões e a Sabesp bancará R$ 900 mil.
O superintendente de inovação tecnológica da Sabesp, Américo de Oliveira Sampaio, diz que a planta a ser instalada em Franca produzirá 1.900 m³ de biometano por dia.
Cada m3 do gás equivale a um litro de gasolina e, por isso, o volume diário previsto para a unidade corresponde a 10% de todo combustível utilizado hoje pelos 5.057 veículos que compõem a frota da Sabesp no Estado.
“Essa produção inicial pode reduzir a emissão de CO2 em até 16 toneladas por ano”, afirmou Sampaio.
Inicialmente, porém, o novo combustível será usado em 49 carros da companhia.
Se a experiência der certo, o biometano pode ser adotado em toda a frota da Sabesp.
MAIS TESTES
Antes, serão necessários três anos de estudos sobre a viabilidade e a logística para distribuição no Estado.
Apesar de produzido a partir do lodo de esgoto, o biometano não tem o cheiro ruim típico do esgoto.
Isso porque o processo de fabricação filtra o H2S (sulfeto de hidrogênio), responsável pelo odor de ovo podre e capaz de corroer o motor.
Também são retirados do gás os siloxanos, substâncias que formam crostas que podem entupir pequenas tubulações da máquina.
 ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Impunidade e falta de preparo facilitam tráfico de animais

Impunidade e falta de preparo facilitam tráfico de animais

“Falta inteligência policial na repressão ao tráfico de animais”, adverte o Marcelo Pavlenco Rocha, presidente da SOS Fauna, uma entidade com 22 anos de atividade no combate a esse crime que troca a biodiversidade de todos por uns trocados a poucos. A crítica que faz ao planejamento das ações é simples: os policiais deveriam considerar a época e os locais onde a captura de animais é mais frequente, para então criar plantões de fiscalização nas estradas que ligam a região fornecedora à região consumidora, os grandes centros urbanos, em especial as feiras de passarinhos ou “feira do rolo”, onde esse comércio ilegal é comum.
A elaboração de estratégias com apoio de biólogos, ornitólogos e outros conhecedores dos ciclos dos animais visados serviria para potencializar o trabalho dos poucos fiscais e policiais especializados no combate ao tráfico da natureza.
Nas universidades, pessoas que defendem esse tipo de tática. O professor Enrico Bernard, do departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), orientador de pesquisas sobre o comércio ilegal de aves, confirma que é possível se determinar a região de onde os animais são capturados e também a época do ano em que as ocorrências são maiores. “Esse mapeamento é possível e outros artifícios jurídicos podem ser usados, como a delação premiada”, propõe Enrico Bernard.
O recurso que oferece a um indiciado a chance de reduzir sua pena a partir da sua colaboração nas investigações deixa visível outro problema que o professor Enrico e Marcelo Rocha conhecem: a classificação dos crimes ambientais entre os de menor potencial ofensivo. “Esse recurso é praticamente um estímulo aos criminosos”, critica o presidente do SOS Fauna. Com penas leves, o interesse pela delação é baixo.
Grades, contentores, gaiolas apertadas aprisionam aves que são retiradas da natureza por criminosos que não são reprimidos pela legislação branda. Foto: Assessoria de Comunicação/IBAMA-PE
Marcelo Rocha conta que antes de 1998, estava em vigor a lei federal 5.197 (de 1967) em relação aos crimes contra nossa fauna. A lei punia de maneira rígida, com penas de reclusão e a classificação de crimes inafiançáveis. “Os casos de tráfico de animais somavam 700 apreensões”, aponta. A partir de 1998, com a chegada da lei número 9.605, as penas ficaram mais brandas, esses crimes são considerados de menor poder ofensivo. As apreensões começaram a somar 1.500. “A legislação mudou e a quantidade de crimes dobrou”, resume. Em julho, nova alteração no Código de Processo Penal: os crimes com pena prevista inferior a quatro anos dariam ao réu, sob fiança, o direito de responder aos mesmos em liberdade.
O professor Enrico Bernard considera o tráfico o sumidouro da biodiversidade nacional. “Em uma pesquisa, estimamos que até 52 mil animais podem ser comercializados em apenas 8 feiras em um ano. E fomos conservadores. Pegue estas estimativas e multiplique pelo número de feiras de bichos que existem pelo Brasil e você vai ter uma idéia do tamanho do estrago”, alerta. “O estrago está sendo subdimensionado”.
Sem impunidade
Captura de animais silvestres na natureza envolve muitas pessoas e caracteriza outro crime, a formação de quadrilha. Foto: Assessoria de Comunicação/IBAMA-PE
Novamente, a utilização da inteligência na investigação e a responsabilização do criminoso seriam, segundo Marcelo Rocha, a melhor forma para se combater o crime de tráfico de animais. “Se retirar filhotes de papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) do seu ninho é um ‘crime menor’ para o judiciário, a formação de quadrilha continua com a pena de reclusão de 1 a 3 anos”, pondera.
Ele conta que, em parceria do SOS Fauna com agentes da Polícia Federal, um criminoso conhecido foi detido, mas não foi mantido preso. Ao contrário: os policiais conseguiram autorização para se fazer escuta das ligações do celular do suspeito para se localizar os outros envolvidos no transporte dos bichos. Em um segundo momento, todos foram presos por tráfico de animais e, principalmente, formação de quadrilha. “A pena é maior e eles não saem da delegacia para voltar a traficar com tanta pressa”, prega.
Marcelo Rocha conta casos de suspeito detido com grande quantidade de aves nativas, que perde a carga, perde o automóvel que utilizava, mas ganha a liberdade depois de indiciado na delegacia. “Na semana seguinte, em nova operação, o mesmo suspeito foi preso com nova carga”.
Nesses casos, a major Erika Melcop, comandante da Companhia Independente de Policiamento ao Meio Ambiente (Cipoma) da Polícia Militar de Pernambuco, recomenda o rigor da multa. “Um recurso válido para punir, administrativamente, o criminoso”, diz.
Apreensão de papagaios
Operação do Cipoma e Ibama em Pernambuco apreendeu papagaios-verdadeiro, papagaios-galego e maritacas somando 517 animais retirados das mãos dos traficantes. Foto: Assessoria de Comunicação/IBAMA-PE
Nos meses de setembro e outubro, o Cipoma e o Ibama em Pernambuco foram responsáveis por uma das maiores apreensões de filhotes de papagaio-verdadeiro, papagaio-galegos e maritacas já realizadas, quando foram descobertos em Petrolina, sertão do São Francisco, 517 animais sendo transportados em caixas de papelão, gaiolas e até caixas de ketchup. A major Erika Melcop disse que os suspeitos que respondiam pela carga vão ter de pagar de R$ 400 a R$ 7 mil por cada animal ou filhote (a se considerar o valor mínimo, um total de R$ 206 mil). “Eles cometeram várias ilegalidades nesse caso, porque até violar um ninho já é considerado crime”.
As centenas de filhotes foram retiradas do comércio negro e levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) criaram uma dificuldade: como alimentar tantos filhotes, ao menos três vezes ao dia? O Ibama fez uma convocação pública por voluntários e a resposta foi rápida: cerca de cem pessoas se apresentaram para auxiliar na tarefa.
A reunião de voluntários em benefício de animais roubados da natureza é prática frequentemente adotada pelo SOS Fauna. Eles deram apoio ao Ibama em Pernambuco e, em outra grande operação, vão levar para o Mato Grosso do Sul várias papagaios apreendidos e colocados sob os cuidados da ONG.
A apreensão da carga feita em Pernambuco revela outro aspecto preocupante, conta Marcelo Rocha: “As aves estão sendo capturadas na fase de nascimento do papagaio-verdadeiro”. No levantamento foi pelo SOS Fauna, 1.369 filhotes desta espécie foram identificados em sete apreensões. “Em duas dessas ações, as aves estavam com as mesmas pessoas em um período menor que 15 dias”.
A bióloga Juliana Machado Ferreira, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) disse que nessas apreensões foram encontradas apenas espécies com menos de 10 dias de vida. As aves estão entre os animais mais apreendidos, de acordo com os dados do Cetas em Pernambuco. Em 2010, foram retirados da natureza 5.843 animais. Destes, 5 mil eram aves. De janeiro até o início de outubro, 5.072 animais ingressaram no Cetas, sendo 4.478 aves.
Celso Calheiros

09/11/2011

O avanço do G20

Logo no primeiro dia do encontro, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deu o tom, deixando claro o grande foco do desafio a ser enfrentado: “O desenvolvimento sustentável deve ser o caminho para a recuperação”

Foi positiva a conclusão da Cúpula do G20, em Cannes, quanto ao comprometimento das nações ricas e emergentes de adotar estratégia global para o crescimento e a criação de empregos em escala. Trata-se de um avanço, em relação às edições anteriores, quanto à busca de soluções estruturais e duradouras para a economia global. Logo no primeiro dia do encontro, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, deu o tom, deixando claro o grande foco do desafio a ser enfrentado: “O desenvolvimento sustentável deve ser o caminho para a recuperação”.
O discurso foi corroborado por distintos chefes de Estado, dentre eles a presidente Dilma Rousseff, ao defender um processo internacional de inclusão socioeconômica. A proposta responde à síntese dos reais problemas enfrentados pela humanidade, feita de modo muito objetivo por Ban Ki-moon, ao frisar que o desemprego, a pobreza e a desigualdade aumentaram e que os excluídos estão indignados, ansiosos e furiosos.
Assim, faz todo o sentido o novo contrato social para o Século XXI preconizado pelo secretário-geral da ONU. A proposta parece ter contado com a simpatia e despertado um olhar mais pragmático dos líderes das maiores economias. Nem poderia ser diferente. A cada indivíduo ao qual for dada uma chance de alcançar os direitos básicos da cidadania, o mundo avançará um pouco na solução de suas crises intermitentes.
Por isso, são prioritárias as iniciativas com maior capacidade de inclusão social, capazes de propiciar alimentação adequada, assistência médica, habilidades profissionais, trabalho e ensino universal de qualidade. É decisiva a democratização das oportunidades em escala global. É essencial, ainda, estimular as novas fontes de energia, menos poluentes e renováveis, cujo implemento também é fator gerador de empregos, preservar o ambiente e garantir um mínimo de segurançaalimentar. São os elementos que constituem a essência da sustentabilidade.
Não há mais perspectivas de sobrevivência digna para a humanidade num cenário de devastação ambiental, temperaturas escaldantes, escassez de recursos naturais e bilhões de pessoas sem pão, teto, saúde e educação. Reverter essa perspectiva caótica e não se resignar a ela como realidade inexorável dependerá exclusivamente da capacidade de governos, empresas e pessoas de equacionar uma sociedade sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.
Os líderes mundiais pareceram mais sensíveis a essa questão na Cúpula do G20. Tomara, pois se as soluções mais abrangentes não forem adotadas, os países continuarão infinitamente administrando crises recorrentes, como a do sub-prime em 2008 e a fiscal de 2011. E, o que é mais grave, não terão recursos suficientes para atender os contingentes de excluídos. Assim, não há outra opção além do crescimento sustentado, melhor distribuição da renda e ampliação dos mercados por meio da inclusão social.
Antoninho Marmo Trevisan é presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do CDES-Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República
Fonte : Portal Administradores

Sociedade protetora lança campanha de respeito aos animais

Foto : Divulgação
Divulgação
A Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) lançou campanha de sensibilização e conscientização sobre guarda responsável de cães e gatos. O objetivo é contribuir para o bem-estar animal e reduzir o número de bichos achados mortos ou feridos nas rodovias. Muitos são abandonados ainda filhotes, com raras chances de sobrevivência. Outra parcela foge de residências, em alguns casos para escapar a maus-tratos. A ação distribuiu folhetos nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes, em São Paulo, com apoio  da concessionária CCR AutoBAn. Todo o conteúdo da campanha será enviado aos 2.550 educadores do programa, em 200 escolas, e deverá chegar a 55 mil alunos.
Fonte :  LEILA SOUZA LIMA_ O DIA

Dom Leonardo Steiner: CNBB acompanha debate sobre Código Florestal

 Agricultores sem-terra, índios, cientistas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e organizações não-governamentais que integram o Comitê em Defesa das Florestas, participaram na última semana, da audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado. No encontro, foram apresentados os itens do novo texto do Código Florestal que deveriam ser modificados.
Um deles se refere às APPs, áreas de preservação permanente, como encostas, morros e margem de rios. O novo texto do Código autoriza a continuidade das atividades agrícolas, ecoturismo e turismo rural nas áreas desmatadas até 22 de julho de 2008. O comitê não concorda com esta data e defende que a lei deve retroceder a julho de 2001.
“Em 2008 já existia a legislação que temos hoje de proteção à beira de rio e nascentes. Nada foi modificado naquele ano; portanto estamos demandando que, se de fato a lei só quer reconhecer áreas que foram implantadas legalmente à sua época, que pelo menos volte para 2001, ano de conversão da medida provisória que foi a última modificação da lei” – segundo Raul Valle, coordenador do Instituto Socioambiental.
O relatório do novo Código Florestal está agora em tramitação da Comissão de Meio Ambiente do Senado. O relator nessa comissão, o senador Jorge Viana, quer ampliar a abrangência do projeto. Ele não trataria apenas do meio rural, mas também da cobertura vegetal e do uso do solo nas regiões urbanas, principalmente nas áreas de risco.
Segundo o senador Jorge Viana, o novo Código só deve ir para votação no plenário do Senado no fim de novembro.
Presente no debate, o Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, Dom Leonardo Steiner, afirmou que a agenda econômica não deve estar acima da agenda ambiental no novo Código Florestal.
Dom Leonardo defendeu que o novo código estabeleça regras em defesa da agricultura familiar. Também alertou para a necessidade de manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APPs), para evitar novas enchentes e deslizamentos de terras.
“A natureza tem reclamado muito desse modo de exploração. Não é por nada que temos tido no Brasil tantas enchentes, inundações e encostas descendo” – disse o bispo, ao defender que o novo código tenha uma preocupação ética, que garanta o futuro do país. Na opinião de Dom Leonardo Steiner, o novo código precisa garantir a conservação e o uso sustentável das florestas em todos os biomas brasileiros e tratar de forma diferenciada agricultores familiares e populações tradicionais. Em entrevista exclusiva à RV, o bispo declarou:
“A CNBB tem acompanhado toda esta discussão. Ainda 2ª feira, antes de viajar, estive no Senado Federal, participando de um debate sobre o Código Florestal. A CNBB tem participado com mais de 150 entidades deste debate que engloba muito a Amazônia, mas também nós sentimos, na CNBB, uma preocupação cada vez maior de uma partilha, de um acompanhamento. Eu diria: não temos muitas novidades, mas temos crescido num espírito de partilha, de preocupação, num espírito de missionariedade. Desde a Campanha da Fraternidade que abordou o tema da Amazônia creio que a Igreja do Brasil tem dado bons passos, e na próxima Assembleia, no ano que vem, voltaremos à discussão justamente também sobre a comunhão e a partilha, e certamente as nossas Igrejas particulares da Amazônia serão novamente olhadas com muito carinho”.

Fonte : Rádio Vaticano (08/11)_ Brasília/Cidade do Vaticano (RV) 

08/11/2011

BPW Brasil participa do Fórum Mulher e Desenvolvimento Sustentável em Beijing- China

O Desenvolvimento sustentável é um conceito mundialmente discutido e a participação da mulher neste processo tem sido tema de debates em vários países. Seguindo esta tendência, será realizado entre os dias 9 e 11 de novembro, o Fórum Internacional sobre Mulher e Desenvolvimento Sustentável em Beijing, China. A Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais- BPW Brasil participa do evento a convite da  All-China Women’s Federation. Uma missão da organização, formada por seis participantes, chega ao país na terça-feira, dia 8 de novembro.
O Fórum Internacional sobre Mulher e Desenvolvimento Sustentável, que tem como objetivo principal proporcionar uma oportunidade para a troca de experiências referentes aos progressos alcançados nas questões de gênero e da preservação do planeta, insights e desafios sob o tema de mulheres e desenvolvimento sustentável, terá uma apresentação feita por Sueli Batista, presidente da BPW Brasil e Beatriz Fett, conselheira superior da organização. Elas farão a explanação na mesa de debates sobre “Economia Verde e Responsabilidade Social Corporativa”, no dia 10 de novembro, sobre o programa BPW de Desenvolvimento Sustentável.
Sueli Batista destaca que será abordado, na apresentação, como a BPW tem atuado no processo da sustentabilidade, inspirando-se no desenvolvimento de suas ações no Triple Botton Line, conceito disseminado a partir dos anos 90. A instituição tem priorizado em seus projetos e campanhas: pessoas, meio ambiente e economia saudável. Na explanação serão contemplados cases das BPWs locais, referentes a projetos que já foram compartilhados para integrar o referido programa, criado por Sueli, quando era primeira vice-presidente e coordenadora do Comitê de Projetos da organização, a exemplo: Ipê Rosa (Presidente Prudente); Vozes e Música (Cuiabá), Alfabetização Digital (Brasília), Vamos Limpar (Tangará da Serra), Academia BPW do  Conhecimento (São Paulo), Árvore é Vida (Porto Alegre), sendo estes dois últimos com maior tempo de exposição.
Durante a apresentação Sueli destacará também as parcerias de sucesso com o governo federal, através da SPM/PR- Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, na qualidade de uma das executoras do Programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher, que conta com parceria do Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Ela ainda abordará a parceria no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, do Sebrae Nacional, com a SPM/PR e Fundação Nacional da Qualidade-FNQ.
Está prevista, durante a visita da missão à China, visitas a diversas cidades, com acompanhamento de lideranças da  All-China Women’s Federation.  Sueli disse que também está prevista, na oportunidade, a assinatura de documentos de cooperação técnica visando ampliar as relações culturais e econômicas entre mulheres brasileiras e chinesas. “Já traduzimos e estamos analisando diversos programas, projetos e campanhas desenvolvidos pela organização chinesa. Os focados no empreendedorismo, direito da mulher, micro crédito, intercâmbios, são muito interessantes e seguem o que definimos em nossa plataforma”, diz a presidente.
A ideia é que a BPW dê continuidade ao trabalho iniciado por Jupyra Ghedini, vice-presidente da BPW Brasília, que foi a responsável pela articulação da missão.  “Ela tem mais de 30 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e a China, já coordenou 15 viagens ao país”, disse a presidente, informando que desde 2009 ela buscava subsídios para levar mais uma missão brasileira à China através do International Department All-China Women’s Federation, que atua com dois ministérios do governo Chinês. “A grande disposição que a líder tem para empreender é um exemplo em nossa rede”, elogia Sueli, lembrando que Jupyra  tem mais de 80 anos e muita motivação. “Está deixando o seu legado e isso nos orgulha e nos motiva  a levar o mesmo adiante”, frisou.
A Missão Brasil China é o terceiro evento internacional oficial que a presidente Sueli Batista participa, desde que tomou posse em maio deste ano. Em junho foi para Helsink- Finlândia, chefiando a missão brasileira no Congresso da BPW Internacional; no mês de Setembro acompanhou a Missão Internacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios à Itália. Sueli reforça que estas oportunidades são ímpares para fortalecer os intercâmbios culturais, ambientais e comerciais. Alguns resultados das viagens oficiais anteriores já estão sendo colhidos, com o estreitamento de relações entre BPWs, a exemplo da BPW Itália e Buenos Aires, que já propuseram intercâmbios e iniciaram as primeiras ações neste sentido.
Sueli destaca a importância desta visita à China, que é uma grande potência e tem papel de muita relevância na economia, sendo a segunda potencia mundial em poder de compra.  Também integram a missão, Maryvan Rossi, coordenadora da BPW Brasil na Região Centro Oeste, Maria da Conceição Pinheiro, conselheira superior da BPW Brasília e a pianista Jaci Toffoni que representará as artistas brasileiras na referida missão. Entre os dias 17 e 20 a missão participa de programações não oficiais em Hong Kong. Depois do dia 20 as brasileiras seguem para os Emirados Árabes, encerrando o roteiro em Dubai, no dia 24 de novembro.
Declaração de Beijing
No último dia do Fórum Internacional sobre Mulher e Desenvolvimento Sustentável, 30 agências governamentais, sistema das Nações Unidas, organizações de mulheres,  comunidade empresarial e a academia assinam uma declaração. Seguem pontos defendidos no documento:
1. Reforçar ainda mais as vontades políticas e avançar os processos de desenvolvimento sustentável aos níveis nacional, regional e global;
2. Reforçar a capacidade das mulheres, capacitar e investir em mulheres, acelerar o processo de igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável;
3. Tomar medidas abrangentes para eliminar a discriminação baseada em gênero e todas as barreiras que impedem a igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável;
4. Aumentar a consciência de gênero, uma atenção especial aos impactos diferentes em homens e mulheres por políticas e medidas de desenvolvimento sustentável e integrar perspectivas de gênero em todo o processo de desenvolvimento sustentável;
5. Promover a participação das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão do desenvolvimento sustentável, e desempenhar plenamente a sua liderança;
6. Reforçar a parceria e melhorar a cooperação entre governos, sociedade civil, incluindo o setor empresarial, organizações de mulheres e todos os interessados, e organizações de mulheres de apoio nos seus esforços para promover a igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável;
7. Aprofundar a cooperação internacional, aumentar o apoio aos países em desenvolvimento, promover o desenvolvimento equilibrado dos três pilares do desenvolvimento sustentável em todos os países e regiões, e fazer esforços conjuntos para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Fonte : 24 HORAS NEWS

Moratória da soja e os desafios do desmatamento na Amazônia. Entrevista com Bernardo Rudorff

Criada em 2006 para garantir a exportação de soja para o exterior, em função da conscientização ambiental dos consumidores, a moratória da soja tem sido um instrumento incipiente para diminuir o desmatamento no bioma amazônico. Apesar da tentativa de conter o plantio da soja em áreas florestais, o elevado preço do produto no mercado internacional contribuiu para dar continuidade ao desmatamento. Em entrevista ao IHU On-Line, concedida por telefone, Rudorff explica que dos 375.500 hectares monitorados na região amazônica, 11.698 hectares foram desmatados em função do plantio da soja. Para ele, o percentual é pequeno: “para ser significativo, tem que equivaler a pelo menos 10%”, assinala.
De acordo com o pesquisador, o desmatamento em áreas florestais é difícil de ser contido “porque existe uma série de serviço sem torno do desmatamento instalada há muitos anos na Amazônia”. A moratória da soja, explica, “surge no sentido de inibir o plantio de soja em áreas desflorestadas”.
Bernardo Rudorff é engenheiro agrônomo, formado pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Sensoriamento Remoto, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe e doutor em Agronomia pela University of Maryland at College Park.
Confira a Entrevista
IHU On-Line – Como surgiu a iniciativa de criar a moratória da soja?
Bernardo Rudorff – A moratória da soja foi criada em 26 de julho de 2006, em resposta à pressão de algumas organizações da sociedade civil, que alegavam que parte da soja produzida no Brasil – e que estava sendo exportada para a Europa – era oriunda de áreas de desflorestamento. Para conter o desflorestamento, baseado na hipótese de que a soja estava causando o desmatamento na Amazônia, foi criada essa moratória, que visa não exportar soja para a Europa de áreas que foram desmatadas.
IHU On-Line – A moratória da soja tem sido eficaz para controlar ediminuir o desmatamento e a pressão de plantações na Amazônia? Qual é a efetividade da moratória?
Bernardo Rudorff – O último levantamento realizado mostrou que, em termos relativos, uma área muito pequena foi desmatada, algo correspondente a 0,39%. A partir deste número, é difícil colocar a soja como culpada do desmatamento que acontece na Amazônia.
Por enquanto, está difícil avaliar se a moratória da soja está diminuindo o desflorestamento, porque, para emitir um relatório, teríamos deter duas situações: avaliar o desmatamento com e sem a moratória. Desde que amoratória entrou em vigor, a soja foi plantada em 11.698 hectares de uma área de 1,96 milhões de hectares do bioma amazônico. Portanto, ela causa desmatamento numa proporção muito pequena.
IHU On-Line – Muitos ambientalistas recentemente criticaram a moratóriada soja, alegando que, em função do preço da soja, aumentou a plantação em áreas florestais e uma notícia recente divulgou que na safra de 2010/2011 houve desmate de 11,7 mil hectares no bioma. Como o senhor vê essa critica?
Bernardo Rudorff – O preço elevado do produto realmente contribuir para aumentar o desmatamento. Entretanto, ao analisar a área desmatada, a pessoa pode julgar que 11.698 hectares é uma área enorme, mas isso depende do ponto de vista. A área monitorada efetivamente para ver a identificação de plantios de soja foi de 375.500 hectares, então desses 375.500 hectares foi encontrado 11.698 hectares de soja. O desmatamento, para ser significativo, tem que equivaler a pelo menos 10%.IHU On-Line – O senhor declarou que a soja não é a grande vilã do desmatamento. Qual é o vilão, então?
Bernardo Rudorff – A soja é responsável por uma parte muito pequena do desmatamento da Amazônia: 0,39%. Onde estão os outros 96,1% dos responsáveis pelo desmatamento? Muitas áreas foram desmatadas para virarem pastagem. Portanto, a atividade do desmatamento, por si só, é complexa e difícil de ser contida e modificada porque existe uma série de serviços em torno do desmatamento instalada há muitos anos na Amazônia. A moratória da soja surge neste sentido: para inibir o plantio de soja em áreas desflorestadas.
IHU On-Line – Como acontece o monitoramento da soja? Em que estado os índices de desmatamento são mais visíveis em função da plantação de soja: MatoGrosso, Pará ou Rondônia?
Bernardo Rudorff – O maior produtor de soja é o Mato Grosso, e depois o Pará. Em Rondônia tem uma área relativamente pequena. Monitoramos as terras através de imagens de satélite no início da safra para averiguar se tem uma área de safra desflorestada dentro do período da moratória, e, se dentro dessa área, tem um plantio de soja. Essas imagens são usadas para detectar a presença de cultura anual. Uma vez detectada essa cultura nos polígonos desflorestados,em seguida é feito um sobrevoo naquelas áreas em que foram identificadas cultura agrícola, para identificar se de fato é soja.
IHU On-Line – A plantação da soja tem prejudicado a sustentabilidade daAmazônia, uma vez que projetos de transporte incentivarão mais plantio de sojana região?
Bernardo Rudorff – Nós vivemos hoje uma realidade muito diferente daquela de algumas décadas atrás. Hoje em dia, a preocupação ambiental e a consciência que a humanidade toma em termos do cuidado com o planeta, a questão da produção e da preservação, tudo isso passa a ser uma discussão extremamente importante. Entendo que a moratória da soja surge justamente para mostrar que é possível produzir preservando o meio ambiente. Concordo que é importante manter a floresta, mas, por outro lado, também é importante produzir alimentos. O Brasil tem um potencial enorme na produção agrícola, e, portanto, existe uma pressão muito grande no sentido de utilizar o solo para a produção de alimentos. É preciso encontrar um equilíbrio entre a produção e a preservação.
IHU On-Line – É possível saber se há plantação de soja em unidades de conservação e terras indígenas?
Bernardo Rudorff – Não identificamos nenhuma área desflorestada nessas regiões com presença de soja. Embora o desmatamento em função da soja tenha sido 86% maior que a área desmatada no ano passado, podemos consideraresse percentual baixo. Percebo que existe uma insatisfação muito grande por parte de produtores que fazem o desmatamento legal. Eles são autorizados a plantar soja, mas, se o fizerem, não conseguem vendê-la por causa da moratória,porque o consumidor não quer comprar soja de área desmatada. Nesse sentido, amoratória, às vezes, é mais eficiente do que a própria lei.
IHU On-Line – Qual é o papel da governança pública no controle do desmatamento e na plantação de soja? Caso seja aprovado, o novo CódigoFlorestal poderá prejudicar a moratória da soja, uma vez que ele permitirá plantios em encostas?
Bernardo Rudorff – Essa é uma questão difícil de avaliar, pois ainda não sabemos que aspectos do novo Código Florestal serão aprovados e quais sua sreais implicações.
Fonte : Correio do Brasil _ Adital

Bosque dos Papagaios dispõem de ações diárias para atrair visitantes

Após inaugurado em apenas seis meses de funcionamento, o Parque Ecológico Bosque dos Papagaios, em Boa Vista no bairro Paraviana, recebeu 3.471 pessoas que buscaram o espaço para fazer caminhadas, obter informações ambientais ou apenas apreciar a natureza.
O Parque Ecológico Bosque dos Papagaios, atendido pela Prefeitura de Boa Vista, é uma área de 12 hectares de conservação ambiental localizada em ambiente urbano, e é a principal ferramenta pedagógica da fomentação da Educação Ambiental do Município.
Com a prática “Nas Trilhas da Conservação”, a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas desenvolve ações diárias sobre a difusão da educação ambiental envolvendo crianças da Rede Municipal de Ensino, escolas particulares, estaduais, acadêmicos, servidores de empresas, docentes e a comunidade em geral.
Esta ação rotineira é o principal trabalho desenvolvido no Parque Ecológico Bosque dos Papagaios, que dispõem de uma área verde de conservação dentro do contexto urbano, onde os visitantes podem interagir com a natureza e aprender um pouco mais sobre a biodiversidade roraimense.
A idéia é fazer com que o indivíduo se conscientize sobre a importância do meio ambiente e o utilize de forma sustentável. Segundo a secretária Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas, Dilma Costa, o projeto “Nas Trilhas da Conservação” busca alcançar a sociedade em geral e os mais diversos públicos da cidade.
“Nas Trilhas da Conservação os técnicos utilizam uma linguagem clara na difusão das informações educativas. Os educadores atuam diretamente com o público, através de atividades educacionais e lúdicas”, explicou Dilma.
PRINCIPAIS AÇÔES
“Trilhas Ecológicas”: O espaço físico do Bosque dos Papagaios possui seis trilhas ecológicas interpretativas, com sinalizações em algumas espécies de árvores e nos animais taxidermizados.
O Bosque dos Papagaios está adaptado conforme as normas de acessibilidade dos Portadores de Necessidades Especiais. As trilhas proporcionam uma interação do público com o ambiente natural, despertando o senso crítico no tratar de diversas temáticas: fauna, flora, conservação ambiental, tráfico e maus tratos de animais, resíduos sólidos, dentre outros. “Tela Verde”: Essa ação tem como finalidade exibir filmes e vídeos educativos que tratam as questões ambientais e soluções para a conservação do meio ambiente, despertando senso crítico da sociedade boa-vistense com a realização de debates e reflexões após a atividade.
Vinculada a esta ação, os educadores do Bosque dos Papagaios também ministram palestras abordando as problemáticas ambientais locais, propondo soluções simples e sustentáveis.
“Cartilha – Uma Visita ao Bosque dos Papagaios”: O material possui 26 páginas do formato A4, impressas em papel reciclado. Sua ilustração trabalha a coordenação motora por meio da pintura, além da linguagem clara que proporciona um fácil entendimento.
A primeira edição foi lançada em julho de 2010, abordando temáticas ambientais, como animais e plantas da região, queima de lixo urbano, a história e o cotidiano do parque, além da Declaração Universal dos Direitos dos Animais. A publicação propõe uma educação por meio do lúdico, em que a criança aprende brincando.
Fonte : BV NEWS

05/11/2011

ONU detalha as mudanças ambientais dos últimos 20 anos

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), agendada para o mês de junho de 2012, será precedida pela publicação de diversos estudos e relatórios que devem facilitar às delegações dos países participantes a entender melhor o que está em jogo e o que precisa ser feito para a conservação ambiental do planeta.
Possivelmente, o mais importante documento a ser divulgado antes da Rio +20 será o “Panorama Ambiental Global-5” (Global Environmental Outlook-5 ou, simplesmente, GEO -5). Preparado pelo PNUMA, o GEO-5 será publicado em maio do ano que vem e trata-se da maior compilação de dados sobre a condição atual dos ecossistemas terrestres já realizada.
Nesta semana, o PNUMA divulgou uma parte deste esforço, um relatório intitulado “De olho no meio ambiente em mutação: Do Rio à Rio+20”.
Através de dados, gráficos e imagens de satélite, o documento oferece informações sobre uma série de questões-chave: população, mudanças climáticas, energia, eficiência no uso de recursos, florestas, segurança alimentar, uso do solo e água potável; com exemplos que vão desde o derretimento de geleiras no oceano Ártico até as novas tendências no uso de energia.
“O relatório nos leva de volta ao nível básico, destacando desde o rápido acúmulo de gases de efeito estufa até a erosão da biodiversidade e o aumento de 40% no uso dos recursos naturais — mais rápido do que o crescimento da população global. Mas o relatório também mostra o modo como, quando há uma reação, é possível alterar drasticamente a trajetória de tendências perigosas que ameaçam o bem-estar humano — as iniciativas para acabar com produtos químicos que prejudicam a camada de ozônio compõem um exemplo vivo e poderoso”, afirmou Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA.
Panorama
Sobre a população, o documento destaca que chegamos aos sete bilhões e que o número de pessoas vivendo em áreas urbanas aumentou 45% desde 1992. A quantidade de megacidades com mais de 10 milhões de habitantes passou de 10 para 21. Apesar do número de pessoas vivendo em favelas ter diminuído em quase 15%, cerca de 1,4 bilhão de seres humanos ainda não tem acesso à eletricidade.
O cenário também não é positivo para as mudanças climáticas, uma vez que foi registrado um aumento contínuo no uso de combustíveis fósseis e nas emissões de gases do efeito estufa mundiais. Globalmente as emissões subiram 36% entre 2002 e 2008, passando de 22 bilhões de toneladas para mais de 30 bilhões. Mais de 80% dessas emissões são provenientes de apenas 19 países.
Segundo o PNUMA, praticamente todas as geleiras do planeta vem sofrendo um processo de retração e desaparecimento, que resulta no aumento do nível dos oceanos e em impactos para os ecossistemas. O nível dos oceanos subiu cerca de 2,5mm por ano desde 1992.
Outra preocupação com os mares é a crescente acidez. Entre 1992 e 2007 o pH caiu de 8.11 para 8.06, o que afeta os animais marinhos e principalmente corais, que correm o risco de desaparecer até o fim do século.
Com relação às florestas, a taxa de desmatamento sofreu uma queda, porém o mundo perdeu mais de 300 milhões de hectares desde 1990. Aproximadamente 13 milhões de hectares foram perdidos anualmente entre 2000 e 2010, essa marca foi de 16 milhões de hectares na década anterior.
Os dados para as espécies são também ruins, com mais de 12% da biodiversidade sendo perdida em nível global nos últimos 20 anos. A situação é pior nos trópicos, onde a porcentagem é de 30%.
Quase 20% dos vertebrados estão ameaçados, sendo que os anfíbios são os mais vulneráveis, com 41% das espécies em risco. Segundo dados da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), aproximadamente 25% das espécies de plantas também correm risco de desaparecer.
Nem tudo são números negativos no relatório do PNUMA. As energias renováveis apresentaram um grande crescimento, chegando a responder por 16% da geração global em 2010.
Devido à queda nos preços e políticas de incentivo, o uso do biodiesel cresceu 300.000% nos últimos 20 anos, a energia solar 30.000%, a eólica 6000% e os biocombustíveis 3500%.
Os investimentos no setor dispararam, tendo alcançado em 2010 a marca de US$ 2,11 bilhões, 32% a mais do que 2009 e cerca de cinco vezes mais do que em 2004.
Caminhos para soluções
O relatório destaca alguns avanços desde 1992 para melhorar a situação ambiental. Reconhece principalmente o crescimento da noção da economia de baixo carbono e as ferramentas que surgiram para incentivá-la.
A reciclagem, por exemplo, já é uma prática comum em muitos países e o uso eficiente dos recursos naturais e da eletricidade virou um dos objetivos de companhias em todo o mundo.
Ferramentas como os mercados de carbono, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e outras formas para financiar ações climáticas e ambientais foram criadas desde a Eco92 e vem ganhando força.
A produção orgânica de alimentos e os selos de garantia de sustentabilidade se popularizaram e hoje são importantes opções para os consumidores conscientes.
O PNUMA acredita que a Rio+20 é a oportunidade ideal para que os países se comprometam a seguir esses caminhos que levam rumo o desenvolvimento sustentável.
“A Rio+20 pode garantir o impulso necessário para que a economia verde entre de vez nos programas de governo e da iniciativa privada. O desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza devem ser os grandes objetivos a ser alcançados pelas lideranças no Rio de Janeiro”, concluiu Steiner.
(Instituto CarbonoBrasil)